Turismo

De mãos dadas e olho vivo: os cuidados para não perder os pequenos

Um minuto de distração é suficiente para o desespero. Com praias lotadas, é comum crianças se perderem. Por isso, além de ficar bem atento, siga as dicas das autoridades de segurança, e, quando preciso, peça ajuda

postado em 08/02/2016 09:00

Com a praia lotada, prevenir é sempre a melhor atitude para evitar traumas  ou problemas ainda mais graves
As praias brasileiras estão entre os destinos mais procurados nestas férias e também para o carnaval que se aproxima. Famílias buscam descanso à beira-mar, mas entre as centenas de praias ao longo dos 7,5 mil quilômetros da costa brasileira, há sempre aglomeração. Se você está nesse grupo, não se esqueça de ter um cuidado especial com as crianças. Um minuto de distração pode ser suficiente para que seus filhos se percam.

Paradisíacas, as praias de Santa Catarina são bem disputadas no verão. Somente de 1; de outubro de 2015 a 12 de janeiro deste ano, o Corpo de Bombeiros do Estado computou 5.204 casos de crianças que se desencontraram dos pais nas areias do litoral catarinense.

[SAIBAMAIS]O primeiro cuidado para quem vai para o litoral é escolher uma praia que tenha guarda-vidas. Eles podem não só orientar sobre locais apropriados para banhos como ajudar em caso de sumiço de alguém. Outro passo fundamental, de acordo com os Bombeiros de Santa Catarina, é identificar a criança. Use uma pulseirinha com os nomes da criança, do responsável e o telefone para contato. Sempre oriente seus filhos que, no caso de se perderem, procurem uma das casinhas dos guarda-vidas distribuídas na praia. Ou combine um ponto de referência para o caso de desencontros.

No litoral paranaense, por exemplo, a Polícia Militar registrou, somente nesta temporada de verão, 236 casos de crianças perdidas nas praias. Assim como em Santa Catarina, a PM e o Corpo de Bombeiros do Estado têm disponibilizado aos pais e responsáveis pulseiras de identificação para meninos e meninas. Até agora, foram distribuídas mais de 20 mil.

Um minuto de distração é suficiente para o desespero. Com praias lotadas, é comum crianças se perderem. Por isso, além de ficar bem atento, siga as dicas das autoridades de segurança, e, quando preciso, peça ajuda

Em Fortaleza, no ano passado, o projeto Vidas Seguras conseguiu reduzir em 50% o número de crianças perdidas, segundo a Inspetoria de Salvamento Aquático. Antes, a média era de 5 por mês. No Guarujá, no litoral paulista, o grupo Anjos do Verão também se dedica a prevenir as perdas e desencontros.

Um conselho é comum às autoridades: ao notar o desaparecimento, a família deve buscar imediatamente um guarda-vidas, um posto da PM ou dos Bombeiros. Caso a criança não seja encontrada, é necessário iniciar um processo de investigação. Nesse caso, procure uma delegacia, imediatamente. Confira outras dicas para evitar sustos.

Mais perigo

Além dos cuidados para as crianças não se perderem, cuide para que não se afoguem. Os dados sobre afogamentos no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), são assustadores:

; A cada 84 minutos, um brasileiro morre afogado

; 6 mil habitantes morrem afogados por ano no Brasil

; O afogamento é a segunda causa de óbitos de crianças entre 1 e 9 anos

; 75% dos casos ocorrem em água doce

Fique esperto

Ao sair de casa

; Converse com a criança. Avise sobre a possibilidade de ela se perder dos pais em locais de alta concentração de pessoas

; Oriente a criança sobre com quem conversar caso se perca dos pais. Ao chegarem a um local, mostre quem são os seguranças ou os policiais e que uniforme usam. Marque também um ponto de encontro, seja o portão de entrada, o guarda-sol colorido na praia ou um quiosque chamativo

; Na praia, não se esqueça de reforçar para o perigo de entrar no mar sozinha, pelo risco de afogamento. Diga para nunca procurar os pais ou responsáveis na água, caso se perca

; Coloque pulseiras, etiquetas ou crachás de identificação contendo nome da criança, nome dos pais e telefones celulares. Em viagens internacionais, informe também que a criança não fala o idioma do país

; Vista a criança com roupas bem coloridas e chamativas. Lembre-se de que a branca ou outras cores neutras desaparecem na multidão.

; Com o celular, fotografe a criança antes de sair de casa, assim você terá um registro exato das roupas que ela está usando no dia. Essa informação será muito importante em uma emergência. No desespero, os pais podem se esquecer até dos detalhes mais simples e óbvios

; Quando estiver com mais de uma criança ou em mais de um adulto, coordene antes do passeio quem ficará de olho em quem. É comum os incidentes ocorrerem justamente quando um dos responsáveis acha que o outro está de olho e vice-versa

Quando a criança se perde

; Avise imediatamente à equipe de segurança, polícia ou guarda-vidas

; Se estiver sozinho(a), peça ajuda às pessoas ao redor. Algumas praias do Sul têm um costume trazido pelos argentinos e uruguaios: quando alguém percebe uma criança perdida, vai andando pela beira da praia batendo palmas e, por onde passa, as pessoas ao redor batem palmas também para avisar que a criança está ali

; Procure não sair do local onde a criança desapareceu, pois ela pode retornar ao ponto de encontro

; Caso não encontre a criança, faça um boletim de ocorrência o mais rápido possível. Aqui no Brasil, a Lei da Busca Imediata (Lei n;8.069) determina investigação imediata em caso de desaparecimento de criança ou adolescente. Não é necessário esperar 24 horas

Fonte: Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas ; Polícia Civil do Paraná

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