Turismo

Festas juninas movimentam regiões do Brasil; Nordeste é destaque

Eventos homenageiam três santos católicos e animam o Brasil com música regional, comidas típicas e danças populares

postado em 26/05/2016 10:00

Eventos homenageiam três santos católicos e animam o Brasil com música regional, comidas típicas e danças populares

Das quadrilhas aos sucessos da música sertaneja, da maçã do amor ao quentão, as festas juninas são democráticas ; ocorrem em todas as regiões do Brasil, com expressão máxima no Nordeste. Os eventos, marcados pelas tradições religiosas, homenageiam três santos: santo Antônio, em 13 de junho; são João Batista, dia 24; e São Pedro, dia 29. Em cada lugar do país, a mistura de aspectos culturais com religiosos resulta em festejos únicos.

O Turismo selecionou vários destinos com grandes festas. Duas delas disputam o título de maior São-joão do Mundo. Que o diga Elba Ramalho, que abre a festa de Caruaru no agreste pernambucano pelo nono ano seguido. Os paraibanos contra-atacam com o forró eletrônico de Wesley Safadão, o popstar que arrasta multidões de fãs. No caminho da roça, no entanto, há opções mais próximas, como Itumbiara, Goiânia, Anápolis ; todas no vizinho Goiás. Conheça a tradição, vista a sua rouipa caipira e caia na tentação dos quitutes e na alegria das músicas que embalam as quadrilhas e as rodas de forró.

De acordo com o Ministério do Turismo (MTur), as festas são uma oportunidade para incrementar o rendimento econômico em locais onde o turismo é ocioso nessa época do ano. ;O são-joão é uma expressão cultural do Brasil. Queremos estimular o turismo relacionado à festa;, ressalta a coordenadora de posicionamento de produtos do MTur, Fabiana Oliveira. Viajar nesta época é ideal para gastar menos, pois junho é classificado como baixa temporada.

O mês é escolhido para fazer festas há séculos. Celebrações consideradas pagãs eram organizadas durante o solstício de verão ; dia mais longo e noite mais curta do ano ; por volta de 21 e 22 de junho, no Hemisfério Norte. ;Era a festa mais importante do ano, desde a época do neolítico;, esclarece o antropólogo da Universidade de Brasília (UnB) Jaime de Almeida.

Eventos homenageiam três santos católicos e animam o Brasil com música regional, comidas típicas e danças populares
Herança
[SAIBAMAIS]As festas juninas como conhecemos vieram para o Brasil com os portugueses, no período colonial. ;Jesuítas e franciscanos usavam os eventos para desenvolver trabalhos de catequese;, aponta Almeida. As comemorações fizeram sucesso entre os indígenas, que já dançavam e cantavam em homenagem ao sol e ao fogo. Também houve uma ;filtragem;, diz o antropólogo, de celebrações já praticadas pelos nativos, para adequá-las à temática religiosa.

;Colonos brancos e negros escravizados também participavam. Era o momento de oficializar os graus de parentesco em lugares onde a presença do clero era insuficiente;. Nessas cidades, geralmente interioranas, a vizinhança se reunia em volta da fogueira e realizava verdadeiros ritos, inclusive os casamentos que são encenados até hoje nas tradicionais quadrilhas.

Na região Nordeste, os eventos deram tão certo porque o cristianismo chegou lá primeiro. ;As festas de São-joão são uma maneira de reafirmar as relações de identidade daquele povo e relembrar seus laços com o passado;. Hoje em dia, avalia Almeida, as festas juninas têm traços folclóricos e migraram para as escolas e paróquias, onde crianças e jovens representam as antigas festas do campo, resultado de um longo processo de trocas e incorporações culturais.

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Cuidado para não se queimar

A tradição de acender e pular fogueiras veio de Portugal. O costume deriva de um combinado entre Isabel, mãe de João Batista, e Maria, mãe de Jesus. Isabel teria mandado acender uma fogueira para avisar a Maria que seu filho havia nascido. Diz a lenda que quem saltar a fogueira por um número ímpar de vezes, dando, no mínimo, três saltos, fica protegido dos males pelo resto do ano.

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