Turismo

Três passeios para fazer em Cracóvia, a capital espiritual da Polônia

A cidade atrai 10 milhões de turistas por ano e é destaque por seus cenários deslumbrantes, museus e igrejas que sobreviveram a guerras e divisões territoriais

Alexandre Guzanshe
postado em 24/10/2015 09:00

A cidade atrai 10 milhões de turistas por ano e é destaque por seus cenários deslumbrantes, museus e igrejas que sobreviveram a guerras e divisões territoriais

Fim de verão na Europa, calor como se estivéssemos no Brasil e a cidade de Cracóvia fervilhando de pessoas. O Rio Vistula margeia a cidade, uma das mais antigas da Polônia e uma das mais bem conservadas cidades europeias. O Centro Histórico da cidade, tombado pela Unesco, é patrimônio da humanidade. O Castelo Real impressiona com sua catedral e belos jardins. A Praça do Mercado é rodeada de cafés e restaurantes, que oferecem comida típica. E ainda tem uma parte de reflexão histórica, indo ao Gueto Judeu e dando uma passada na fábrica do alemão Schindler. Para terminar, um passeio pelo Bairro Judeu, que hoje é um ponto de encontro de jovens, intelectuais e artistas.


Cracóvia é uma cidade e tanto para se conhecer. Localizada no Sul da Polônia, foi fundada no século 8 pelo sapateiro Krak, que acabou se tornando rei do país. Passou por várias transformações, foi capital da Polônia, enfrentou divisões territoriais, guerras e nunca foi destruída. Hoje, é a segunda cidade do país (a capital é Varsóvia) e tem aproximadamente 1 milhão de habitantes. Cracóvia é considerada o coração da Polônia, a capital cultural e espiritual do país. Cidade universitária com uma das mais antigas escolas da Europa, atrai 10 milhões de turistas por ano, recebe visitantes de todo o mundo, mas 80% deles são os próprios poloneses. O Turismo selecionou algumas atrações imperdíveis. Confira!

A cidade atrai 10 milhões de turistas por ano e é destaque por seus cenários deslumbrantes, museus e igrejas que sobreviveram a guerras e divisões territoriais
Castelo e Catedral
O complexo de Wawel construído numa pequena colina à margem esquerda do Rio Vistula, que inclui o Castelo de Wawel e a catedral, é um belo passeio para uma manhã ensolarada. Aquele passeio que se faz de uma só vez, dois em um, num dos cenários mais deslumbrantes da cidade.


O Castelo Real de Wawel foi erguido por Sigismundo I, o Velho, no século 7, residência oficial de reis, e sobreviveu sem danos a todas as guerras. A origem do nome Wawel é ;lugar seguro;. E de tão seguro está lá no alto da colina, com suas torres imponentes e suas muralhas que nos remetem ao período medieval. Podemos visitar os aposentos reais, os tesouros da coroa, os pátios espaçosos, bem iluminados e com um belo jardim.


Desse jardim é possível ver a segunda atração do complexo e talvez a mais importante atração de Cracóvia, a Catedral Wawel. Construída sob influência de vários estilos arquitetônicos (gótico, renascentista, barroco, classicista) e devido às ampliações, serve como repouso final de vários reis, santos e heróis nacionais. Gotas de sangue do papa João Paulo II, nascido Karol Wojtyla, também estão lá na Catedral. Ela é considerada santuário nacional dos poloneses, lugar de peregrinação para os católicos. Subindo em uma de suas torres, tem-se uma linda vista da cidade. Poucos degraus acima, um sino de 11 toneladas feito em 1520 ; conhecido como sino de Sigismundo ; é o maior do país. Precisa-se de oito a 12 pessoas para fazê-lo tocar, o que só ocorre em ocasiões muitos especiais para a nação, como na morte do papa polonês João Paulo II, em abril de 2005.

A cidade atrai 10 milhões de turistas por ano e é destaque por seus cenários deslumbrantes, museus e igrejas que sobreviveram a guerras e divisões territoriais

O dragão Wawel

É uma das mais antigas e conhecidas lendas do povo polonês. Sob a colina onde foi construído o Castelo de Wawel vivia um dragão em um labirinto de cavernas. O imenso bicho arrasava plantações, comia rebanhos inteiros e, dizem, até pessoas. O certo é que foi um período escuro e tenebroso no reino de Krak. O rei reuniu seus melhores guerreiros. Ouviu conselhos de seus sábios e súditos. Mas ninguém conseguia matar o temido dragão. Ninguém, nem os mais valentes cavaleiros. Então, o rei Krak prometeu a mão de sua filha Wanda e parte de seu reinado pra quem conseguisse matar a besta.


