Turismo

Mochilão pela Europa: Lisboa encanta pela vida noturna e pelos restaurantes

Ande. Dê uma volta no local, nas ruas do Ouro e da Prata, os antigos restaurantes

postado em 04/02/2015 14:49

Ande. Dê uma volta no local, nas ruas do Ouro e da Prata, os antigos restaurantes
Porta de entrada para a Europa, Lisboa é multicultural, repleta de atrações e história para ser explorada por viajantes, principalmente os brasileiros. Uma vantagem da cidade é, assim como as demais desse roteiro, a possibilidade de chegar a qualquer ponto por meio do transporte público. Existem quatro opções: metrô, ônibus, tram (metrô de superfície), comboio (trem) e a mais charmosa de todas, que merece um passeio especial: o bondinho.

[SAIBAMAIS]O Elétrico (bonde) é um dos símbolos lisboeta e permite um passeio mais que agradável em volta da capital. Sozinho ou acompanhado, com os vagões lotados ou vazios, vale a pena dar uma volta, ouvindo conversas e aprendendo novas palavras com o sotaque e vocabulário lusitano. Aliás, locomover-se por transporte público é bastante prático, uma vez que o bilhete para utilizar qualquer um dos meios é único e custa pouco mais de um euro por trecho (confira Dicas).

Chegando de avião, logo no Aeroporto da Portela, é possível descer direto para a estação de metrô e seguir para qualquer bairro. Mas vamos com calma. Primeiro, encontre onde fica o seu hotel ou hostel. Em viagem de mochilão ; e estamos falando de euros ;, cada moeda já é uma economia. Vários albergues têm ótimas instalações, com diárias baratas que incluem café da manhã. Procure por aqueles localizados na região central, como Travellers House, próximo à Praça do Comércio, um dos principais pontos turísticos da cidade. A partir desse ponto, vale utilizar qualquer uma das opções de transporte.

Mas deixe lugares distantes para outro momento. Ande. Dê uma volta no local, nas ruas do Ouro e da Prata, os antigos restaurantes. Vá ao Martinho da Arcada, um dos mais antigos da Europa, onde o escritor Fernando Pessoa escrevia seus poemas e contos. Bem pertinho, seguindo a margem do rito Tejo, é possível conhecer a Torre de Belém, local de partida dos descobridores para explorar os mares e de onde saiu o navegador Pedro Álvares Cabral na viagem em que descobriu o Brasil. Logo à frente há o Mosteiro dos Jerónimos (assim, com acento agudo), um belo exemplo da arquitetura manuelina.

Também é possível conhecer o Padrão dos Descobrimentos, um monumento em homenagem aos descobridores. Ao fundo, dependendo do ângulo, dá para ver a ponte que imita a de São Francisco, nos Estados Unidos, chamada de Ponte 25 de Abril, em homenagem à data nacional da Revolução dos Cravos, que pôs fim ao regime salazarista em Portugal (leia Para saber mais). É curioso observar como Lisboa parece ter feito uma seleção aleatória de monumentos de outros países para replicar na cidade. Por exemplo, do outro lado da ponte, em Almada, há uma réplica do Cristo Redentor.

Ande. Dê uma volta no local, nas ruas do Ouro e da Prata, os antigos restaurantes
Siga a caminhada. Agora, prepare um pouquinho as pernas para subir algumas ladeiras. É reconfortante entrar na tradicional Igreja da Sé; ao lado dela há vários cafés onde você poderá dar uma volta e acalmar os ânimos. Falando em café, o povo português costuma tomar vários cafezinhos ao longo do dia, acostume-se e entre no clima dos gajos. Na mesma direção está a Igreja de Santo António, erguida, segundo conta a história, na casa onde viveu o santo. A construção foi a única que resistiu ao terremoto que destruiu Lisboa em 1755. O quarto em que nasceu Santo António teria ficado intacto. A entrada é gratuita.

