A tuba solta as primeiras notas. A trompa e o clarinete seguem a trilha. De repente, contrabaixo e guitarra se harmonizam aos metais e uma voz grave faz tudo em volta estremecer. Os acordes envolventes convidam todos a pararem o que estão fazendo. O palco é a rua. A plateia são os milhares de visitantes que desembarcam no centro histórico de Nova Orleans todos os dias.
Qualquer esquina é lugar para que os músicos locais façam o que sabem de melhor, fato que tornou a maior da cidade do estado da Louisiana o berço do jazz norte-americano, numa manhã chuvosa de terça-feira, em plena calçada, ou num fim de tarde de um domingo ensolarado no parque, a região exala música. Mas a cidade tem mais a oferecer aos turistas, como as delícias da culinária crioula, as baladas na fervida noite da Bourbon Street e os costumes dos povos americano, francês e espanhol.
O encontro das culturas afro-americana, francesa e espanhola fizeram de Nova Orleans uma das cidades mais cosmopolitas dos Estados Unidos. Terra de boa comida e berço do jazz, o local, às margens do Rio Mississipi, é um convite para o bem-estar. É no centro histórico, conhecido como French Quarter, que as coisas acontecem. Um lugar para ser apreciado com calma, de preferência ao longo de um dia ou dois. Recomenda-se caminhar pelas ruas, em vez de ir de carro, por exemplo. Mas pode-se fazer parte do trajeto em um bondinho de estilo vintage. A maioria dos prédios é do século 18, o que dá um charme especial à região. São edifícios, parques, cafés, praças, restaurantes e mercados que levam o turista a uma viagem no tempo.
Nola, como os moradores carinhosamente chamam a cidade, foi fundada em 1718 pelos colonizadores franceses. Passou pela mão dos espanhóis e retornou aos franceses até ser, finalmente, integrada aos Estados Unidos em 1803, quando o estado da Louisiana foi comprado pelo país. O destino é um dos preferidos dos baladeiros de todo o mundo, além de agradar também aos que apreciam a arquitetura arrojada e a multiculturalidade.
Fantasmas
Aliás, a arquitetura é um belo exemplo da mistura que deu certo. A convivência entre os estilos crioulo e sulista (americano) dos antigos prédios coloniais do século 19, com muitos detalhes em ferro, encanta os visitantes, que podem conhecer o lado lúdico das construções na cidade.
São várias as histórias sobrenaturais que rondam Nova Orleans e aguçam a curiosidade dos turistas, em um misto de medo e diversão. A arquitetura antiga dos grandes casarões com imensos jardins dá mesmo a impressão, principalmente à noite, de que poderia servir de cenário para um filme de terror. Para se ter uma ideia, a cidade tem 42 cemitérios! Durante o dia, contudo, as fachadas coloridas e repletas de flores das mansões e prédios dão um tom mais alegre e ameno à localidade, como no Garden District. Os guias turísticos endossam a fama de que a região, sobretudo o French Quarter, é assombrada por fantasmas.
A culinária é um capítulo à parte em Nova Orleans, conhecida pelo requinte e pela originalidade dos pratos de origem cajun e crioula (creole, originalmente). Os nativos se orgulham bastante da gastronomia, e são oferecidos diversos cursos para os que, após saborearem as comidas típicas, queiram também aprender a prepará-las.
As mais apreciadas são a jambalaia, que se assemelha a uma paella, e o gumbo, um guisado de mariscos e carne. Quem for a Nola deve experimentar também os beignets, um tipo de bolinho de chuva envolto em uma quantidade incalculável de açúcar refinado. O doce é encontrado no Café Du Monde, tradicional reduto de estilo francês construído em 1962 nas proximidades do Rio Mississipi.
O repórter viajou a convite da Delta Air Lines.