Ninguém conseguia detê-lo, até que um cidadão comum se ofereceu, dizendo que tinha um plano para destruir e acabar com o dragão. O jovem Skuba sacrificou um carneiro, retirou todas as suas vísceras e no lugar recheou com enxofre e alcatrão. Deixou o falso carneiro à beira da caverna. Na manhã seguinte, o dragão acorda e come o carneiro com a mistura. Com muita sede, a besta toma toda a água do Rio Vistula e explode em mil pedacinhos, que se espalham pela cidade. Assim, o súdito Skuba casa-se com a princesa Wanda. A gruta onde habitava a fera passou a se chamar Gruta do Dragão e existe até hoje, próxima à entrada do castelo. Virou atração turística.


No local, há uma enorme escultura do dragão que, de cinco em cinco minutos, cospe fogo. Ah, o dragão virou também lembrancinha de viagem. Você encontra de vários tamanhos, cores e formas no comércio da cidade para levar de presente.


A cidade atrai 10 milhões de turistas por ano e é destaque por seus cenários deslumbrantes, museus e igrejas que sobreviveram a guerras e divisões territoriais
Mina de sal
(cidade Wieliczka)
Outro passeio bastante procurado é a Mina de Sal de Wieliczka. Cidade afastada cerca de 15 quilômetros do Centro de Cracóvia, abriga uma das minas de sal mais antigas do mundo e que está em funcionamento até hoje, mais voltada para a visitação de turistas e curiosos. O passeio dura cerca de duas horas e chega-se a descer 135 metros.


Com mais de 700 anos de história, a Mina de Sal de Wieliczka foi considerada, em 1978, patrimônio da humanidade pela Unesco. Pelos labirintos da mina, encontramos também cavernas, lagos e uma linda capela onde tudo é sal: paredes, pisos e esculturas. A construção dessa capela durou cerca de 30 anos e é uma das principais atrações dessa longa descida.

A cidade atrai 10 milhões de turistas por ano e é destaque por seus cenários deslumbrantes, museus e igrejas que sobreviveram a guerras e divisões territoriais
Praça do Mercado
No Centro Histórico de Cracóvia, também tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1978, o melhor é andar a pé. Está tudo muito perto. O ambiente nos leva a tempos antigos, tempos medievais. Museus, hotéis, instituições, igrejas, ruas reais e centro comercial. Tudo está lá.


No centro disso tudo, está a Praça do Mercado, local pulsante da cidade. É a maior praça de mercado da Europa Oriental. De um lado, encontram-se os cafés, os restaurantes, as lojas. Um museu medieval e subterrâneo faz uso da tecnologia e conta a história da cidade e da praça, nos transportando para o período medieval e nos contando como era o comércio e a vida cotidiana das pessoas naquela época. Já na outra ponta da praça, avistamos a linda Basílica de Santa Maria.


Sua fachada é simples e é um exemplo da arquitetura gótica na Polônia. Tem duas torres, e na janela mais alta de uma delas, a cada hora, 24 horas por dia, é executado um toque de clarim, uma tradição que remonta ao século 14. Mas o tesouro dessa preciosa igreja é o seu interior, com dezenas de capelas, altares, púlpitos e sua beleza maior: um imponente retábulo de Santa Maria, maior retábulo gótico da Europa, obra do escultor Wit Stwosz. É um magnífico exemplo de arte medieval, que sobreviveu principalmente aos nazistas e à Segunda Guerra Mundial.

Onde ficar

Hotel Sheraton Cracóvia ; www.sheraton.pl/krakow/en

Onde Comer
Wesele ; weselerestauracja.pl (comida tradicional polonesa)

Miód Malina (comida tradicional polonesa) ; miodmalina.pl/en/

Restaurante Ariel (comida tradicional judia) ; arielkrakow.pl

Moeda
Sloty ; R$ 1 = 0,96 sloty

Valor das entradas
Catedral Wawel: 12 slotys ou R$ 12,50

Museu Schindler: 21 slotys ou R$ 21,90

Mina de Sal Wieliczka: 79 slotys (passeio com guia em espanhol) ou R$ 82,30

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