Turismo

Conjugação de todos os sentidos: veja as paisagens e coma bem

Olhar até não poder mais, degustar novos sabores, sentir os cheiros das montanhas, experimentar as texturas e 'ouvir' o silêncio das águas, uma experiência que leva os turistas às alturas

postado em 01/04/2015 19:32

O lago Nahuel Huapi é um dos 25 navegáveis, cercados pelas montanhas. As águas geladas ganham tons que vão de um azul-celeste até um verde-suave: beleza inigualável
A combinação de relevo e degelo resulta na formação de 25 lagos navegáveis até o extremo sul, na fronteira com o Chile. Do Lago Nahuel Huapi, é possível ir de catamarã pelos espelhos d;água de cores que vão do azul-celeste ao verde-suave, resultado da combinação química entre rochas e pH. A travessia dura sete horas, com saída do Porto Pañuello. O passeio custa 520 pesos argentinos, mas outras taxas também são cobradas. Para embarcar, o passageiro deve pagar o imposto do Parque Nacional, de 80 pesos argentinos, e a taxa do porto, de 28,50 pesos argentinos. A embarcação deixa o porto, às 8h, e retorna ao fim da tarde. Logo nos primeiros minutos de navegação, pelo Nahuel Huapi, avista-se a ilha em que foi enterrado o criador do Parque, Perito Moreno.


A primeira parada é no Porto Blest, que dá acesso ao Lago Frías, cuja cor azul-celeste encanta o visitante. De lá, segue-se, de iate, até o Porto Alegre. Nova troca de embarcação e chega-se ao Porto Frías. No caminho, vê-se o Cerro Tronador, a principal glaciar do lado argentino. Ao desembarcar no Porto Frías, o turista pode, ainda, fazer a trilha pela floresta, até a base da cachoeira que dá origem ao lago. São três mirantes e cerca de 300 degraus montanha acima, mas o acesso é facilitado por escadas amplas e apoios ao longo do trajeto. Caso o turista queira cruzar a fronteira, deve enfrentar ainda 30km entre as montanhas. Para quem tem disposição, o percurso pode ser feito a pé, pela base ou subindo pelo relevo. Nesse caso, a caminhada dura até uma semana, a depender do preparo físico da pessoa.


Os turistas aproveitam o clima ameno para caminhar em trilhas e apreciar as paisagens nos mirantes
Se a ideia é encantar os olhos longe da água, o visitante tem boas alternativas. Uma opção leve é visitar o Cerro Campanário, cujo mirante dá boa visão dos lagos percorridos pelo passeio de barco. Ao pé do Cerro, há um teleférico, em que o visitante sobe 200m até o topo, em uma cadeira dupla de alumínio. A velocidade de subida é baixa e as paradas durante o percurso permitem que se observe cada detalhe da vegetação. Esse é o único meio de elevação que funciona o ano todo, uma vez que a floresta que o rodeia impede a formação de ventos fortes, acima de 70km/h. No mirante, há um café com variedade de tortas salgadas e doces, cujos preços variam de 120 a 160 pesos.


Giratório


Uma opção que vai mexer com todos os seus sentidos é conjugar boa gastronomia e visões de tirar o fôlego: não deixe de conhecer a Confeitaria Giratória, no pico do Cerro Otto. Lá, pode-se lanchar, almoçar e jantar enquanto se aprecia Bariloche em 360;. Isso porque a confeitaria foi construída sobre uma base de cilindros que rodam a estrutura. Das amplas janelas, o turista desfruta da vista do Cerro Catedral, do Lago Nahuel Huapi e do Cerro Tronador sem deixar a cadeira em que está sentado.
Principal glaciar da cordilheira, o Cerro Tronador atrai pela sua imponência: sensação de tranquilidade
O cardápio é variado e permite adaptações para quem tem restrições alimentares, como intolerância a glúten e à lactose. O acesso à Confeitaria Giratória se dá por meio de teleférico de cabine. Na parte externa do Cerro Otto, há opções de lazer para todas as faixas etárias, pois há rampas e escadas com corrimão por todo o local. O esquibunda, por exemplo, são 400m de descida em boias. Uma facilidade para chegar até o Cerro Otto é o transporte gratuito a partir do centro de Bariloche, a cada meia hora. A entrada custa a partir de 130 pesos, conforme a idade do visitante.


O trovão


É a principal glaciar do lado argentinho da Cordilheira dos Andes. Tem 3,4 mil metros de altura e fica dentro da parte mais isolada do Parque Nacional Nahuel Huapi. Recebeu esse nome em razão do som que é feito quando as geleiras se quebram e descem, morro abaixo, como se fosse uma trovoada.


"Brasiloche", no frio ou no calor

Para os praticantes de esqui, há pistas profissionais e iniciantes
Toda a estrutura turística de Bariloche foi montada, inicialmente, para a temporada de inverno, mas ganhou papel importante também no verão. É o caso do Cerro Catedral, a 20 minutos do centro da cidade. O pico tem 2,4 mil metros e é a maior estação de esqui da América do Sul. São 90km2 de pistas e 33 meios de elevação para transporte de passageiros. Por hora, 28 mil pessoas são transportadas ao longo da montanha. Para lá, vão praticantes de todas as idades, desde os iniciantes até os profissionais.


Por isso, a montanha é dividida em setores, de acordo com os quatro níveis de habilidade: verde, azul, vermelho e preto. Em alguns pontos, a camada de neve alcança 6m, o que permite boa prática do esporte. O local é bastante procurado por turistas que não costumam ter neve em seus países de origem, como os brasileiros. A ponto de os habitantes brincarem que, de julho a outubro, a cidade muda o nome para ;Brasiloche;, dada a quantidade de visitantes vindos daqui.


Quando não há neve, o Cerro Catedral abre as portas para os praticantes de montanhismo, trekking e mountain bike. Porém, quem não é adepto das modalidades radicais também tem boas opções, como a caminhada até o pico, com vista para o Cerro Tronador. No trajeto de duas horas, há paradas para descanso e mirantes para apreciar a vista. Para começar o percurso, o turista embarca em meios de elevação e, ao chegar aos 1,5 mil metros de altitude, inicia o trajeto. Durante a marcha, o ar rarefeito marca bastante a subida, mas nada que a paisagem não compense.

A repórter viajou a convite da empresa CVC e do Hotel Cristal

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