Ainda ali pela região, não muito distante, há um ponto agradável para se visitar: o Castelo de São Jorge. Ele chama bastante atenção, pois é possível vê-lo por diversas áreas da cidade, já que se encontra em um dos pontos mais altos de Lisboa. Suba e dê uma paradinha no Urinol do Castelo, um cantinho escondido no trajeto de subida. Vá até lá, pague o ingresso ; que não é dos mais baratos, custa 8,50 euros ; e desfrute de uma visão panorâmica de boa parte da capital portuguesa. De lá, é possível ver o rio, a ponte que liga Lisboa à península de Setúbal, o Cristo Redentor e muitos outros monumentos.

Bares
Depois desse passeio, é hora de seguir em frente. Mas antes, pare em um bar e peça uma imperial. É assim como é chamado o chope na parte sul do país ; ao norte, chama-se fino. Não troque as bolas, há uma certa rivalidade entre as duas regiões e os moradores não gostarão muito de ouvir as palavras erradas. É até são capazes de corrigirem a má colocação de fino ou imperial.

Dito isso ; e, cerveja bebida ;, há várias opções no roteiro. O que fazer à noite? Lisboa, como não poderia deixar de ser, tem opções para quem gosta da vida noturna. Uma quantidade enorme de bares aguarda o visitante no Chiado, com muitas pessoas caminhando pelas ruas estreitas para conhecer e trocar ideias ; claro, se o tempo estiver bom. Também é possível encontrar discotecas para quem gosta de dançar. Sim, discotecas. Não fale boates, a menos que queira perguntar onde fica um prostíbulo.

Vocabulário à parte, siga o passeio. Lisboa é a cidade onde é possível comer muito bem a preços baixos, se comparado ao resto da Europa. Sardinhas, bacalhau à Brás, lulas grelhadas e afins. Não deixe de experimentar algum prato tradicional português (veja dicas de restaurantes em Onde comer).

Aliás, não se esqueça de pegar um tram para ir a Belém e comer o verdadeiro pastel de Belém, que só é feito no café A Brasileira, onde há uma estátua do poeta maior Fernando Pessoa, sentado em um banco. Coloque isso na cabeça: pastel de Belém é aquele que é vendido em Belém, que funciona como um bairro de Lisboa. No restante de Portugal, chama-se pastel de nata. Dependendo de quanto tempo tiver, saiba que não será possível fazer tudo o que a cidade oferece. Lisboa é uma linda região, com ar cosmopolita, apesar do tamanho.

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Oceanário
Se procura uma atividade mais tranquila, não deixe de passar no Oceanário. Essa é uma ótima opção para quem tem interesse pela vida marítima. Programa bem família, tranquilo, também não é dos mais baratos ; o ingresso custa 14 euros ;, mas é divertido ver aqueles superaquários de perto. Ele fica localizado no Parque das Nações, que foi construído especialmente para abrigar a Expo 1998, a última exposição mundial do século 20. Bem à frente, tem o cassino, que lá é conhecido como Casino (com apenas um ;s;). No local, dá para visitar a Torre Vasco da Gama, com 140 metros de altura, e fazer um passeio no teleférico, que nos dá uma visão de todo o parque. Lá, é possível ver a ponte Vasco da Gama, a mais nova de Portugal e a mais longa da Europa, com 17km de extensão sobre o rio Tejo.

Para os fãs de futebol, há dois grandes clubes na cidade, com dois belos estádios para visitar: o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal. O primeiro é o maior vencedor do campeonato português, dono do Estádio da Luz, que foi palco da final da última edição da Liga dos Campeões. Já no estádio José Alvalade, você conhece a casa do Sporting, que está na terceira posição no campeonato de Portugal.

Aliás, o torcedor português é bastante fervoroso com futebol. Cuidado ao entrar no assunto, principalmente com os mais velhos, pois são capazes de dizer que Cristiano Ronaldo, a quem chamam apenas Ronaldo, é melhor que qualquer brasileiro na atualidade. Não é para menos: o jogador ganhou, por três vezes, a Bola de Ouro da Federação Internacional de Futebol (Fifa).


