postado em 23/11/2011 11:42
O ponto de partida para o começo da aventura pela Patagônia do Chile é a cidade de Punta Arenas, localizada à beira do Estreito de Magalhães e distante pouco mais de três horas de voo da capital Santiago. Turistas normalmente ficam pelo menos dois dias em Punta antes de iniciarem os roteiros Patagônia adentro.
Os habitantes da cidade costumam dizer que a localidade tem algumas semelhanças com a Austrália, já que ambas estão situadas ao sul do mundo, começaram como colônias de presidiários e, mais à frente, ganharam características cosmopolitas. Os antigos presidiários uniram forças e viraram colonos. No século 19, imigrantes europeus desembarcaram na região, levando a arquitetura e um toque de cultura. Quase metade da população local é de origem croata.
No centro de Punta Arenas, não faltam opções de hotéis, que vão desde os mais simples até o imponente cinco estrelas Casino Dreams Punta Arenas, inaugurado há dois anos. A temperatura mínima chega aos -5;C no inverno e, no verão, não passa dos 14;C. A cidade é convidativa para uma boa caminhada, com direito a paradas nos restaurantes das ruas de acesso à Praça Muñoz Gamero, onde se encontra o monumento de Magalhães.
A estátua localizada no centro da praça homenageia o navegador português Fernão de Magalhães, que deu nome ao Estreito de Magalhães. Por quatro séculos, essa foi a única passagem utilizada para atravessar do Oceano Atlântico para o Pacífico, até a construção do Canal do Panamá, na América Central, em 1914. O monumento nacional tem uma estátua do explorador da região ; que navegou pelo estreito em 1520 ; tendo ao lado uma sereia e dois nativos a seus pés. Diz a lenda local que quem parar em frente à estátua e beijar o dedão do pé de um dos índios voltará um dia a Punta Arenas.
Em volta do monumento, artesãos locais expõem seus trabalhos em pequenas tendas erguidas nas laterais da praça. É a oportunidade de comprar lembranças da Patagônia a preços acessíveis. Em frente à praça, está localizado o Palácio Braun Menéndez (www.dibam.cl/sdm_mr_magallanes), onde residiu uma das famílias mais tradicionais da região até o século passado, e hoje sede do Museu Regional de Magalhães.
Apostas
O calçadão à beira do Estreito de Magalhães também rende uma caminhada interessante, que termina no Hotel Dreams. Para quem gosta de jogos de azar, o local abriga um imenso cassino, com centenas de máquinas caça-níqueis. Se você não curte jogar, vale pelo menos conhecer, já que no Brasil as apostas são proibidas. No luxuoso hotel, há ainda bares, bingos, spa e um restaurante erguido no último andar do prédio, espelhado em azul. De lá, tem-se uma bela vista do mar e de toda a cidade incrustada entre o estreito e a Cordilheira dos Andes.
A 7km de Punta Arenas, o Mirante de Cerro de La Cruz tem uma vista panorâmica da cidade. Perto, encontra-se o centro de esqui Cerro Mirador (www.clubandino.cl), único lugar no Chile onde se pode esquiar com vista para o mar. O prato típico da região são os frutos do mar, mas os restaurantes também servem carnes com batatas.
[SAIBAMAIS]Local de saída para grande parte dos cruzeiros que têm como destino a Antártida, Punta Arenas é uma zona franca. Encontram-se no local, com facilidade, produtos eletrônicos a preços mais acessíveis que no Brasil. O desenvolvimento econômico da cidade coloca-a na condição de segunda maior renda per capita do Chile.
Rota dos aventureiros
Com cerca de 600km de extensão, o Estreito de Magalhães separa os oceanos Atlântico e Pacífico. Trata-se da mais importante ligação natural entre os dois maiores oceanos do mundo. Famoso pela dificuldade na navegação, o estreito foi descoberto por Fernão de Magalhães, no século 16, e três séculos depois foi usado como rota pelos caçadores de ouro.
O trecho foi atravessado por Francis Drake e Charles Darwin.
O jornalista viajou a convite do Serviço Nacional de Turismo do Chile (Sernatur)
