Turismo

Altitude elevada pede atenção redobrada durante uma viagem

Subir muito acima do nível do mar pode causar um certo desconforto para o viajante. Confira quais são os principais sintomas da hipobaropatia, ou o chamado mal da montanha, e o que fazer para aliviar o mal-estar

Iana Caramori - Especial para o Correio
postado em 27/06/2016 09:00

Subir muito acima do nível do mar pode causar um certo desconforto para o viajante. Confira quais são os principais sintomas da hipobaropatia, ou o chamado mal da montanha, e o que fazer para aliviar o mal-estar

Passear por uma cidade diferente, experimentar um prato da gastronomia local, conhecer um pouco mais sobre outra cultura são experiências inesquecíveis, que só nos enriquecem. Mas nem sempre uma viagem traz apenas lembranças boas, principalmente se for para um local de altitude elevada.

[SAIBAMAIS]

A hipobaropatia ; mais conhecida como mal da montanha ; afeta muitos turistas que sobem em locais muito acima do nível do mar. É provocada pela falta de oxigênio em pontos superiores a 2.000 metros de altitude. Entre os sintomas, estão fadiga, dores de cabeça, náusea, vertigem e até sangramento nasal. Em casos extremos, a hipobaropatia elevada pode causar edema pulmonar ou cerebral.

O clínico geral do Hospital Santa Lúcia Marcos Pontes explica que a saturação de oxigênio em altas atitudes é que provoca o mal-estar. Para aliviar os sintomas, o segredo é subir devagar. ;O mais indicado é, a cada dois, três dias, subir 500 metros, até você chegar à altitude que deseja.;

Pontes reforça que esse é o intervalo de tempo necessário para o organismo se adaptar. ;O nosso corpo transporta o oxigênio pela hemoglobina. Quando você vai para um lugar desses, com três dias, seu corpo começa a reagir, produzindo mais hemoglobina;, explica. Se não for possível subir de forma gradual, o especialista sugere um pouco de descanso. ;Tente ficar em repouso nos primeiros dias, sem fazer um esforço físico mais extremo;, acrescenta.

Subir muito acima do nível do mar pode causar um certo desconforto para o viajante. Confira quais são os principais sintomas da hipobaropatia, ou o chamado mal da montanha, e o que fazer para aliviar o mal-estar

Samara Kirmse, 22, se mudou para Santiago de Cali, na Colômbia, para participar de um projeto voluntário. Na cidade em que mora, a estudante não teve problemas com a altitude, mas o mesmo não aconteceu durante as viagens para lugares próximos.

Cordilheira

Santiago de Cali é a capital e a maior cidade do Departamento do Vale do Cauca, na Colômbia, situada entre a cordilheira ocidental e a cordilheira central dos Andes, às margens do Rio Cauca. Tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e foi fundada em 1536.

;Em Bogotá, me sentia muito cansada por pouca coisa, como andar, por exemplo. Subir escada, então, era coisa de atleta. O ouvido, às vezes, zumbia ou entupia, mas não fiz nada quanto a isso;, explica. Em Santa Rosa de Cabal, a 1.701 metros de altitude, Samara sentia dor de cabeça constante. A única atitude da jovem foi tomar remédio.

Samara conta que, ao viajar para essas cidades com altitude mais alta, não recebeu nenhum alerta dos moradores. ;Para eles, é normal.; O próximo passeio está planejado e, agora, ela já se prepara para a falta de oxigênio. ;Esse fim de semana, vou a Pasto, uma das cidades mais altas e mais frias. Vamos ver (o que vai acontecer);, diz.

Prática de esportes

Já que o descanso é o mais recomendado para se adaptar melhor as altas altitudes, quem viaja para praticar algum esporte precisa ter cuidado redobrado. Nesses casos, a regra é aumentar o nível de esforço aos poucos. O médico Marcos Pontes lembra da preparação de jogadores de futebol que vão jogar em países acima do nível do mar. ;Eles vão alguns dias antes para se adaptar e, antes de jogar, fazem um exercício mais forte.;

Altos e baixos

São três categorias de altitude:

; Moderadas: entre 2.400 a 3.600 metros

; Altas: entre 3.600 a 5.400 metros

; Extremas: superior a 5.400 metros

Nas alturas

Conheça algumas cidades que estão situadas em altas altitudes:

Valle Nevado, Chile

Subir muito acima do nível do mar pode causar um certo desconforto para o viajante. Confira quais são os principais sintomas da hipobaropatia, ou o chamado mal da montanha, e o que fazer para aliviar o mal-estar

O famoso centro de esqui chileno fica a 2.890 metros de altitude. O resort, construído em 1988, é o maior espaço para práticas de esportes de inverno do Hemisfério Sul.

Cusco, Peru

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A cidade peruana foi o centro cultural e administrativo mais importante do Império Inca. A região exige um pouco mais de atenção do turista, já que está 3.400 metros acima do nível do mar.

Bogotá, Colômbia

Subir muito acima do nível do mar pode causar um certo desconforto para o viajante. Confira quais são os principais sintomas da hipobaropatia, ou o chamado mal da montanha, e o que fazer para aliviar o mal-estar

A 2.460 metros de altitude, a capital colombiana tem atrações que vão de monumentos históricos a parques temáticos. Ao estender um pouco a viagem, dá tempo de se acostumar com a altitude e aproveitar ao máximo da cidade.

; Fique atento

Sintomas
; Os principais sintomas do mal das montanhas geralmente são a falta de ar, aumento do ritmo cardíaco e consequente cansaço, mal-estar geral, calafrios, fraqueza, incapacidade física. Aproximadamente 20% das pessoas têm dores de cabeça, náuseas, vômitos e insônia.

O que fazer

; Se houver tempo, o recomendado é subir 500 metros a cada três dias até alcançar a altitude desejada
; Repousar nos primeiros dias
; Não fazer esforços físicos extremos nos três primeiros dias, período necessário para o organismo se adaptar
; Ao sentir algum sintoma, o uso de medicações sintomáticas é permitido

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