Turismo

Mesmo com problemas, bicicletários livres têm 36 mil usuários em Nova York

Desde o lançamento no final de maio, as bicicletas de uso livre de Nova York já rodaram mais de 766.000 km, embora sua chegada seja marcada por problemas técnicos e continue sendo alvo de polêmica

Agência France-Presse
postado em 11/06/2013 18:02

Desde o lançamento no final de maio, as bicicletas de uso livre de Nova York já rodaram mais de 766.000 km, embora sua chegada seja marcada por problemas técnicos e continue sendo alvo de polêmica

Nova York - Desde seu lançamento no final de maio, as bicicletas de uso livre de Nova York já rodaram mais de 766.000 km, o equivalente a uma viagem de ida e volta à Lua, embora sua chegada à cidade seja marcada por problemas técnicos e continue sendo alvo de polêmica.

É impossível não vê-las: 6.000 bikes azuis instaladas na parte sul de Manhattan e nos bairros da moda do Brooklyn invadiram as ruas e as lojas, somando-se aos "profissionais" que usam capacete e cujo número não para de aumentar nos últimos anos na cidade.

Trinta e seis mil nova-iorquinos já têm uma assinatura anual, um sucesso tamanho que algumas pessoas ainda esperam para receber sua "chave azul", usada para desbloquear as Citi bikes.

"Vamos mandar esta semana as chaves àqueles que contrataram a assinatura entre 27 de maio e 3 de junho", informaram os encarregados do programa este fim de semana. Os assinantes anuais, semanais ou diários têm, ainda, que enfrentar problemas técnicos com as bicicletas e as estações.



Com frequência, fica impossível deixar uma bicicleta em uma estação porque o sistema de bloqueio não funciona. O mesmo inconveniente às vezes acontece para retirar a bike. Outro problema: em algumas estações, os cartões de banco - única forma de pagamento para assinaturas de curta duração - não são aceitos.

O serviço de atendimento ao cliente foi reforçado nos últimos dias para responder de forma mais eficaz às ligações e e-mails de consumidores frustrados. Apesar desses obstáculos, muitos defendem o serviço.

Desde o lançamento no final de maio, as bicicletas de uso livre de Nova York já rodaram mais de 766.000 km, embora sua chegada seja marcada por problemas técnicos e continue sendo alvo de polêmica
"Isto vai levar algum tempo, é certo, mas vai se ajeitar", repetem aqueles que há duas semanas aprendem a conviver com taxistas agressivos, caminhões de entregas e bikes elétricas dos entregadores chineses que costumam andar na contramão.

Outros usuários menos empolgados começam a demonstrar cansaço e estabelecem um prazo, por exemplo de mais uma semana. "Depois disso, eu desisto", admite Alex Lepetit, que reclama por ter chegado atrasado a duas reuniões de trabalho por não encontrar lugar para deixar a bicicleta nas estações mais próximas.

De qualquer forma, o programa apresenta números que são um convite ao otimismo: um número recorde de 22.399 viagens realizadas em 9 de junho e um total de 162.248 desde o lançamento, em 27 de maio.

Quando estiver totalmente implantado, o programa deve oferecer 10.000 bicicletas em 600 estações, o que transformaria o sistema nova-iorquino em um dos mais importantes do mundo depois da cidade chinesa de Hangzhou (que tem 60.000 bicicletas) e Paris (mais de 20.000 "vélibs"). Mas às questões técnicas se soma uma guerra política: alguns falam de nazismo, outros comparam a prefeitura aos talibãs.

"Por que toda essa polêmica por algo que é, indiscutivelmente, uma coisa boa?", questionava o jornal New York Times em referência velada aos comentários mordazes de Dorothy Rabinowitz, membro do comitê editorial do liberal Wall Street Journal.

Em dois vídeos que se disseminaram na internet, Rabinowitz denunciou "os totalitários que dirigem esta cidade" e "um programa de pesadelo que horroriza a maioria dos nova-iorquinos".

O humorista de esquerda Jon Stewart falou do tema em seu "Daily Show" e a revista New York apresentou em um gráfico as cinco razões pelas quais "os conservadores odeiam tanto as Citi bikes".

Segundo a revista, os conservadores "detestam o prefeito multimilionário e cosmopolita Michael Bloomberg", não gostam de compartilhar e odeiam que o programa seja apresentado como bom para a saúde e o meio ambiente e, sobretudo, que seja "vagamente francês".

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