postado em 29/11/2011 17:02
Fortaleza ; Pródiga na criação de mitos, a Grécia viu vários deles caírem quando sediou as Olimpíadas de 2004, uma das mais caras da história (com custos de aproximadamente US$ 11 bilhões, o dobro do previsto). ;O principal deles era de que o número de visitantes aumentaria por ocasião dos jogos, e foi justamente o contrário;, lembra George Drakopoulos, gerente geral da Associação de Empresas de Turismo (Sete, na sigla em grego) do país.Palestrante da Conferência Internacional de Turismo (http://bit.ly/szJ7vG), que termina hoje (29/11), no Centro de Eventos da capital cearense, ele sabe de cor o número relativo ao baque: naquele ano, foram 11,7 milhões de turistas, 5,88% a menos do que em 2003. A ocupação hoteleira em Atenas durante o ano olímpico também ficou abaixo do esperado: 63%, ante os 70% atuais.
Se serve de consolo a hoteleiros, agentes de viagem e outros profissionais do setor ; principalmente aos brasileiros, que estão de olho na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016 --, ele alerta: a situação melhora assim que os jogos terminarem. Pelo menos foi o que aconteceu no país desde então. ;Os turistas deixam de vir por achar que o país está lotado de gente e caro; passado esse período, eles voltam;, enfatiza. A Grécia deve fechar este ano ; de agravamento da crise econômica, protestos e greves em todo o país ; com 16,5 milhões de visitantes, número quase 10% maior do que o de 2010.
Esses turistas encontram, sete anos depois, uma capital onde o legado olímpico (no bom e no mau sentido da expressão) está por toda parte. A infraestrutura urbana de Atenas, especialmente a de transporte público, que ajuda a aliviar o caótico trânsito local, recebeu um incremento significativo por conta dos jogos. Mas eles também deixaram de herança uma série de arenas que nem sequer são tocadas hoje.
Os jogos de 2004 impulsionaram a construção de 33 complexos esportivos e 13 prédios para outros fins. Apenas dois desses 46 empreendimentos têm uso comercial hoje. ;O mal do país foi construir demais; nada disso era necessário;, aponta. ;O Brasil não pode cometer esse erro;, completa ele, que trabalha há 17 anos na associação e é vice-presidente dos membros afiliados da Organização Mundial do Turismo.
;Mais: é melhor investir em publicidade depois dos jogos, e não antes deles;, sugere. ;Antes disso, toda a mídia estará naturalmente voltada para o país.; Só nas Olimpíadas de Atenas, essa atenção se traduziu em 35 mil horas de cobertura, 16 mil correspondentes de emissoras de rádio, 5,5 mil repórteres e fotógrafos da imprensa escrita e 3,9 bilhões de espectadores pelo mundo.
A jornalista viajou a convite da organização da Conferência Internacional de Turismo.