postado em 11/04/2012 09:00
; Mariana CerattiEspecial para o Correio
O avião vindo de Santiago (Chile) começa a descer rumo ao Aeroporto de Sydney. Nesse instante, quem está na janela tem sorte. Pode levantar as cortinas para observar, do alto, o encontro entre o céu dourado, o mar prateado na Botany Bay e a costa contornada pela luz suave do sol. Depois de 11.364km percorridos em 14 horas de voo direto, fica fácil perder a noção do tempo, e as cores do cenário não ajudam a esclarecer se é manhazinha ou fim de tarde, hora de café ou de jantar, momento de espreguiçar para mais um dia ou de se preparar para dormir em breve.
Esse impacto (no corpo e na cabeça) causado pela longa jornada se mistura rapidamente ao encanto de ter um novo mundo diante dos olhos. Se a Austrália empolga tanto os brasileiros, não é à toa: Sydney, por exemplo, apresenta o tempo agradável e a energia típica das cidades praianas brasileiras ; principalmente o Rio de Janeiro ;, mas nem de longe parece maltratada pela falta de planejamento urbano, pela desigualdade social ou pela violência (ainda que o caso do estudante Roberto Laudisio, morto com uma arma de choque pela polícia no último 18 de março, assuste o Brasil). Aliás, muito pelo contrário.
Igualmente bem cuidada, Melbourne (ao sul) é o equivalente paulistano dessa parte da Oceania. Não tem a exuberância natural de Sydney, mas conquista aos poucos ; e para sempre ; os que gostam de longas caminhadas, boa comida e agenda cultural intensa. Conhecer suas ruelas, babar com a arquitetura e visitar as vinícolas nos arredores são atividades essenciais em um roteiro básico de qualquer viajante pelo país.