"Mãe, quero fazer xixi", "pai, já chegou?", "vai demorar?". Quem já viajou com os filhos ouviu diversas frases como essas, repetidas vezes. Passar horas no carro, ônibus ou avião é uma experiência desgastante para adultos e muito mais para as crianças. A saída é buscar atividades, proporcionar pequenos confortos que ajudem a distrair os pequenos e a desfrutar de um pouco de tranquilidade.
[SAIBAMAIS]Nas estradas, a segurança é a grande preocupação. A cadeirinha é a melhor forma de transportar os pequenos no carro. E é exigida por lei. Em ônibus e aviões não existe essa obrigatoriedade. A pediatra Giovana César aconselha aos pais que insistam com as empresas para a colocação do equipamento. Nas aeronaves, a necessidade é menor, mas ;principalmente até os 2 anos ;, quanto mais longo o percurso, mais confortável e seguro será para os pequenos. Taxistas e motoristas de empresas de traslado também podem ser convencidos da importância do uso da cadeirinha.O responsável pela criança não deve tirar o cinto de segurança nem retirá-la da cadeirinha.
Outro alerta da pediatra é sobre o consumo de alimentos enquanto o veículo estiver em movimento. ;O bebê pode, em um solavanco do carro, engasgar enquanto toma algo na mamadeira. O ideal é fazer a parada e descer do carro para amamentar. Com crianças maiores é a mesma coisa. Não dê alimentos com os quais ela possa engasgar;, diz a doutora Giovana. Com o carro em movimento, o recomendado para crianças acima de 2 anos é água, suco, iogurte ou biscoito de consistência mais mole. Já em aviões, a mamadeira ajuda na hora do ajuste de pressão, que provoca dor de ouvido durante as decolagens e os pousos.
Avião
Apesar de ser um dos meios de transporte mais seguros criados pelo homem, eventos, como as turbulências, podem ser perigosos para os passageiros, principalmente crianças no colo. É seguro levar o bebê conforto nessas viagens. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), menores de 2 anos de idade poderão ter seu transporte cobrado, mas o valor não pode ultrapassar 10% da tarifa paga pelo adulto. O problema é que esse benefício só é concedido se a criança for no colo de um dos pais.
Crianças maiores de 2 anos deverão ocupar assento e, consequentemente, pagam a tarifa (ou uma parte dela), que é definida pela companhia aérea. Taxas de embarque são isentas apenas para menores de 2 anos, por norma da Infraero. Os mais velhos podem ou não ganhar descontos, que seguem critérios conforme a companhia. Se a viagem for longa, mesmo que saia caro, o ideal é adquirir um assento para cada membro da família. É preciso observar se a cadeirinha é para cinto de duas ou três pontas, pois os aviões só têm a primeira opção. Algumas companhias oferecem um berço para os mais novos, mas é preciso agendar o serviço com antecedência.
Distração
Para aliviar um pouco a jornada com as crianças, os dispositivos eletrônicos, como DVDs, tablets e smartphones, são grandes aliados. Livros infantis, cadernos de colorir e brinquedos também ajudam. Pais e responsáveis podem aproveitar o tempo para estreitar o relacionamento com os pequenos, contando histórias, conversando ou fazendo brincadeiras que não exijam muito espaço. ;A Organização Mundial da Saúde recomenda somente duas horas de tela por dia. Existem alternativas, mas não dá para negar que os dispositivos eletrônicos ajudam muito;, afirma a médica. Geralmente as aeronaves têm um sistema de entretenimento a bordo. Nos percursos mais longos, dê preferências aos voos noturnos, para a criança dormir durante quase todo o trajeto.
Viaje com documentos em dia
No Brasil, em viagens com apenas o pai ou a mãe, não é obrigatório emitir uma autorização, mesmo que o casal seja separado. É necessário apresentar apenas a carteira de identidade (RG) ou a certidão de nascimento (original ou cópia autenticada), que comprove a filiação. Se o destino for o exterior, as autoridades federais exigem, no embarque, uma autorização por escrito, em duas vias e firma reconhecida, com a descrição do destino a ser visitado. Caso uma das partes esteja impossibilitada de assinar o documento, é preciso requerer autorização judicial nas varas da Infância e da Juventude. A permissão é válida por dois anos.
Para evitar aborrecimentos ou até o adiamento da viagem, os documentos devem estar em dia e sempre à mão. As crianças que não têm carteira de identidade devem viajar com a certidão de nascimento original ou cópia autenticada. Em viagens nacionais, a autorização é obrigatória para crianças menores de 12 anos que forem viajar desacompanhadas ou na companhia de pessoas que não sejam seus parentes até o terceiro grau (irmãos, tios e avós).
Já em viagens internacionais, a autorização é necessária para crianças e adolescentes (até 17 anos). Os genitores podem autorizar a viagem de criança ou adolescente para fora do país desacompanhado ou em companhia de terceiros maiores e capazes. O documento de autorização deve ser de ambos os pais, com firma reconhecida. Desde 2014, os passaportes emitidos já trazem a opção de incluir, na página de identificação, autorização prévia dos responsáveis, que substitui a autorização impressa e reconhecida em cartório. Algumas nações exigem visto também para as crianças. É preciso requerer junto aos consulados ou embaixadas antes de marcar a data da partida.
Quem vai para áreas endêmicas da febre amarela deve tomar a vacina contra a doença pelo menos 10 dias antes de embarcar. Ela tem validade de 10 anos. Alguns países exigem a comprovação da vacina para liberar a entrada de turistas, como os Estados Unidos. Outra vacina importante ao viajar para locais com saneamento básico precário é contra a febre tifoide.