[SAIBAMAIS];Fiz um cruzeiro de Miami a Cancun, em 1998. Pararíamos em Key West e em diversas ilhas do Caribe, mas nada disso foi cumprido. Zarpamos às 10h. Às 14h, já estávamos balançando acima da normalidade, a ponto de um tripulante lacrar as janelas da nossa cabine com uma lona preta. Depois, soubemos que era para não vermos a água passar desse ponto, ou seja, do sexto andar, onde ficava nossa cabine (o navio tinha 12 andares).
Nesse sufoco, ficamos da tarde de segunda até a manhã de quarta, vendo todo mundo vomitar, inclusive os tripulantes. Enfim, chegamos ao México (Cozumel), onde todos desceram, e quisemos voltar a pé, de ônibus, de avião; de qualquer jeito, menos de navio.
Aí, pela primeira vez, o comandante nos chamou no auditório do navio e explicou o que acontecera. Acrescentou que a ida para Cancun e o retorno para Miami não tinham previsão de risco: mar de almirante. Assim, resolvemos voltar a bordo e ainda fomos ressarcidos com 70% do valor pago pelo cruzeiro. Minha conclusão é a de que não há como conduzir milhares de pessoas para os botes salva-vidas num momento de crise. É impossível. Tripulantes e turistas deste navio italiano tiveram muita sorte. Cruzeiro jamais.;
Armando Antunes Lima, consultor de empresas.