Turismo

Vinícolas, gastronomia exótica e belas estradas na Cidade do Cabo

Não deixe de visitar a Ilha Robben, onde Mandela ficou preso por 27 anos, e também a igreja em que o bispo Desmond Tutu escondia os negros durante a política segregacionista. A Table Mountain, uma das sete novas maravilhas do mundo, é parada obrigatória

Carolina Mansur
postado em 19/05/2016 09:00

Não deixe de visitar a Ilha Robben, onde Mandela ficou preso por 27 anos, e também a igreja em que o bispo Desmond Tutu escondia os negros durante a política segregacionista. A Table Mountain, uma das sete novas maravilhas do mundo, é parada obrigatória

Para quem prefere passeios diurnos, vale uma esticada até a região do Waterfront. O local tem shopping, restaurantes, aquário e pode ser um bom lugar para ver a vida passar sem pressa. A Cidade do Cabo oferece várias outras opções de passeios, como a Ilha Robben ; onde Nelson Mandela permaneceu preso por 27 anos durante o apartheid e fica aberta a visitas ; e as vinícolas de Stellenbosch e Franschhoek, cidadezinhas que formam a segunda colônia europeia mais antiga da África do Sul.

[SAIBAMAIS]

Na Cidade do Cabo, há locais que guardam marcas do apartheid. O Supremo Tribunal, onde brancos e negros passavam por reclassificação de cor, e a igreja na qual Desmond Tutu, arcebispo que recebeu o Nobel da Paz em 1984, escondia os fugitivos durante a política segregacionista, fazem parte do conjunto de prédios. No bairro fica também o Parlamento e o prédio da prefeitura, onde Nelson Mandela fez o discurso da liberdade, em 1990.

Boas fotos

Não deixe de visitar a Ilha Robben, onde Mandela ficou preso por 27 anos, e também a igreja em que o bispo Desmond Tutu escondia os negros durante a política segregacionista. A Table Mountain, uma das sete novas maravilhas do mundo, é parada obrigatória

Para explorar as belezas naturais, reserve um dia inteiro para um passeio pelo extremo sul da península, passando pelo Cabo da Boa Esperança. Não existe transporte público que faça o trajeto, de aproximadamente 60 quilômetros, mas é possível percorrê-lo de carro ou contratar um serviço particular. A garantia é de paisagens de tirar o fôlego e boas fotos. A primeira parada é Hout Bay, a baía da cidade, onde ficam restaurantes, feiras de artesanato e barcos ancorados, de onde sai um passeio até a Ilha das Focas, em que há centenas de animais. O trajeto dura 20 minutos e o ingresso custa 70 rands (R$ 17).

De lá para o Cabo da Boa Esperança, ou Cape of God Hope, são alguns minutos. Na Champan;s Peak, considerada uma das estradas mais bonitas do mundo, não é difícil se pegar admirando a paisagem. A chegada ao Cabo da Boa Esperança, que esteve presente nos nossos livros de história, é um capítulo à parte. Como não se lembrar das aulas sobre o local que revelou a conexão entre os oceanos Atlântico e Índico e foi importante para a expansão marítima e a venda de produtos vindos do Oriente Médio pelos europeus? No local, ainda é possível visitar um farol construído em 1860, onde os turistas observam o mar azul, as praias desertas e a vegetação rara.

De volta à Cidade do Cabo, uma visita à Table Mountain é obrigatória. Considerado uma das sete novas maravilhas naturais do mundo, impressiona pela grandiosidade e beleza. Apesar de concorrido, o fim da tarde pode ser um dos melhores horários para visitar o topo da montanha. Isso porque o pôr do sol faz tudo ficar mais bonito. É comum ver grupos de amigos e casais de namorados tomando vinho enquanto se despedem do Sol. Levar uma blusa de frio, dependendo da época do ano, é uma boa pedida, já que venta muito no alto da montanha e as temperaturas ficam mais baixas que na cidade. A entrada custa cerca de 195 rands (R$ 48).

Gastronomia exótica

Há passeios guiados para vinícolas tradicionais, alguns até em carros antigos: imperdível

Comer bem pagando pouco é uma das inúmeras vantagens da Cidade do Cabo. A Kloof Street, na região dos Gardens, é uma das dicas dadas por quem vive na cidade. A rua reúne bares e restaurantes ;moderninhos; bastante frequentados por nativos. Apesar de sempre cheios, os estabelecimentos não têm a mesma demanda dos pontos turísticos. Por isso, há a garantia de atendimento mais rápido e personalizado. Há quem diga que, por esse motivo, a comida nesses locais costuma ser até 20% mais barata do que nos bares em pontos turísticos. Lá, as opções passam por frutos do mar, carnes, cafés e comida italiana. Em outras regiões da cidade, também existem ótimas opções de restaurantes, entre elas, o Aubergine, The Test Kitchen e o La Colombe, que precisam ser reservados com bastante antecedência.

Quem vai à África do Sul também não pode deixar de experimentar as carnes de caça, ou o game of the day, como consta nos menus. As carnes de kudu (espécie de antílope) e sprinbok (uma pequena gazela) são as mais comuns nos cardápios e os preços desses pratos dificilmente ultrapassam os 300 rands (R$ 75) em restaurantes sofisticados. Um jantar completo com entrada, prato principal, sobremesa e uma taça de vinho pode custar 400 rands (R$ 100), motivo suficiente para atrair os fãs do turismo gastronômico.

Turismo enológico

Stellenbosch é uma das cidades mais antigas de colonização europeia na África do Sul

O turismo enológico é outra boa pedida para quem visita a Cidade do Cabo. Perto do centro, estão as cidadezinhas Stellenbosch e Franschhoek, que estão entre as principais regiões produtoras de vinhos da África do Sul. A viagem até lá leva cerca de 40 minutos e vale a pena pela grande variedade de vinícolas. Na estrada, é possível ver uma imensidão de parreiras ao pé de belas montanhas. Para aproveitar o passeio e conhecer as vinícolas, o melhor é planejar com antecedência.

Há a oferta de passeios guiados que garantem mais segurança, já que o objetivo é experimentar os vinhos sul-africanos sem se preocupar com a volta para o hotel. Geralmente, a entrada nas propriedades não é cobrada, mas é bom escolher que vinícolas pretende conhecer. Em cada local, você pode escolher se quer fazer a degustação, almoçar ou apenas conhecer o espaço. O mais importante é não se esquecer de experimentar a uva local, a pinotage. As garrafas de vinho podem ser mais caras que em supermercados, onde é fácil encontrar boas opções por preços muito atrativos, a partir de 40 rands (R$ 10).

O alemão Hans Langhoff, que há mais de 10 anos faz passeios guiados pelas vinícolas em carros antigos, destaca lugares com vinícolas para se conhecer em Stellenbosch e Franschhoek. Entre as mais tradicionais e que merecem uma visita, ele cita a Neethlingshof, que tem mais de 200 anos de história, a Boschendal, fundada em 1685, a Delaire e a Simonsig. Nós, entretanto, visitamos duas: a Grande Provence, onde a degustação de quatro vinhos custou 90 rands (R$ 22,50), e a Maison Wine State.

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