Turismo

A comodidade e as vantagens de escolher um hotel all inclusive

Ter refeições e bebidas embutidas no preço das diárias do hotel é a marca do sistema all inclusive, uma boa opção para não ultrapassar os gastos nas viagens. Mas é preciso calcular se a adesão vale a pena

Rafaella Panceri - Especial para o Correio
postado em 01/03/2016 09:00

O método é vantajoso e dá oportunidade de hospedagem em hotéis de boa qualidade, com diversas refeições ao longo do dia: ideal para famílias

Imagine uma viagem de férias em que os custos com a alimentação não ultrapassam o planejado. Você deve estar se perguntando se isso é possível, por exemplo, ao passear com crianças. Com elas, é bem improvável resistir à tentação de colocar a mão no bolso para comprar um picolé, um suco, um lanche à beira da piscina. A estratégia para fugir dos gastos extras pode ser optar por um estilo de hospedagem que ficou famoso em 1950: o regime all inclusive. Os hotéis que funcionam dessa forma oferecem café da manhã, almoço, jantar, além de bebidas e lanches ; tudo incluído no valor da diária.

O sistema é vantajoso: você paga por diárias geralmente mais caras que as de um hotel convencional da mesma categoria, para usufruir do serviço, mas pode se alimentar quantas vezes (e o quanto) quiser nos restaurantes do hotel e no bar da piscina, consumir o que estiver no frigobar e aproveitar a comodidade do serviço de quarto sem pagar a mais por isso. Atividades coletivas, como aulas de dança, ginástica e recreação, também costumam entrar no pacote. As regras mudam de hotel para hotel, mas a garantia é de, pelo menos, três refeições diárias.

Na ilha de Itaparica, na Bahia: relax sem pensar na conta

Pioneirismo

A primeira empresa a apostar no modelo de viagens de lazer com todas as despesas incluídas no pacote turístico foi a Club Med. O grupo tem, hoje, resorts de luxo em todo o mundo. No Brasil, há três estabelecimentos: na Ilha de Itaparica (BA), em Trancoso (BA) e em Angra dos Reis (RJ). O conceito começou rústico: os hóspedes dormiam em cabanas, sem luz elétrica e água encanada. Os benefícios eram a fartura de comida e a possibilidade de relaxar. Os pacotes foram divulgados em estações de metrô em Paris e na Bélgica e custavam, à época (1950), 15.900 francos. A inauguração do novo modelo de negócios levou 300 pessoas à Ilha de Mallorca, na Espanha.


Tudo incluído, sem luxo
Hotéis all inclusive são perfeitos para organizar viagens com custos previsíveis, mas a escolha precisa ser feita com cuidado, de acordo com o destino escolhido e com as expectativas quanto ao serviço oferecido. O perfil do viajante que opta pelo sistema é o clássico bom de garfo (e de copo). Ele aproveita a fartura de comida e bebida sem se incomodar com o quanto está gastando, pois está tudo incluso na diária. Crianças e adolescentes também fazem a festa: porções variadas e snacks à disposição são atrativos para os pequenos.

Ter refeições e bebidas embutidas no preço das diárias do hotel é a marca do sistema all inclusive, uma boa opção para não ultrapassar os gastos nas viagens. Mas é preciso calcular se a adesão vale a pena

Ao pisar no hotel, esqueça o luxo. Poucos estabelecimentos com mais de quatro estrelas operam sob o sistema. Na hora das refeições, esteja preparado para filas e ambientes cheios. Você pode comer quando quiser, mas não exatamente o que quiser. A oferta é limitada ao que está pronto e disponível. A variedade (e a qualidade) das marcas, as bebidas e os ingredientes oferecidos dependem da categoria do hotel.


Antes de decidir onde ficar, analise o destino. Se o lugar for cheio de atrações fora do hotel, sair para passear e voltar todas as vezes em que quiser comer alguma coisa não valerá a pena. Fique atento aos preços e compare: se um hotel que não é all inclusive cobra um valor semelhante ao concorrente que oferece o serviço, há algo errado. Os serviços prestados têm grandes chances de ser ruins.

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