Turismo

Teleféricos e funiculares transformam translados em belas experiências

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

Rafaella Panceri - Especial para o Correio
postado em 08/07/2016 09:00

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

De pernas para o ar ou dentro de cabines, passear em teleféricos ; também conhecidos como bondinhos ; é como voar. Nos funiculares ; ou plano inclinado ;, a aventura acontece em terra firme, mas também é conduzida por cabos, dentro de uma espécie de bonde. Comum em muitos países, o veículo é movido a eletricidade, combustível ou água. O objetivo é levar os passageiros de um ponto a outro, como se fosse um elevador. Esse meio de transporte ajuda a subir ladeiras e encostas.

[SAIBAMAIS]

Tanto em teleféricos quanto em funiculares, bom mesmo é esquecer o destino e deixar se levar pelas dádivas do caminho ; novos ângulos para tirar fotos, construções que chamam a atenção, uma boa conversa com o passageiro ao lado. Seja no céu, fazendo parte de cenários vistos só de longe; seja na terra, descobrindo detalhes inéditos de um lugar, prepare-se para desbravar cidades do mundo de um jeito diferente ; bem devagarinho.

Pão de Açúcar (Rio de Janeiro)

Há indícios que peças de artilharia e suprimentos foram transportados por meio de cabos suspensos no ar, pela primeira vez, no século 16. Hoje em dia, os turistas são os que têm vez. O bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, liga o morro da Urca ao Pão de Açúcar e transporta cerca de 2.500 pessoas por dia. Cartão-postal da cidade, traduz o que há de melhor nesse tipo de passeio: transpor locais íngremes, esquecer o medo de altura e curtir a paisagem ao redor. Outros teleféricos mostram a que vieram:

Mont Huangshan (China)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

Picos rochosos em meio a um mar de nuvens encantam visitantes e inspiram artistas. A região é cobiçada por ter fontes de águas termais e piscinas naturais. Há passarelas, pontes e trilhas para explorar a cadeia de montanhas. O teleférico proporciona vista panorâmica e leva até o topo de uma delas.

Peak 2 Peak Gondola (Canadá)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

O trajeto é feito acima das nuvens, entre as montanhas que circundam a cidade de Whistler. Os passageiros ficam a 436 metros do chão, com vista de 360 graus para lagos, geleiras e florestas, e aprendem sobre o maquinário do teleférico. É possível jantar no telhado da estação e apreciar declives e picos de esqui.

Palm Springs Aerial Tramway (Estados Unidos)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

A linha conecta a cidade de Palm Springs à área do Monte San Jacinto, passando pelos montes de Chino Canyon. As cabines giratórias oferecem um panorama de desfiladeiros e paredões de pedra. Ao fim, restaurantes, mirante, museus, teatros e trilhas aguardam os passageiros a 2.596 metros de altitude.

Mi Teleférico (Bolívia)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

Feito para quem vai de La Paz ao distrito de El Alto, o bondinho é famoso entre turistas. Afinal, a vista para os Andes é muito melhor do alto. Com 11 quilômetros de extensão, transporta até 18 mil pessoas por hora. As estações recebem obras de arte e shows musicais periodicamente.

Grindelwald-M;nnlichen (Alpes Suíços)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

Inaugurado em 1878, o bondinho auxilia a subida da montanha M;nnlichen, que tem áreas para caminhada e esqui. A jornada de seis quilômetros dura meia hora e proporciona vista para uma cadeia de montanhas pontiagudas cobertas de gelo.

Skyline Queenstown (Nova Zelândia)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

O melhor jeito de ver a cidade é de cima. Do chão aos cabos que sustentam o teleférico, são 450 metros de altura. O percurso passa pelo Lago Wakatipu e acaba no monte Bob;s Peak. O visitante tem vista de 220 graus do Pico Coronet e das Remarkable, cadeia de montanhas voltadas à pratica de esqui.

Ladeira acima

Inaugurado há 133 anos, o Elevador do Bom Jesus continua em plena atividade, movido por água, na cidade portuguesa de Braga, a 370 quilômetros de Lisboa. Além de sustentável, o meio de transporte é um museu vivo, considerado o mais antigo do mundo. O mecanismo é simples. Há dois trilhos usados para subir o morro. Cada bondinho vai em um trilho ; os dois interligados por um cabo. O tanque do bonde que está no alto fica cheio d;água e a estrutura, mais pesada. Logo, o veículo desce a ladeira espontaneamente, puxando o bondinho que está embaixo. Um condutor utiliza os freios para ajustar a velocidade na descida. Em outros locais do mundo, o transporte pode depender da queima de combustíveis ou ser elétrico. Veja os funiculares selecionados pelo Turismo:

Gelmerbahn (Grimselwelt, Suíça)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

Criado para transportar materiais de construção, o bonde, hoje, fica cheio de turistas ; principalmente os corajosos. A subida ocorre em um terreno de 106% de inclinação e leva ao Lago Gelmer, a 1.860 metros acima do nível do mar. O reservatório de água turquesa é ponto de partida para caminhadas e escaladas.

Funicular de Saint-Hilaire du Touvet (França)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

Até o bonde ser construído, o acesso à vila dependia de mulas ou era feito a pé. Aberto em 1924, o funicular era usado para levar pacientes a um sanatório. Atualmente, turistas e praticantes de parapente são maioria. O destino é Platô das Pequenas Rochas, região formada mais duas vilas e uma estação de esqui.

Flying Dutchman (Cabo da Boa Esperança, África do Sul)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

O bondinho leva ao alto da Ponta do Cabo, onde dá para ver o Cabo da Boa Esperança em seu melhor ângulo. Uma das paradas é um farol de 1859, conhecido por enganar os navegantes. O nome do funicular é referente à lenda do fantasma holandês, condenado a nunca aportar e navegar para sempre.

Ascensor Barón (Valparaíso, Chile)

Quando o trajeto é feito do alto, a paisagem é a principal recompensa. No chão, a velocidade mais lenta é um convite para contemplar as surpresas do caminho

A cidade portuária já teve 30 funiculares, feitos para encontrar bairros no topo de encostas íngremes. O Barón é um dos 22 em funcionamento, construído em 1906. Foi o primeiro a utilizar eletricidade em vez de água. Tem vista para o porto e é o funicular mais próximo de Vina Del Mar. O passeio dura 35 segundos.

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