Turismo

O Panamá seduz viajantes de negócios e os que buscam compras e passeios

Cenário de profundos contrastes urbanos e sociais, o Panamá mostra sua faceta mais cosmopolita para seduzir não só os viajantes de negócios, mas também aqueles que buscam compras e passeios despretensiosos

postado em 30/11/2011 21:11
Cenário de profundos contrastes urbanos e sociais, o Panamá mostra sua faceta mais cosmopolita para seduzir não só os viajantes de negócios, mas também aqueles que buscam compras e passeios despretensiosos

Um sentimento de surpresa toma conta do viajante que passeia pelas ruas da Cidade do Panamá pela primeira vez. Há muito mais para ver no país além do famoso canal ; que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico ;, construído pelos americanos no começo do século 20. Sim, as aulas de história do ensino fundamental finalmente ganham forma e cor diante da gigantesca obra de engenharia, mas são outros detalhes que tornam o destino encantador. Nessa lista, estão a gastronomia (com diversos modos de preparo dos frutos do mar), as praias, o contato com a floresta tropical, os hotéis e resorts, os baixos preços cobrados pelos produtos de marca e, finalmente, os gigantescos e modernos arranha-céus, com até 70 andares.

Quem nunca pensou que o país ; que serve de passagem para mercadorias de todo o mundo ; pudesse ser o destino de uma família durante o período de férias não pode se culpar de ter essa impressão. Hoje, apenas 10% dos visitantes internacionais vão a lazer. Os demais estão ali para fazer negócios, principalmente no canal ou por causa dele. Essa característica fez com que a rede hoteleira se desenvolvesse para atender ao público mais exigente do mundo: os executivos endinheirados. Apenas nos últimos cinco anos, boa parte da orla da cidade foi aterrada para dar espaço a esses hotéis e aos novos empreendimentos, como apartamentos milionários e salas para escritórios.

Em destaque a F, no centro financeiro da capital, com seus 52 andares retorcidos e mais de 200 metros de altura

As avenidas e ruas, em sua maior parte, são largas e bem sinalizadas. O que chama a atenção é a antiga frota de ônibus urbanos, chamados de diablo rojo, diabo vermelho, em português. Eles têm um formato bastante característico: baixinhos e largos. Todos são coloridos com tinta spray, cada um com uma série de desenhos específicos, como rostos de pessoas e imagens de santos.

O centro histórico, onde fica a sede do governo panamenho, no entanto, lembra as cidades do interior de Minas Gerais, pelo calçamento feito em bloquinhos e pelas casas coloniais (atualmente, bastante desgastadas pelo tempo). Algumas delas estão sendo restauradas, mas em geral tem-se a impressão de que ainda falta investimento para mantê-las bonitas como outrora.

Sem praia
Como no Brasil, também existem favelas no Panamá, mas esses locais não são acessíveis aos turistas estrangeiros. Não há tours como os organizados no Rio de Janeiro. Os próprios moradores da cidade consideram-nas perigosas o suficiente para não recomendar que ninguém de fora caminhe entre as casinhas. Os curiosos até podem pedir aos guias ou ao taxista que faça uma breve passagem por lá, mas não verão nada muito diferente do que existe nas periferias brasileiras: construções antigas, multifamiliares e malcuidadas, coloridas pelas roupas estendidas aos montes em grades e cordas.

E como há grandes contrastes entre o novo e o velho e os pobres e os ricos, até se poderia imaginar que as ruas estariam tomadas de mendigos, principalmente nas regiões mais nobres, o que não ocorre. A fiscalização do governo é rígida com relação a isso. Não se permite, por exemplo, que crianças peçam esmolas nas ruas. No Panamá, a situação configura abuso de menor e, ainda que os pais não estejam com o filho no momento, são indiciados. Menores de 18 anos também não podem andar desacompanhados dos pais depois das 21 horas.

Outro detalhe está na ausência de praias na capital. Apesar de a cidade ser banhada pelo mar, não há nem um lugarzinho sequer para os banhistas. As ondas quebram em pedras e paredões que impedem a água de subir as ruas. Portanto, para tirar a roupa de banho de dentro da mala, é preciso se entregar à piscina do hotel ou pegar, pelo menos, uma hora de estrada.

A jornalista viajou a convite da Flot Operadora Turística e da Copa Airlines


Conclusão demorada
O Canal do Panamá soma 81 quilômetros de extensão e começou a ser construído pelos franceses em meados de 1880. O projeto desandou inicialmente, em especial por causa da incidência de doenças tropicais, como malária e febre amarela, entre os trabalhadores. Quando os Estados Unidos decidiram tocar o projeto, o Panamá ainda fazia parte da Colômbia. O país conseguiu independência em 1903 e as obras foram concluídas 11 anos depois.


Processo de substituição
O governo do Panamá estipulou para dezembro a troca de toda a frota de ônibus antigos. Já é possível ver nas ruas os modelos convencionais, similares aos que existem no Brasil. Até o momento, não se sabe o que será feito dos veículos coloridos. Até o momento, os substituídos foram postos lado a lado em um estacionamento.

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