Turismo

Brasil quer receber mais de 10 milhões de turistas estrangeiros até 2020

Brasil busca atrair vistantes dos Brics, fazer com que o brasileiro viaje mais pelo país e reduzir impostos no setor

postado em 22/02/2013 13:24
O ministro do Turismo Gastão Vieira

O Brasil quer atrair mais turistas dos Brics -- grupo de países emergentes composto por China, Índia, Brasil e Rússia -- e restituir vistantes estrangeiros de impostos pagos no Brasil. Esses são dois dos objetivos anunciados pelo ministro do Turismo, Gastão Vieira, em São Paulo, durante o 19; Workshop da operadora de viagens CVC. O ministro considerou "nada cômoda" a posição do Brasil de 52; colocado no ranking de 139 países em um relatório do Fórum Econômico Mundial focado na competitividade do turismo.

[SAIBAMAIS]"Estamos focando nosso esforços nos destinos não tradicionais, como os dos Brics, que estão entre os maiores geradores de turistas.Com a crise na Europa e nos Estados Unidos, é difícil que esses países façam o turismo crescer no Brasil", diz Vieira. "Queremos atrair estrangeiros e fazer com que os brasileiros também conheçam mais o próprio país", completa. E, para promover a competitividade do turismo, a ideia do Mtur é que os visitantes estrangeiros possam ser restituídos ao sair do país. "A vinda de um estrangeiro é uma exportação. É possível fazer isso sim", conta.

Segundo os últimos dados do IBGE, divulgados pelo Mtur, o Brasil registrou o ingresso de 5,2 milhões de turistas estrangeiros em 2010, um patamar considerado baixo, quando comparado com outros países como França (76,8 milhões), Estados Unidos (59,7 milhões), China (55,7 milhões) e Espanha (52,7 milhões). Um dos objetivos é passar de cerca de 5 milhões de turistas anuais para, aproximadamente, 10 milhões até 2020. Vieira mencionou ainda o fato de o governo estreitar laços com a inciativa privada para buscar investimentos e para conseguir negociar. Também salientou o fato de o setor turístico oferecer empregos de forma mais rápida para famílias menos privilegiadas e se tornar uma importante ferramenta de inclusão social. "O turismo é a instância mais rápida para que o Brasil vença as dificuldades econômicas."

Para o presidente da Associação Brasileiras de Agências de Viagens (Abav), Antônio João Monteiro de Azevedo, tanto a desoneração quanto a atração de turistas dos países dos Brics serão positivas para o Brasil. "A Rússia está entre os cinco países no mundo que tem maior gasto de turista per capital e a Embratur já está participando em feiras lá", conta. "A economia mundial está em um processo de transformação. Vinham muitos europeus para o país, mas, com a crise, o fluxo diminui, então é preciso procurar novos mercados. E nós queremos que as agências de viagens também sejam incluídas nessa desoneração", completa.

Tendências: Caribe, Europa e cruzeiros
E, se os brasileiros gostam de viajar para fora, um dos destinos preferidos é em alto-mar. O aumento de vendas da CVC de cruzeiros internacionais para brasileiros dobrou em relação ao ano passado. Essa foi uma das áreas de maior crescimento da operadora de viagens. Fabio Godinho, vice-presidente de Produtos e Marketing da empresa conta que o preço atrativo -- com pacotes de pouco mais de U$ 1 mil pelo Caribe --, o aumento da oferta de vôos para região da América Central e as possibilidades de cruzeiros durante o ano inteiro, são fatores que explicam a grande procura. "Fazer cruzeiro pode ficar mais barato que ficar em um resort no Caribe e você ainda conhece várias outras ilhas", afirma.

Outra aposta para este ano são os destinos na Europa. "No ano passado, as passagens estavam muito caras, por causa das Olimpíadas. Agora, estão mais baratas, pela metade do preço", avalia Godinho. O Caribe também foi uma região que registrou grande ida de brasileiros. Só em Cancún, por exemplo, o aumento foi de 200%, em relação ao ano passado. E, no Brasil, quem surpreendeu na região Nordeste, foi a capital de Alagoas. As vendas para resorts em Maceió cresceram 78% entre 2011 e 2012.

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