Juliana A. Saad, Especial para o Correio
postado em 16/07/2014 09:41
Cairo - Não é preciso consultar nenhuma Pedra de Roseta para saber que o Egito é um destino que suscita dúvidas neste momento. Mas o país, fonte inesgotável de cultura, fascina desde sempre pelo legado construído por suas antigas civilizações e solidificado em monumentos como as pirâmides e a Grande Esfinge de Gizé, sítios arqueológicos como o Vale dos Reis e templos como Karnak e Luxor, para citar alguns. Uma vez lá, é impossível ficar imune à força da história que perpassa o nosso olhar a cada momento. O Egito é sensacional e, certamente, continuará a sê-lo pelos milênios vindouros. Sua civilização teve início em 3.100 a.C. e teve nada menos de 31 dinastias de faraós egípcios e duas dinastias greco-romanas: uma macedônica, com Alexandre, o Grande, e outra Ptoloméica, que findou com Cleópatra VII, em 30 a.C. Além deles, bizantinos, árabes, turcos, mamelucos, franceses e ingleses passaram por lá e deixaram suas marcas no país que é o 29; maior e o 15; mais populoso do mundo. A área de 1.001.450km2 equivale a duas Franças, habitada por mais de 85 milhões de pessoas, das quais 99% vivem ao longo do Delta do Nilo, praticamente a única área não desértica do país.Há uma pergunta que quem esteve no país recentemente será a obrigado a responder, ou se cansará de ouvir: ;É seguro viajar ao Egito nesse momento?; Sim. Os jornalistas que foram lá, incluindo uma do Correio, foram bem-tratados e não houve o menor resquício de medo. Claro, há tanques e soldados em esparsos pontos e marcas das revoluções impressas nas pessoas e nos lugares. Mas as cidades fluem como de costume, e as pessoas anseiam pela volta dos viajantes, falam que ;estão construindo um novo Egito; e demonstram muita vontade de que as coisas se normalizem. No geral, duas coisas fazem com que valha a pena visitar o país atualmente: os preços estão cerca de 30 a 40% mais baixos nos estabelecimentos turísticos (de hotéis a excursões), e não há filas ou multidões de turistas nos monumentos, nos mercados e nos museus, o que torna a experiência muito especial.
Para se compreender
A Pedra de Roseta é um bloco de granito com inscrições de um mesmo texto em demótico, grego e em hieróglifos egípcios encontrada no norte do Egito, em 1799, pelo exército de Napoleão. Foi crucial para a compreensão dos hieróglifos, decifrados por Jean-François Champollion, em 1822 e por Thomas Young em 1823. É exibida no Museu Britânico desde 1802, onde é o objeto mais visitado.
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