Turismo

Roraima: cultura, gastronomia e tranquilidade seduzem visitantes

O clima ora rústico, ora cosmopolita, revela o melhor de uma região pautada pela convivência do simples e do sofisticado

postado em 20/08/2014 10:07
Boa Vista, a capital do estado, une a urbanidade com a natureza: canteiros arborizados e floridos fazem parte dos projetos arquitetônicos, como a catedral Cristo Redentor

Por lá, a moqueca de peixe flerta com a pimenta e responde pelo nome indígena de damurida. O álcool é extraído da macaxeira e vira o caxiri. Mandioca é outra história. As entranhas do porco engrossam a panelada, vendida a rodo na Feira do São Francisco, no centro da capital Boa Vista. Eles dançam a parixara e se acalentam à espera da cruviana, o vento frio da madrugada. Alguns preferem a capitiana, quando a rede é melhor que a cama.

[SAIBAMAIS]Roraima vive em um universo particular. Pelos confins do norte do país ; sem qualquer demérito na expressão ;, o estado não se curva diante das cobranças externas. Nem das mazelas. O clima ora rústico, ora cosmopolita, revela o melhor de uma região pautada pela convivência do simples e do sofisticado.

Quase tudo cabe em Roraima. Aves, música, parques, rios, cachoeiras, asfalto, amazônia. Os mochileiros do imponente Monte Roraima, sempre em peregrinação na busca do cume místico. Os descolados guianenses, que andam por Boa Vista com o Caribe na cintura inquieta. Os índios venezuelanos e os artesanatos de rua. O diferente não destoa. Congrega-se.

Não cabe a visão restritiva que define os cantos de lá como ;longínquos;, como ;fim do caminho; ou outros equívocos que o valham. São os próprios roraimenses os melhores elementos de concepção do estado. Falem o que for, de lá eles não saem. E estão certos.

Muito além de uma bela vista

Clima quente, um traçado urbanístico plano, povo hospitaleiro e um belo rio ao lado. Cada vez mais, Boa Vista agrada a quem desembarca por ali. Até pouco tempo, muitos estavam somente de passagem. Buscavam as fronteiras (Venezuela e Guiana) e as atrações do interior do estado. Aos poucos, a capital de Roraima se torna um dos principais motivos para a viagem.



A impressão inicial ainda remete ao panorama de uma pequena cidade, principalmente quando comparada a outras metrópoles. A simplicidade, no entanto, não atrapalha. Soma. Com avenidas largas, canteiros floridos e uma orla convidativa, respira-se certo bucolismo.

A frugalidade do roraimense também faz diferença na gastronomia, nos eventos culturais e no convívio social. A Feira de São Francisco ilustra esse lado despretensioso da cidade: barracas de pratos típicos (um salve para a tapioca de banana com queijo), servidos com um dedo de prosa.

No quesito urbanidade, Boa Vista surpreende. Refinados cafés, concorridos restaurantes e lojas de renome nacional disputam espaço com ambientes mais tradicionais. Sempre à procura de transpor qualquer atraso, a capital de Roraima abraça as tendências sem negligenciar a própria história.

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