Turismo

O holístico Vale do Capão que atrai pessoas pelo estilo natural de vida

postado em 07/12/2011 12:57

Otacilio Lage

O Vale do Capão visto do alto: o povoado cresceu nos anos 1980, quando o Ciclo do Diamante já havia acabado e a economia estava em recessão
A possibilidade de viver de acordo com um estilo voltado ao desenvolvimento humano e ao respeito à natureza atrai moradores de diferentes partes do planeta ao povoado de Caeté-Açu, incrustado no Vale do Capão. Com oito associações, o vale respira arte, artesanato e atividades sustentáveis, como agricultura orgânica, cultivo de ervas medicinais, produção de fitoterápicos e fitocosméticos. Teatro, coral, circo e dança, por sua vez, ocupam as horas de lazer dos moradores. O turismo é comprometido com a conservação do patrimônio natural e cultural.

A partir de Caeté-Açu, o visitante pode fazer as principais trilhas: para o Vale do Paty, Andaraí, Lençóis e Mucugê, além de usufruir de caminhadas pelos Gerais do Rio Preto, do Vieira e da Fumaça. A caminhada do Vale do Paty, trilha que pode durar cinco dias, é considerada por trekkers como uma das mais belas do mundo.

Quem chega no Vale do Capão logo se apaixona pelos cânions, cachoeiras, corredeiras, lagos, escarpas e trilhas inusitadas. Para completar as opções de rapel, escalada, arvorismo e corridas de aventura, está sendo implantada a prática de voo livre com parapente, sempre com acompanhamento de profissional do ramo.

O povoado surgiu com o fim do Ciclo do Diamante e a queda dos preços do café, o que fez a região mergulhar numa longa recessão. Os anos 1970 e 1980 foram sinônimos de emigração para São Paulo, numa busca por trabalho e melhores condições de vida.

Simplicidade
A chegada ; a partir dos anos 1980 ; de novos moradores à procura de uma vida focada em alimentação natural, curas alternativas e convívio em comunidades foi um elemento decisivo na recuperação do crescimento local. Eles trouxeram ideias e comportamentos inéditos. Aos poucos, a integração cultural e a cooperação entre os forasteiros e a população nativa mudaram o rumo do Capão e trouxeram de volta quem deixou a terra em busca de oportunidades Brasil afora.

A ausência de grandes empreendimentos turísticos e o surgimento de unidades hoteleiras de pequeno e médio portes preservam o ambiente rural. Os atrativos turísticos mais apreciados são os banhos de rio e as deslumbrantes imagens das serras que circundam o vale.

Com temperatura média de 19;C, o vale tem um microclima caracterizado por dias de céu azul e noites frias. Entre os animais, os de mais destaque são os pássaros ; tanto pela variedade quanto pela quantidade ; que podem ser apreciados facilmente. A quantidade de plantas no interior do vale é enorme: dá para encontrar orquídeas, lírios, sempre-vivas, candombás, quaresmeira, candeias, quinas (de onde se tira a quinina, substância empregada no combate à malária), copaíbas (o óleo da madeira é anti-inflamatório), jatobás, plantas insetívoras, etc.

O Vale do Capão está situado entre as serras do Candombá (lado ocidental) e da Larguinha e o Morro Branco (lado oriental). Fica a oeste do estado, a 470km de distância de Salvador. O acesso é feito pela BR-242 e pela BA-849. (OL)


Pé na trilha

; Respeite a natureza ao seu redor.

; Deixe as plantas ou animais silvestres nos locais em que você os vir.

; Contrate serviços de uma agência de turismo e guias credenciados no Ministério do Turismo se quiser fazer passeios.

; Traga seu lixo de volta para a cidade mais próxima do atrativo que você conheceu.

; Para caminhadas mais longas, trabalhe sua resistência física antes de viajar para a região.

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