Carolina Braga
postado em 21/10/2014 12:52
Quando a porta de vidro de onde os aventureiros do EdgeWalk saem se abre para que subam ao topo da CN Tower, é tradição que todos aqueles que estejam próximos batam palmas e os incentivem. Vestido de vermelho, com cordas amarelas amarradas pelo corpo, para quem está prestes a alcançar o topo da principal atração turística de Toronto, a sensação é de frio na barriga. Talvez por isso os aplausos, que mais lembram a entrada no confinamento dos selecionados do Big Brother ou cenas hollywoodianas com astronautas, façam sentido. É para descontrair mesmo.
O EdgeWalk foi inaugurado em 2011, depois de quatro anos de pesquisas e testes. Foi um investimento de CAD$ 7 milhões. Além de atração turística para quem gosta de desafios, nada mais é do que a oportunidade para seis mortais de cada vez caminharem em uma plataforma de cerca de 1,5 metro, durante 30 minutos, com um detalhe que faz total diferença: a uma altura de 356 metros, o equivalente a 116 andares. Para se ter uma ideia do que isso significa, a Torre Eiffell, em Paris, tem 301 metros. É bem difícil descrever a sensação de liberdade, ao mesmo tempo de insignificância, que se tem lá de cima.
Quem se aventura precisa estar disposto a um verdadeiro ritual. Ao todo, gasta-se cerca de uma hora e meia. A atração tem hora marcada. À medida em que os grupos se apresentam, os praticantes devem assinar um termo, no qual assumem os riscos da atividade. Faz parte do protocolo. Assim como entrar na sala de vidro, onde é feita a paramentação.
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Brincos, relógios, óculos, anéis e nem mesmo faixas de cabelos são permitidas lá em cima. Os objetos pessoais são trancados em um escaninho e os macacões vermelhos, distribuídos. Quem está com sapatos ou tênis sem cadarços também precisa trocar por modelos mais seguros, oferecidos no local. Outra curiosidade: todos os aventureiros são submetidos a bafômetro antes de iniciar a atividade. Uma gota de álcool e estará vetado no passeio.
Desafio
Todo o processo é conferido pelo menos três vezes antes de o grupo subir. Em apenas 58 segundos, em uma velocidade de 22 km/h, o elevador percorre os 356 metros e, nesse momento, já não há como desistir. Cada participante é preso em uma estrutura de ferro, com rolamentos. Cordas capazes de sustentar um elefante são instaladas na frente e nas costas de cada um. Novamente, mais profissionais conferem se está tudo ;ok; e é hora de partir para a aventura.
O vento no rosto e as pernas bambas diante da suntuosa vista para o Lago de Ontário impressionam nos primeiros segundos. Aos poucos, o medo vai dando lugar à confiança. Com descontração, os guias propõem alguns exercícios e cada um, a seu ritmo, vai se soltando. O primeiro desafio é ficar bem na beirada da plataforma e olhar para baixo. Depois, é o contrário, momento de se jogar de costas e, aí sim, ficar quase pendurado. Barreiras são quebradas. Medos, vencidos. O coração palpita e não dá vontade de sair dali.
Está virando moda no Canadá escolher o EdgeWalk para celebrações especiais, entre elas, casamentos. Nesse caso, os noivos têm trajes especiais e podem levar até oito convidados lá para as alturas. Os outros participantes da festa podem acompanhar a cerimônia com transmissão ao vivo pelas televisões instaladas no prédio.
A experiência no Edge Walk não é barata: CAD$ 175, com direito a duas fotos e um DVD com todas as imagens do desafio. Quem quiser mais recordações daquele momento pode comprar um pen-drive por CAD$ 25. Ainda que as sensações vividas lá em cima fiquem guardadas apenas na memória de quem se desafiou, não deixa de ser uma senhora lembrança.
*A repórter viajou a convite de Tourism Toronto e Air Canada
Serviço:
EdgeWalk na CN Tower
Aberto de abril a novembro, exceto em dias de tempestades.
Os aventureiros devem pesar entre 34kg e 140kg, estar em perfeitas condições de saúde, com completo controle do corpo, aptos a andar e ter autorização dos responsáveis, caso sejam menores de 18 anos.
CAD$ 175
Informações: www.edgewalkcntower.ca