Revolução dos Cravos
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No ano passado, Portugal comemorou os 40 anos da Revolução dos Cravos. O movimento, que ocorreu em 25 de abril de 1974, derrubou o regime salazarista do país e trouxe a democracia para a região. Em 1932, Antônio de Oliveira Salazar tornou-se primeiro-ministro das finanças e ditador. A partir daí, instalou um regime inspirado no fascismo italiano. Em 1968, Salazar sofreu um derrame cerebral e foi substituído pelo ex-ministro Marcelo Caetano, que prosseguiu com sua política. A decadência econômica e o desgaste com a guerra colonial provocaram descontentamento na população e nas forças armadas. Naquela data, explodiu a revolução. O interessante é que a senha para o início do movimento foi dada por uma rádio, que tocou a música Grândula Vila Morena, proibida na época, à meia-noite. Assim, os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento.

Onde ficar
Home Lisbon Hostel
homelisbonhostel.com
Rua de São Nicolau, 13
Diária a partir de R$ 43 para acomodação em quarto com oito pessoas

Yes! Lisbon Hostel
yeshostels.com/pt
Rua de São Julião, 148
Diária a partir de R$ 46 para acomodação em quarto com seis pessoas

Travellers House
travellershouse.com
Rua Augusta, 89, 1; andar
Diária a partir de R$ 46 para acomodação em quarto com seis pessoas

Goodmorning Lisbon Hostel
goodmorninghostel.com
Praça dos Restauradores, 65, 2; andar
Diária a partir de R$ 36 para acomodação em quarto com 10 pessoas

Lost Inn Lisbon
lostinnlisbon.com
Beco dos Apóstolos, 6
Diária a partir de R$ 36 para acomodação em quarto com 10 pessoas

Living Lounge Hostel
lisbonloungehostel.com
Rua do Crucifixo, 116, 2; andar
Diária a partir de R$ 43 para acomodação em quarto com oito pessoas

Onde comer
Cruzes Credo Café
facebook.com/cruzescredo
Cruzes da Sé, 29
Horário de funcionamento: todos os dias, das 10h às 2h

Taverna Imperial
Praça Restauradores 16, 1250
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 11 às 23h

Cervejaria Trindade
cervejariatrindade.pt
Rua Nova da Trindade, 20
Horário de funcionamento: todos os dias, das 10h às 1h30

Príncipe do Calhariz
principedocalhariz.com
Calçada do Combro 28, 1200-012
Horário de funcionamento: de domingo a sexta, das 10h às 15h (almoço) e das 19h às 22h30 (jantar)

Lateral Bistro
lateral-bistro.pt/
Avenida Barbosa Du Bocage 107A, 1050
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 12h às 16h (almoço) e das 19h à 0h (jantar)

Restaurante BellaLisa
restaurantebellalisa.com
Avenida Visconde Valmor 65A, 1050
Horário de funcionamento: todos os dias, das 11h30 às 15 (almoço) e das 18h30 à 0h (jantar)

Dicas

Metrô
Uma das melhores formas de conhecer Lisboa é utilizar o metrô. Basta ir a qualquer máquina presente na estação e comprar um cartão, que custa 0,50 euro. Depois, carregue-o com a quantidade de viagens que pretende fazer, cada trecho custa 1,4 euro.

Trem
Para conhecer localidades próximas à Lisboa, a melhor maneira é de trem. Para isso, vale a pena consultar o site oficial do transporte ferroviária, o Comboios de Portugal, que oferece tarifas mais baixas que em outras páginas. Se você tem menos de 25 anos, ganha ainda 25% de desconto na passagem.

Lugares próximos

Para quem quer conhecer outras cidades de Portugal, Lisboa tem um localização ideal. São três horas de viagem de trem para ir até as principais cidades. Ao norte, há Coimbra e Porto. No extremo sul, não deixe de conhecer as belas praias de Lagos, principalmente se for verão.

Avião

Para seguir caminho no mochilão de Lisboa para cidades mais afastadas da Europa, vale a pena usar o avião. Antes, consulte em sites especializados as tarifas low cost, que apresentam custos bem menores que os tradicionais. As aeronaves não são lá tão confortáveis, mas o preço compensa a viagem.

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