Turismo

De bicicleta, pode-se fazer até o trajeto entre o aeroporto e o hotel

postado em 17/11/2011 15:05
; Clara Favilla
Especial para o Correio


Estacionamento de bicicletas: aluguel grátis para moradores e visitantes

Não há voos diretos de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo ou de qualquer outra capital brasileira para Copenhague. Mas, saindo de qualquer grande cidade europeia, é fácil chegar, principalmente de avião. Não descarte, entretanto, viagens de navio e mesmo de trem. Para os que não programaram paradas prévias estratégicas em Londres, Paris, Lisboa, ou Amsterdã, a conexão em Frankfurt é a mais agradável, por conta da proximidade entre a cidade alemã e a Escandinávia. Nesse caso, vá de Lufthansa. Essa escolha é ideal para quem pretende conhecer também a Noruega e a Suécia, a partir da Dinamarca.

O Aeroporto de Copenhague fica na cidade de Kastrup ; que lhe dá o nome ;, distante apenas 8km da capital. Pelo aeroporto, transitam aproximadamente 60 mil passageiros por dia, cerca de 20 milhões por ano, o que o torna o mais congestionado dos países nórdicos. Inaugurado em abril de 1925, com pista ainda de grama, foi um dos primeiros aeroportos privados do mundo. Em 1932, já registrava 6 mil pousos e decolagens anuais.

Em 2007, começou a funcionar a estação de metrô que conectou Kastrup ao centro de cidade. O percurso leva entre 12 e 15 minutos. O complexo formado pelo aeroporto, a estação de metrô e o Hilton Copenhague Airport Hotel mostra bem como é fácil a vida de quem visita a cidade a passeio ou negócios. O hall do hotel está a apenas dois minutos de caminhada da entrada do Terminal 3 e pode ser alcançado por meio de uma passagem coberta.

É possível sair de Copenhague, por via marítima, no início da noite e chegar a Oslo pela manhã, desfrutando das belíssimas paisagens de parte do litoral norueguês: pequenas ilhas, faróis e casario que dão colorido especial ao verde das margens dos fiordes. Além disso, em Copenhague, basta atravessar a Ponte de Oresund, sobre o Estreito de Ore, para estar em Malmo, Suécia. Com 7.845 metros de comprimento e um túnel, é a maior ponte rodoferroviária da Europa.

Verde
Copenhague foi considerada, em 2010, a cidade mais sustentável do Velho Continente, resultado publicado na primeira edição do Índice europeu de cidades verdes, desenvolvido pela Economist Intelligence Unit, instituição de pesquisas e análises ligada à revista The Economist. O marco da virada ambientalista se deu na década de 1970, quando os dinamarqueses, em razão da crise mundial nos preços do petróleo, defrontaram-se com o desafio de buscar fontes energéticas alternativas. Hoje, 20% da energia consumida no país é produzida pelos ventos.

Em 2009, Copenhague sediou a 15 ; Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 15, e o país continua concentrando esforços para se manter como referência mundial em políticas verdes voltadas à produção de energia, preservação (e distribuição) da água e produção de alimentos orgânicos. Os resultados estão no cotidiano. É contínuo o aumento do número de hotéis ;verdes; na capital, assim como dos moradores (37%) que usam bicicletas como meio de locomoção. A topografia plana e as ciclovias extensas e bem cuidadas incentivam essa opção. Odense, outra cidade importante, já mede eletronicamente o fluxo das bikes nas principais ruas.

Em Copenhague, o uso de bicicletas do programa municipal City Bike é gratuito para moradores e visitantes. Para liberá-las nas máquinas, basta depositar uma pequena caução: uma moeda de 20 coroas (o equivalente a R$ 6,50), automaticamente devolvida em qualquer ponto de entrega. Ninguém precisa preencher cadastro ou apresentar recibo para pegá-las emprestado. Esse sistema facilita locomoções mistas, entre pedaladas, caminhadas e metrô. Há também táxis movidos a eletricidade. São os pintados de verde.

Os transportes públicos são usados até por quem vai a eventos chiques. O Admiral Hotel ; um dos maiores e melhores de Copenhague ;, ao anunciar que tem salões de festas para até 300 convidados, informa que está situado a uma curta caminhada de estação de metrô Kongens Nytorv (Praça Real), ressaltando que os convidados não terão problemas na volta para casa. Isso dispensa o desfile de carrões e os estacionamentos irregulares nas adjacências, o que seria mesmo caso de polícia.

Certamente, conhecer a cidade é ter acesso a um estilo de vida que, se adotado ; principalmente nas grandes cidades de países em desenvolvimento, como o Brasil ;, pode mesmo mudar o planeta.

Proteção ao ciclista
Há 350km de ciclovias em Copenhague, dos quais 50km são vias exclusivas, ladeadas por vegetação e afastadas das vias normais de tráfego. Os pontos de empréstimo e recolhimento de bicicletas são bem visíveis em toda a cidade, principalmente nos caminhos de maior fluxo turístico e em frente aos hotéis. Mais informações em http://visitCopenhague.com/ transport/Copenhague-city-bike/382.

Abrigo dos vikings
A Dinamarca integra, com a Suécia e a Noruega, o núcleo de países que se entende por Escandinávia. Os três abrigaram os povos vikings que se organizaram em pequenos reinos, durante os séculos 9 e 11, e dominaram com seus barcos velozes ; de tecnologia e design avançados para a época ; do Mar Báltico ao Mar do Norte.

Na internet
; Aeroporto de Copenhague
www.cph.dk

; Mais informações sobre a travessia da Ponte de Oresund
www.oresundsbron.com

; Rotas marítimas a partir de Copenhague
www.dfdsseaways.com

; Tudo sobre o Tivoli Gardens
www.tivoli.dk

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