Turismo

Harmonia dos contrastes chama atenção durante tour de barco pelos canais

postado em 17/11/2011 15:47
A sede da Biblioteca Real fica num prédio chamado de Diamante Negro

Um passeio de uma hora de barco pelos canais de Copenhague é suficiente para ter ideia da riqueza arquitetônica da capital dinamarquesa, que incorporou o novo ao antigo com grande funcionalidade, e ao mesmo tempo, sofisticação. O tour pelos canais permite acesso visual e informações importantes sobre castelos e casas antigas, além dos novos edifícios assinados por arquitetos famosos.

Os maravilhosos e intrigantes edifícios modernos da capital, que podem ser vistos no passeio de barco pelos canais, florescem na área de Holmen. Ela vinha abrigando, desde o século 17, uma base naval. Ali, a frota dinamarquesa foi construída, equipada e reparada. Apesar do nome no singular, a região é formada por várias ilhotas. Grande parte da superfície foi obtida por meio de aterros sobre o mar.

A partir de 1990, as antigas instalações militares da região foram transferidas para áreas mais longe do centro. Então, o urbanismo do local foi redefinido para abrigar conjuntos comerciais e residenciais, além de instituições culturais como a Opera House, o Rhythmic Music Conservatory e a Escola Nacional Dinamarquesa (com cursos de arquitetura, cinema e teatro). Parte do que está hoje ali foi construída, e outro pedaço, reconstruído ou restaurado. Alguns edifícios antigos foram preservados para que o ar de nostalgia não abandonasse de vez o local.

Novos significados
O projeto da Opera House é do renomado arquiteto dinamarquês Henning Larsen (www.henninglarsen.com), e a decoração, idealizada por vários artistas conterrâneos, como Per Kirkeby (autor de quatro relevos em bronze) e Olafur Eliasson (que assina três esculturas da entrada principal).

O edifício da Opera House: 14 andares, mil salas e um visual deslumbrante a qualquer hora do dia

O edifício, que compõe a paisagem ao lado do The Royal Playhouse, deu novo significado visual a Copenhague. Em qualquer hora do dia ; principalmente ao entardecer e à noite ; é de grande beleza a vista que se tem a partir deles ou quando se está do outro lado do canal, com os dois edifícios no campo de visão. O edifício ocupa exatamente 41 mil metros quadrados, e tem cinco dos 14 andares debaixo da terra. No total, são mais de mil salas, incluindo várias de ensaio. A maior delas é reservada à Orquestra Real da Dinamarca.

No auditório maior, que teve o piso todo pensado para apresentações de balé, cabem 1.200 pessoas. O teto, forrado com 115 mil folhas de ouro de 24 quilates, impressiona. Também chama a atenção outro auditório, com capacidade para 200 pessoas, destinado a espetáculos experimentais.

Tijolo especial
A Royal Playhouse, novo centro nacional de arte dramática, conta com recursos cênicos para a mais sofisticada das produções. Tem capacidade para mil pessoas. O projeto é do escritório arquitetônico dinamarquês Lundgaarf & Tranberg (www.ltarkitekter.dk)

Um tipo de tijolo marrom foi desenvolvido especialmente para a construção do edifício, que tem um invólucro de vidro, no foyer, voltado para as águas do canal, o que permite uma vista panorâmica do porto. Acima da faixa de vidro, fica a torre de cena, na forma de cubo e folheada em cobre.

Quase metade do edifício projeta-se sobre a água. O passeio flutuante, em torno do teatro, foi feito com tábuas de carvalho. As colunas de suporte são tortas, o que cria sensação de flutuação. Mesmo quem não tem intenção de assistir a qualquer espetáculo em cartaz deve conhecer pelo menos o foyer, onde funciona um café e o restaurante Playhouse Ofelia.

Passeios noturnos
Ainda em Holmen, um dos edifícios da Marinha, que armazenava antigos torpedos, foi adaptado para abrigar lindos e caríssimos apartamentos. Seus proprietários contam, inclusive, com cais particulares. Já os abrigos para canhões são, hoje, ocupados por empresas inovadoras de vários segmentos.

