Jornal Correio Braziliense

Turismo

Santarém, no Pará, é perfeita para apreciar o encontro das águas

A cidade fica longe dos holofotes do turismo de massa e tem estrutura para visitantes descolados. Se você aprecia o rústico, embarque nessa viagem


Nada de luxo ; o que não significa falta de conforto. Santarém é indicada para quem não se preocupa com mimos. Dos hotéis às opções de passeios, o clima é rústico. A temperatura elevada pede um bom banho de rio e, para visitar alguns lugares, é preciso caminhar pela floresta. Enquanto isso, os turistas podem conhecer lendas locais e plantas amazônicas com propriedades medicinais.

O município paraense ganhou mais visibilidade ao receber o fogo olímpico, que viajou de barco e apreciou o pôr do sol da região banhada pelo Rio Tapajós. Museus, restaurantes tradicionais, igrejas erguidas por missões jesuíticas e centros de cultura mostram que a cidade tem muito a oferecer. Citada nos últimos anos em noticiários policiais como um dos focos de turismo sexual no Pará, Santarém está preparada para passar outra impressão.

[SAIBAMAIS]Da orla, área mais frequentada, emana um espetáculo colorido: o encontro azul e amarelo entre os rios Tapajós e Amazonas. As águas não se misturam por conta da composição, acidez, temperatura e velocidade das duas correntezas. O ideal é ir de barco até a divisão entre os rios e desligar o motor. Não demora muito e os botos -cor-de-rosa e tucuxis, de cor cinza, surgem em bando.

O Terminal Fluvial Turístico, espécie de porto, recebe embarcações de todos os tipos: transatlânticos internacionais, canoas, voadeiras (canoas com motor), lanchas e ferry boats, que transportam veículos. Os preços das viagens são negociados diretamente com os barqueiros, mas há agências que oferecem passeios pelas redondezas. O distrito de Alter do Chão coleciona praias de água doce e é um dos mais cobiçados.

Reino dos peixes
A pesca é uma das atividades econômicas mais importantes do município. Os peixes são muitos ; de couro, de fundo, alguns pequeninos, outros com quase dois metros de comprimento, como o Filhote. Basta passear pelo Mercadão 2000 ; espécie de feira ; para se impressionar, inclusive, com o preço ; o quilo custa, em média, R$ 10. Tambaqui, pirarucu e tucunaré são os mais pedidos. A refeição típica não poderia ser outra: peixe assado. Os acompanhamentos clássicos são farinha de mandioca, arroz e vinagrete.

Além de fonte de sustento para muitos santarenos, a orla do Tapajós em Santarém é um bom lugar para observar o ritmo de vida local. Durante o dia, o clima é bucólico. Pescadores, barqueiros e ambulantes descansam perto das águas tranquilas. No fim da tarde, a área fica tomada por atletas, casais, famílias e grupos de amigos. O ponto de encontro é o Centro de Atendimento ao Turista. O espaço fica em um píer às margens do Rio Tapajós. À noite, funciona como restaurante.

Tocha

Santarém foi escolhida para representar a Região Norte no revezamento da Tocha Olímpica. O objetivo do Ministério do Turismo (MTur) e de prefeituras municipais é ampliar a visibilidade de destinos brasileiros durante os Jogos Olímpicos. Por isso, os lugares escolhidos estão fora do eixo das capitais. O Centro de Atendimento ao Turista, por exemplo, é um dos pontos de encontro de visitantes e nativos na capital paraense.

Sem mistura

O fenômeno conhecido como Encontro das Águas é famoso também em Manaus (AM). Por lá, a união é entre os rios Negro e Solimões. Em toda a Amazônia, entretanto, é possível observar a confluência de leitos fluviais, como os rios Amazonas e Tapajós.

(Viagem a convite do Ministério do Turismo)