Turismo

Cidades ao redor do mundo foram palco para gravações dos filmes do Oscar

Os cenários de filmes ficam marcados na memória dos amantes do cinema. E se tornam belos roteiros turísticos

Iana Caramori - Especial para o Correio
postado em 26/02/2016 09:00 / atualizado em 03/11/2020 10:55

Conhecida como o fim do mundo, Ushuaia foi escolhida para substituir Alberta, no Canadá:  luz semelhante

Assistir a um filme é, em muitas vezes, uma espécie de viagem sem sair da poltrona. Para os amantes do cinema, conhecer os cenários onde se desenrolaram as histórias é uma experiência ainda mais especial. No próximo domingo (28), o mundo conhecerá o vencedor da estatueta de melhor filme do Oscar de 2016. Para levar o prêmio, os produtores ficaram atentos a todos os detalhes: desde os atores até as cidades que serviram como pano de fundo das gravações.

 

Em O regresso, a escolha do cenário era essencial para o desenrolar da história. Em 1822, Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) inicia uma jornada pelo oeste americano. Após ser atacado por um urso e ficar seriamente ferido, Glass é abandonado e tem seus pertences roubados pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy).  Glass sobrevive e busca vingança.

 

Para dar vida ao inverno previsto no roteiro, os produtores escolheram a cidade de Alberta, no Canadá. Mas, no meio das filmagens, a neve derreteu e uma nova locação precisou ser escolhida. O diretor fotográfico escolheu Ushuaia, na patagônia argentina, onde até a luz natural se assemelhava à da antiga locação.

 

Ushuaia — conhecida como o fim do mundo — é o paraíso para quem gosta de tempo frio e atividades ao ar livre, como esqui ou snowboard. A Terra do Fogo também é ideal para quem quer relaxar. O Hotel Arakur — que hospedou DiCaprio durante as gravações — oferece as duas opções: tem piscinas aquecidas internas e externas; restaurantes; atividades culturais e sala de jogos; além disso, organiza trilhas, escaladas, rappel. Está localizado no topo das montanhas da cidade, na reserva de Cerro Alarkén.

 

Entre as atrações de Toronto, está a CN Tower, com pisos de vidro

América

Em outro longa indicado à estatueta, Jack (Jacob Tremblay), de 5 anos, não conhece nada do mundo, exceto o quarto em que vive com sua mãe Joy (Brie Larson). Em O quarto de Jack, poucas cenas foram gravadas ao ar livre. Mas, fora dos estúdios, os personagens circulavam por Toronto, no Canadá. A capital da província de Ontário tem várias atrações que exaltam a bela vista da cidade: a famosa CN Tower, torre de 553m com pisos de vidro; e a Casa Loma, castelo que fica no ponto mais alto da cidade.

 

Nos Estados Unidos, foi gravado Spotlight: segredos revelados. Baseado em um fato real, o longa mostra o trabalho de um grupo de jornalistas investigativos da editoria especial — spotlight — do jornal Boston Globe, que durante meses reuniu documentos, fez entrevistas, ouviu testemunhas e cruzou informações capazes de provar centenas de casos de abuso de crianças por padres católicos.

 

Em Boston, o parque Common é o local ideal para fazer piquiniques

Em Boston, uma das principais visitas turísticas da cidade é a Freedom Trail. A trilha conta com 16 atrações, como igrejas, monumentos e prédios históricos. O ponto de partida é o Boston Common, principal parque da cidade. Lá, o turista consegue o mapa e as opções de percurso da trilha, além de informações sobre os tours guiados, aluguéis de bicicleta e compra de bilhetes de bonde.

 

Apenas um filme foi gravado no leste europeu. Durante a Guerra Fria, mesmo sem ter experiência na área, o advogado James Donovan (Tom Hanks) é enviado a Berlim, capital alemã, para negociar a troca de Rudolf Abel (Mark Rylance), espião soviético, por um piloto americano.

 

Em Berlim, vale a visita ao museu Galeria de Arte Nacional, no centro

Berlim, o cenário de Ponte dos espiões, é considerada um dos principais centros culturais da Europa. No centro, por exemplo, está a Museumsinsel — ilha dos museus —, com a Galeria de Arte Nacional, o Museu Novo e o Velho, o Museu Bode e o Museu Pergamon.

