Turismo

Pernambuco ficou famoso pela confecção de clássicos do artesanato

Os trabalhos em barro do Mestre Vitalino e a arte rendeira das mulheres de Pesqueira se destacam

Guilherme Carréra
postado em 16/04/2014 08:58

O artesão de Caruaru

Terra de Mestre Vitalino, Caruaru fica a 130km do Recife. No Agreste pernambucano, é o município que se sobressai. Em parte pela temperatura mais amena depois que o sol se põe, mas sobretudo pelos trabalhos em barro do filho mais ilustre. Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), conhecido como Mestre Vitalino, foi o artesão que soube como nenhum outro moldar o nordestino no barro. Em peças que representavam o trabalho, a família e o lazer do homem sertanejo, ajudou a construir o imaginário de um povo. No bairro do Alto do Moura, um dos maiores centros de arte figurativa das américas, o turista encontra a Casa-Museu Mestre Vitalino, onde ele morou, e uma infinidade de outros ateliês dos discípulos. No Recife, o barro de Caruaru pode ser comprado em vários endereços. Um deles é o Centro de Artesanato de Pernambuco, na Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife. Aberto diariamente, das 10h às 20h.

A carranca de Petrolina


Seguindo interior adentro, o turista vai encontrar Petrolina, a capital do sertão pernambucano. Se não quiser percorrer os 720km em busca das famosas carrancas petrolinenses, é só se dirigir ao Mercado de São José, na Praça Dom Vital, no bairro de São José, centro do Recife. Foi Ana Leopoldina Santos a responsável por moldar as primeiras carrancas na argila. O trabalho chamou a atenção pelos traços inéditos. Passou a responder por Ana das Carrancas, tornando-se a mais importante artesã da região e, décadas depois, merecedora da Ordem do Mérito Cultural pelo governo federal. Aos poucos, a técnica ecoou de Petrolina para o restante dos municípios do estado. Hoje em dia, já há produtos, inclusive, esculpidos na madeira. Os maiores servem para guardar a casa. Os menores, servem de amuleto contra o mau olhado. Independentemente disso, simbolizam a criatividade de ;uma mulher, negra, pobre e nordestina que venceu na vida;, como nas palavras de Maria da Cruz Santos, filha de Ana das Carrancas.

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