postado em 18/01/2012 08:00
Fazer um cruzeiro tornou-se uma atividade cobiçada no Brasil. Segundo estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira de Cruzeiros (Abremar), durante a temporada 2010/2011, 20 navios transportaram 792.752 cruzeiristas no país, sendo 693.723 brasileiros e 99.029 estrangeiros. A pesquisa mostra ainda que 62,7% estavam em sua primeira viagem de navio e a maioria (86,8%) pretende repetir o passeio.
Tantos bons números não são à toa: as embarcações reúnem espaços de lazer e diversão para todos os gostos e idades. Entre os pontos mais elogiados pelos entrevistados, constam a infraestrutura e os serviços ofertados nos navios. E, para usufruí-los com paz e segurança ; mesmo depois da tragédia ocorrida durante o último fim de semana na Itália ;, o passageiro deve estar alerta tanto no momento da compra quanto depois do embarque.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull, explica: convém checar se a empresa é de confiança e verificar se a operadora que ofereceu o pacote tem filiação à Abav. ;A bordo, é preciso seguir as cartilhas lançadas pelas companhias marítimas (disponíveis em todas as cabines);, aconselha. ;Deve-se também dar atenção, ao sair do porto, aos treinamentos de segurança promovidos pelos tripulantes. Geralmente, as pessoas não dão muita importância, mas é importante, na hora de uma tragédia, saber qual porta escolher, como colocar o colete salva-vidas e largar tudo na cabine;, emenda. Se o turista verificar alguma situação que esteja em desconformidade com o definido no contrato, também pode recorrer à Polícia Federal e fazer um boletim de ocorrência assim que o navio parar no próximo porto.
Para Edgar Bull, o tamanho do navio não influencia em termos de segurança. ;O que precisa é haver garantia de que o cruzeiro está dentro das normas internacionais;, afirma. ;Não acho que as pessoas devam desistir de viajar por causa dessa tragédia. Fazer um cruzeiro é um sonho;, conta o vice-presidente da Abav, que já viajou de cruzeiro pelas ilhas gregas, Itália e Caribe.
O professor Mário Galvão de Moura Lacerda, diretor do centro de treinamento de turismo avançado ABL e Associados (em São Paulo), trabalha há 45 anos no ramo e lamenta o ocorrido. ;Os navios hoje são ultramodernos e contam com toda a parafernália necessária para fazer uma viagem tranquila;, assegura. ;Quantos aviões caem e a gente não para de voar? É muito raro um cruzeiro afundar;, completa.
Precauções
Embora no Procon-DF não haja queixas que tratem apenas de cruzeiros, o diretor do órgão, Oswaldo Morais, dá algumas dicas para quem pretende comprar um pacote. ;Verificar a idoneidade da empresa e checar se há no Procon reclamações sobre a agência de viagens são algumas recomendações;, enumera.
;É preciso fazer tudo por escrito e não aceitar benefícios verbais. Fotografar ou filmar irregularidades também são atitudes aconselháveis;, acrescenta. Para verificar se as agências de viagens e operadoras não se tratam de empresas-fantasma, o consumidor pode acessar o Cadastur (), sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do turismo.
Quanto às bagagens, o recomendado é que tenham nome e contatos tanto no lado externo quanto no interior. Outra dica é conferir, antes da viagem, se o nome do passageiro, ao ser emitido nas etiquetas de bagagem da companhia de turismo, está correto. ;É bom ter todo tipo de precaução, porque até provar que o erro é material, dá muito pano para manga;, comenta Morais.
A coordenadora do curso de turismo da Upis, Magali Regina Michels, enfatiza que quem vende pacotes lida, na verdade, com sonhos e expectativas das outras pessoas. ;O passageiro compra um produto turístico que vai aproveitar em outro momento; às vezes, até depois de muitos meses. E isso vale para cruzeiros também. A todo instante, pessoas estão sendo lesadas por falsas empresas, que vendem bilhetes e pacotes inexistentes;, explica.
Para saber mais
Nordeste se destaca
O estudo realizado pela FGV e Abremar mostra que o destino mais procurado no Brasil é o Nordeste (29,2%). Entre os internacionais, Caribe e Buenos Aires foram citados por 17% e 13,4%, respectivamente, dos entrevistados. Das pessoas que responderam à pesquisa, 88,9% aproveitaram para conhecer pelo menos uma das cidades da escala e 89,1% voltariam a esse destino.
No Brasil, a maioria dos turistas que optam por esse meio de transporte têm entre 25 e 34 anos (26,3%). Predominam os visitantes com renda entre R$ 2,5 e R$ 5 mil (33,7%) e também são mais frequentes aqueles que vêm de São Paulo (61.1%). (CPC)
Fique atento
; Verifique a idoneidade da empresa acessando o portal Cadastur, do Ministério do Turismo (www.cadastur.turismo.gov.br);
; Certifique-se de que a agência de viagem seja filiada à Abav;
; Consulte o Procon-DF para ver se já há registros ou queixas sobre a agência ou operadora;
; Siga as cartilhas disponibilizadas pela companhia nas cabines do navio e fique atento à demonstração de segurança, no começo da viagem.