[SAIBAMAIS]Além de correrem e pedalarem, faça o frio que fizer, os dinamarqueses são adeptos da culinária saudável. A tendência ganhou força na década de 1990 e continua difundida nos restaurantes locais, com a criação de uma espécie de manifesto por uma nova comida nórdica ; ideia replicada pelo chef René Redzepi, do Noma, restaurante de Copenhague que já foi eleito o melhor do mundo. Aqueles que aderem ao movimento têm a predileção por alimentos orgânicos, isto é, que não fazem uso de fertilizantes e agrotóxicos. Além disso, usam itens frescos, normalmente cultivados na época certa, de preferência no próprio país.
Nos melhores restaurantes de Copenhague é comum os garçons informarem aos clientes de onde veio a comida ou a bebida que se consome. No Almanak, por exemplo, as maçãs usadas em um dos espumantes vendidos no local são cultivadas na ilha de um dos donos do estabelecimento, que as envia para a Alemanha, para que a bebida seja produzida, engarrafada e encaminhada ao restaurante.
Nos cardápios, muitos peixes, frutos do mar, e sanduíches abertos (smorrebrod), que geralmente são servidos no almoço. Feitos com o tradicional pão de centeio, eles têm uma consistência mais rígida que os pães brasileiros e, normalmente, são servidos com manteiga e recheios frios, como salmão e salada. Plantas e flores comestíveis também estão no menu, assim como sobremesas exóticas.
No Nimb, a mistura entre raiz de beterraba, framboesa e sorvete de baunilha tem vez, além de ser bem recebida pelo público. Aliás, sobremesas ricas em açúcar e em chocolate não parecem ser tão comuns ao paladar dinamarquês, principalmente diante da nova lógica da cozinha. O Nimb também fica em Copenhague, sendo que uma das sedes está localizada dentro do Tivoli Gardens, um dos parques de diversões mais antigos do mundo.
Com os sabores oferecidos no Café Knarr, em Roskilde, na ilha da Zelândia, é possível voltar no tempo até a era viking da Escandinávia ao apreciar saladas exóticas e temperos desconhecidos, como o da conserva de angélica, uma erva aromática, misturada com cavedinha-francesa, um grão de baixa caloria. A comida é servida em tábuas de madeira. E a ambientação não para por aí. Isso porque o restaurante está localizado nas imediações do Museu de Barcos Vikings, onde estão expostas cinco carcaças de embarcações milenares, encontradas na década de 1960. De acordo com historiadores, as estruturas são diferentes, tendo sido usadas para transporte e para guerra.
A poucos metros dali, é possível navegar em réplicas menores e até guiá-las ao longo de alguns metros da margem. Mas a aventura exige fôlego e boas noções de inglês ou dinamarquês para marinheiros, pois será necessário controle da vela, do leme e sincronização nos remos.
Inclusive, próximo da área do museu, há oficinas para adultos e crianças ajudarem na construção de embarcações, algumas em miniaturas. Para entrar nesses espaços, é necessário pagar. O passeio de barco não está incluso. Ele custa algo em torno de Kr 95, cerca de R$ 45.
Culinária natural
Os estabelecimentos e a população favorecem a continuidade dessa nova onda. Noventa por cento das instituições que trabalham com alimentos têm comida orgânica e 17% da população consome esse tipo de produto. Pequenos tipos de batata estão em alta na Dinamarca e são chamados de ;novas batatas dinamarquesas;.