A quarta maior ilha do arquipélago e a terceira mais habitada, La Digue tem apenas 12 quilômetros quadrados. Apesar de pequena, a simpática ilhota abriga 2 mil habitantes, um pequeno centro comercial ; La Digue não é bem servida de comércio, para compras e serviços, a dica é pegar a balsa para Praslin ; e uma das praias mais bonitas do mundo.
A ilha tem esse nome em homenagem a um dos navios franceses da frota que descobriu o arquipélago, em 1768, ainda que só em 1789 os primeiros franceses e escravos africanos se instalaram em La Digue. Ainda é possível visitar uma antiga fazenda de baunilha e de coco, a L;union State Park, onde se aprende mais sobre a extração do óleo de coco, uma das especialidades, e conhecer construções da época. É preciso pagar uma pequena taxa de cerca de 2 euros ; pouco para encontrar uma das praias mais bonitas do mundo, a Anse Source d;Argent.
Cercada por gigantescas pedras de granito, a enseada tem areia branca bem fina, água quente azul-cristalina e poucas ondas. O local é ótimo para mergulho com snorkel, mas o instrumento não é realmente necessário ; ignorando os turistas, vários peixes nadam próximos à orla. Como toda praia em Seychelles, o charme da Source d;Argent é a estrutura quase inexistente.
Com um quê de praia deserta, quem visita o local se esconde do sol forte debaixo das árvores. Quase no fim do litoral, uma pequena loja de sucos e frutas frescas oferece um complemento perfeito para o momento. Aproveitando o cenário, é possível encontrar até algumas cerimônias de casamento.
Outras duas praias interessantes são a Grand Anse e a Petit Anse, que são divididas por mais pedras graníticas. Para chegar à Petit, é preciso seguir as indicações de uma placa, andar por entre a vegetação e subir um pequeno morro ; há um fluxo de turistas no caminho e é difícil se perder, mas, se necessário, há um pequeno restaurante na areia.
Boi e bicicleta
Por ser muito pequena, há dois meios de transporte principais em La digue ; o carro de boi e as bicicletas. Como uma miniatura de Amsterdã, há várias opções de aluguel de bicicleta, geralmente a uma taxa de 10 euros por dia. Preparada para o transporte por duas rodas, a ilha tem boas ciclovias que passam por dentro da mata, mas nem sempre o caminho é fácil. É comum ver turistas desistindo de pedalar nas subidas e empurrando suas bicicletas, mas as descidas valem a pena. São nesses momentos que se sente o vento para aliviar o calor úmido da região.
Durante o passeio, vale uma parada breve na igreja da ilha, que tem um pequeno vitral; casas antigas no estilo francês colonial; o cemitério do século 18, na beira da praia, e para admirar as enormes pedras graníticas.
Para chegar à ilha, uma balsa faz o percurso entre Praslin e La Digue em 15 minutos. Outra opção é alugar um helicóptero. Ao atracar no porto, o pequeno escritório de turismo da STB (Seychelles Tourism Board) dá as boas-vindas e oferece informações aos turistas. Uma dica é perguntar o caminho de bicicleta até o restaurante Zerof, que serve, entre vários pratos, uma salada de polvo e peixe assado com molho creole muito saborosos e que prometem energia para continuar pedalando.
Aldabra
O atol de Aldabra, ao sul do arquipélago, é considerado um dos maiores atóis do mundo, e é patrimônio da Unesco desde 1982. É formado por quatro ilhas dispostas em um anel, criando uma lagoa de cerca de 155km;. A água é trocada pelas marés duas vezes por dia e, por isso, a diversidade da vida marinha é muito grande. Por ser relativamente isolada, é lar de mais de 150 mil tartarugas gigantes e boa parte dos corais tem cerca de 125 mil anos de idade.
As tartarugas gigantes
Apesar de terem sido consideradas extintas em 1840, em 1995 descobriu-se que as tartarugas de Seychelles também eram tartarugas-gigantes, parentes daquelas de Galápagos. Elas estão em risco de extinção, mas o governo faz o possível para preservá-las e, por isso, é fácil encontrá-las em cativeiros nas ilhas. Algumas costumam aparecer nas praias para os turistas mais sortudos. A maior parte dos exemplares está presente no atol de Aldabra.
Reserva de belezas naturais
A segunda maior ilha das Seychelles com 39km; e cerca de oito mil habitantes, Praslin oferece mais praias paradisíacas com menos agito e turistas do que Mahe. Para chegar, é preciso tomar uma balsa e aproveitar uma hora de viagem no meio das águas azuis escuras do Oceano Índico, ou optar por helicópteros ou pequenos aviões.
Algumas das praias mais interessantes da ilha são a Anse Volbert, onde os turistas podem ver peixes e nadar perto dos barcos de pesca, a Anse Lazio, que tem mar super azul e árvores frondosas próximas à areia e a Anse Georgette, uma das praias mais desertas da ilha. A Georgette é a praia particular de um hotel, mas quem não está hospedado no local pode visitá-la mediante agendamento. Não se assuste ; para chegar à areia é preciso atravessar um campo de golfe, e alguns taxistas garantem que a caminhada demora 45 minutos enquanto, na verdade, 20 minutos são suficientes.
Mas a maior atração da ilha de Praslin é o Vallée de Mai, uma reserva protegida pela Unesco. Lá estão várias espécies endêmicas da região, algumas palmeiras únicas e o famoso coco de mer (leia ao lado)além do papagaio-preto, a ave símbolo das Seychelles, tão raro que a crença local garante que encontrar um deles é garantia de boa sorte. O percurso é dividido em três caminhos, e cabe ao turista escolher qual prefere seguir baseado no tempo livre. O passeio é agradável ; apesar de muito úmido, as enormes folhas das palmeiras garantem sombra durante toda a caminhada.
Para quem ficar em Praslin uma boa dica é checar a programação para mergulho e os traslados para um dia nas ilhas menores mais próximas. Destinos interessantes são a Curiouse Island e a St. Pierre. O forte de Seychelles são os resorts, mas quem prefere explorar um pouco mais da culinária local, os restaurantes Pirogue (vale provar o peixe assado) e o Bonbon Plume, na Anse Lazio são boas opções. Para uma refeição com os pés na areia, escolha as mesas mais próximas à praia e peça o peixe grelhado ou ao curry.
Outros pontos turísticos que valem a pena visitar são a fazenda de pérolas, que conta também com uma pequena lojinha, e o National Heritage Treasure Trail, uma propriedade onde o turista pode encontrar antigas destilarias de canela e alguns dos tesouros de piratas encontrados na ilha.
Semente gigante
O coco de mer é considerado a maior semente do mundo, e só existe nas ilhas de Seychelles. Em Praslin, no Vallée de Mai, estão a maior parte dos exemplares nativos. A grande curiosidade da semente é que tem o formato de uma pélvis feminina, demora até sete anos para amadurecer e pesa cerca de 30 quilos. A planta masculina, que poliniza a palmeira feminina, tem formato fálico. Enquanto não havia residentes em Seychelles, os navegadores frequentemente encontravam as sementes flutuando no mar e, por nunca terem visto a palmeira, a lenda dizia que o coco de mer crescia de uma árvore mística submarina. Só em 1768, descobriu-se a palmeira. Para preservar a rara árvore, em Seychelles é crime usar a semente como alimento, mas é possível levar uma semente para casa, desde que oca (já que é muito pesada) e com um selo do governo local.