Os tours de barco pelos canais são monitorados por guias que falam dinamarquês e inglês, além de uma terceira língua, que pode ser português, espanhol, italiano ou alemão. Há passeios noturnos de barco com jantar ou música ao vivo (jazz). Os dois pontos de saída são o Nyhavn e o Gammel Strand. Tíquetes podem ser comprados em guichês ao lado dos cais. Para informações detalhadas sobre roteiros, preços e horários, acesse www.canaltours.com. O site também dá informações sobre passeios guiados em ônibus turísticos, aqueles abertos em cima. (CF)

Dicas
Também podem ser vistos e fotografados, durante o passeio de barco, outros edifícios antigos e modernos. Conheça-os a seguir:

Den Sorte Diamant
O diamante negro (na tradução para o português), sede da Biblioteca Real (www.librarybuildings.info), criação do escritório Schmidt Hammer Lassen. O edifício de sete andares (mais um subterrâneo) tem formas distorcidas, fachadas inclinadas e parece flutuar sobre uma lâmina de vidro. Vale a pena conhecer melhor o trabalho do trio de arquitetos responsáveis pela obra: www.arcspace.com.

Amalienborg Slot
Conjunto de quatro mansões idênticas na fachada, mas diversas no interior, bem no centro de Copenhague. Serve como residência de inverno da rainha Margrethe II, de seu marido e do príncipe herdeiro, Frederico (que vive lá com esposa e filhos). As mansões têm um pátio octogonal, a Amalienborg Slotsplads. No centro, está a estátua do Rei Frederick V, que transformou em residência real as mansões originalmente construídas para integrantes da nobreza, depois que o Christianborg foi destruído por um incêndio no inverno de 1794.
Entre as mansões e o mar, há um gracioso jardim de dois níveis, inaugurado em 1983, projeto do arquiteto e paisagista belga Jean Delogne. As esculturas que podem ser vistas ali, incluindo quatro colunas abstratas, são do italiano Arnaldo Pomodoro. Há uma diversidade de plantas e arbustos. Em abril, é a vez de as cerejeiras florescerem.

Christiansborg Slot
Fica bem no centro de Copenhague e abriga o parlamento dinamarquês, o gabinete do primeiro-ministro e o Supremo Tribunal. É o único edifício do mundo onde os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário funcionam sob o mesmo teto. Parte dele, inclusive, é usado pela monarquia, incluindo as salas de recepção e a capela. Por isso, é considerado a Casa da Dinamarca.

O palácio também apresenta incríveis exposições temporárias. A atual, que se encerra em 11 de dezembro, é sobre os belíssimos serviços de sobremesa da monarquia dinamarquesa. O visitante encanta-se não só com a famosa porcelana Royal Copenhagen, como também com toda a decoração indispensável, os arranjos de flores e a música ; sem contar os doces, as tortas e os bolos. Para mais informações e agendamento de visitas guiadas, acesse http://christiansborgslot.dk.

Nationalmuseet
O Museu Nacional da Dinamarca cobre não só a história de 14 mil anos dos povos escandinavos, desde as dos caçadores de henas da Era do Gelo e as dos Vikings: conta também a história de outros povos e países da África, América e Ásia. Fica bem perto da Stroget, a principal rua comercial de Copenhagen. O museu dá ênfase às áreas consideradas chaves: entre elas, ciências naturais, restauração e comunicação, além de atividades relacionadas às igrejas do país e à guarda e administração de tesouros nacionais. Crianças são bem-vindas. Podem brincar e vestir roupas que parecem saídas do armário dos bisavós. E, ainda, experimentar trajes militares antigos ou modelos usados por príncipes e princesas. Certamente, quem tem menos de 12 anos não deixará de estar a bordo e de escalar o navio viking Gokstad, cópia do original do século 10, descoberto na Noruega. Mais informações no site www.nationalmuseet.dk.

Na internet
; Para saber a programação da Opera e da Royal Playhouse, acesse http://kglteater.dk.

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