 

O bairro de Kreuzberg, centro da cultura alternativa e dos imigrantes turcos, oferece inúmeras opções de bares e casas noturnas. A Oranienstraße, por exemplo, é uma ótima rua para quem quer começar a noite bebendo uma típica cerveja alemã.

 

Paisagens de outro mundo

O cenário escolhido para simular as paisagens de Perdidos em Marte foi o Deserto Wadi Rum, na Jordânia, Oriente Médio, velho conhecido dos fãs do filme Lawrence da Arábia. No longa, o astronauta Mark Watney (Matt Damon) é deixado no Planeta Vermelho por sua tripulação após ser dado como morto durante uma forte tempestade. Watney sobrevive e fica sem recursos e sozinho no local.

 

O ambiente do planeta Marte foi filmado no Deserto Wadi Rum, na Jordânia

Uma sugestão de visita para quem vai à região de Wadi Rum é o acampamento dos beduínos, grupo árabe que mora nos desertos. Depois de um passeio em um 4X4 ou em um dromedário, o turista pode passar a noite nos acampamentos. Sempre acompanhado de um guia, a experiência se torna uma aula de cultura local.

 

Outro roteiro gravado em clima desértico foi Mad max: estrada da fúria. No quarto filme da saga, Max (Tom Hardy) é levado por um grupo liderado pela Imperatriz Furiosa (Charlize Theron). Eles estão fugindo de uma cidadela tiranizada por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), que convoca suas gangues para perseguir os rebeldes.

 

Na cidade de Swakopmund, na Namíbia, foram feitas as cenas de Mad Max

A produção do longa escolheu como cenário os arredores de Swakopmund, na Namíbia. Na maior cidade do país, o turista pode fazer passeios pelas dunas do deserto africano, conhecer mais sobre a cultura local nos museus e fazer safáris. Swakopmund, na costa da África, surpreende pelo contraste entre a arquitetura colonial europeia e o cenário desértico da Namíbia.

 

Cidade azul

Dos indicados ao Oscar deste ano, dois filmes são ambientados em Nova York. A metrópole mais populosa dos EUA oferece atrações turísticas para todos os gostos. Baseado no livro de Michael Lewis sobre a crise econômica de 2008 nos Estados Unidos, um grupo de investidores aposta contra a estabilidade do mercado norte-americano no longa A grande aposta. O filme tem várias cenas em Wall Street, avenida conhecida como o coração financeiro de Nova Iorque.

 

Charging Bull: amuleto dos corretores, em Wall Street

Ao longo da rua, que fica na histórica Lower Manhattan, os turistas podem conferir a fachada da bolsa de valores de Nova York; o Federal Hall National Memorial, que conta com exposições sobre a história americana e da cidade; e a Trinity Church, igreja construída em 1846. Para completar a caminhada pelos arredores de Wall Street, conheça o Charging Bull, escultura de 3 toneladas de um touro, uma espécie de amuleto da sorte dos corretores nova-iorquinos.

 

Enquanto isso, do outro lado do rio, o Brooklyn ganha cada vez mais a atenção dos turistas. Assim como a vizinha Manhattan, o distrito oferece atrações variadas: de museus — Brooklyn Museum é um deles — a fábrica de cerveja — Brooklyn Brewery — oferecem visitas guiadas, feitas com reserva no site, de segunda a quinta-feira. Outro queridinho dos turistas é o Brooklyn Bridge Park. De frente ao East River, o parque é ideal para um piquenique e tem uma das vistas mais bonitas dos arranha-céus de Manhattan.

 

Do outro lado de Manhattan, o Brooklyn é conhecido, principalmente, pela bela ponte

No Oscar, o distrito será representado pelo filme Brooklyn, que conta a história da jovem irlandesa Eilis Lacey (Saoirse Ronan). Nos anos 1950, Eilis se muda para a região de Nova York, em busca de uma vida melhor. A jovem se apaixona pelo imigrante italiano Tony (Emory Cohen), mas uma tragédia a força a retornar para sua terra natal, onde conhece Jim Farrell (Domhnall Gleeson). Eilis precisa, então, decidir que cidade e que paixão escolher.

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