Turismo

Parque de Roterdã tem caminhos cheios de obras de arte e da natureza

O Museumpark, com jardins floridos, reúne diversos prédios que guardam obras de arte de vários períodos. Desde peças medievais às contemporâneas

Juliana A. Saad, Especial para o Correio
postado em 26/11/2016 09:00

O Museumpark, com jardins floridos, reúne diversos prédios que guardam obras de arte de vários períodos. Desde peças medievais às contemporâneas

Tudo é criativo, a começar pelo guarda-volumes/chapelaria com cabides giratórios, até as exposições escolhidas a dedo, passando pelo ambiente espaçoso e integrado. Ali você encontra de tudo, de velhos mestres a obras contemporâneas. Não deixe de tomar café no térreo do Kunsthal antes de atravessar o parque em direção ao Museum Booijmans van Beuningen, que tem uma coleção de arte de alto calibre com obras que vão da Idade Média ao século 21.

[SAIBAMAIS]

No caminho entre um museu e outro, você verá os museus Naturhisht, Westersingel, Westzeedijk e o complexo da Erasmus University, além de várias instalações, tudo integrado ao Museumpark e a seus jardins floridos. O Boijmans tem um arco de obras que vai desde a arte medieval até a arte contemporânea, com obras de Van Gogh, Rembrandt, Verneer, Van Dyk, Pieter Bruegel e sua incrível ;Torre de Babel; de 1583, e trabalhos ultracontemporâneos, como a orelha que adorna o hall principal de John Baldessari, ;Beethoven;s Trumpet ; With Ear; de 2007, passando por Mondrian, Monet e Salvador Dalí.

O De Markthal, mercado municipal, é cheio de lojinhas. Vale a visita

Uma grande exibição de surrealismo, com obras de Dalí, Magritte e Max Ernst, entre outros, será o ponto alto de 2017. Chamada de ;Surrealism in Boijimans;, irá de 11 de fevereiro a 28 de maio de 2017. Peter Thissen, o especialista em arte que guiou a nossa visita pelas principais obras do acervo do Boijmans, revela que o museu, um dos 10 mais visitados da Holanda, foi criado em 1849 para abrigar as coleções de Frans Jacob Otto Boijmans (1767-1847) e Dani;l George van Beuningen (1844-1955).

Outra parada obrigatória é o De Markthal, o mercado municipal gigante de Roterdã, recheado com as lojinhas de comida mais deliciosas do pedaço. A construção futurista, projeto arquitetônico do estúdio MVRDV, ficou pronta em 2014 e impressiona com seu arco monumental exterior (que lembra um queijo) marcado por pequenas aberturas e com interior forrado de azulejos coloridos formando a maior obra de arte dos Países Baixos: The Horn of Plenty, com design de Arno Coenen e Iris Roskam.

No Markthal, 228 apartamentos residenciais convivem com mais de 130 bancas, restôs e centros de alimentação que abastecem a cidade com produtos frescos, como os queijos holandeses Gouda e Edammer. Lanchonetes vendem os bitterballen, os maravilhosos croquetes holandeses, e os maatjesharing (arenques jovens crus salgados), que descem com os mais variados tipos de cerveja, algumas aromatizadas com ameixas, frutas vermelhas etc. As patat, batatas fritas e escoltadas por maionese e molhos curry ou pindasaus (à base de amendoim) são onipresentes e acompanham bem as rookworst, salsichas defumadas. Para finalizar, adoce a boca com o típico biscoito do país, o stroopwafel, feito de waffle e caramelo.

Campos de sonhos

No Keukenhof, 40 jardineiros plantam, anualmente, sete milhões de bulbos de tulipa: esplendor

Uma hora e meia de estrada ligam Roterdã a Lisse, cidade que sedia uma das mais belas atrações da Holanda: o parque de tulipas Keukuenhof e as plantações no seu entorno. Prepare-se: esse é um lugar para deixar qualquer pessoa enlouquecida por sua beleza.

Você sabia que as tulipas são originárias da Turquia e foram contrabandeadas para a Holanda no século 12 e rapidamente viraram símbolo de status entre a aristocracia? Sabia que no auge da Tulipamania, uma tulipa valia o mesmo que uma casa em Amsterdã? Essas e muitas outras curiosidades são reveladas em uma visita a Keukuenhof, o Parque das Tulipas, em Lisse, cidade que fica entre Roterdã e Amsterdã. Na estrada, já se vislumbram os imensos campos de tulipas que epitomizam a Holanda primaveril e a alegria aumenta quando se chega ao parque e se depara com a variedade exuberante que a natureza ; e os jardineiros e botânicos de Keukenhof ; preparam para os visitantes.

Ali são plantados sete milhões de bulbos todos os anos, trabalho executado por 40 jardineiros do parque, de setembro a novembro, ao longo de três semanas, explica o botânico holandês Leo den Dulk. Depois da temporada de funcionamento anual de oito semanas ; de fim de março a fim de maio ;, todas as flores são retiradas do solo. A cada temporada, novos designs e desenhos são feitos em todos os jardins de Keukennhof e por isso um ano nunca é igual a outro.

Cerca de um milhão de visitantes invade o Parque das Tulipas durante os dois meses em que fica aberto, para apreciar e se encantar com as cores, formatos e beleza estonteante das 3.500 variedades de flores. O próximo período de funcionamento do parque é de 23/03 a 21/05 de 2017. Quer saber se vale a pena? A única reposta possível é sim. Para isso, agende a sua viagem para a Holanda entre final de março e final de maio. Entre no site e garanta seu ingresso, você vai se lembrar para sempre da experiência. De Keukuenhof, siga meia hora de estrada e chegará à capital do país: Amsterdã.

; As cores das tulipas

Vermelhas: representam o amor. A flor é usada para reforçar declarações de amor verdadeiro e reestabelecer a crença nesse sentimento;
Brancas: expressam qualidades como inocência, humildade e pureza. Também são usadas como expressão de respeito e lembrança.
Roxas: remetem à realeza. A cor púrpura como referência à nobreza vem da obra Hamlet, de William Shakespeare.
Rosa: estão ligadas a várias situações. Uma delas é a ideia de felicidade perfeita. Por isso, elas são usadas para desejar coisas boas e fazem as vezes de desejos de afeto, apego e cuidado.
Amarelas: são associadas, primeiramente, à amizade. Mas, também descrevem pessoas que irradiam alegria, ao mesmo tempo em que simbolizam um amor rejeitado.
Fonte: Significadosbr

; Nosso roteiro

Partiu, Holanda!

De Roterdã, a segunda maior cidade holandesa, para Amsterdã, a capital descolada: final da viagem

Na semana passada estivemos em Delft, que fica a uma hora e meia (de carro) de distância, depois de passar pelo parque dos moinhos ; Kinderdjijk, uma das imagens mais características do país. A cidade, uma das mais antigas do país, é famosa por suas porcelanas (faiança) pintadas e pelos canais que cortam principalmente o centro histórico e que transformam o conceito urbanístico de cidade: mais parece um cenário vivo.
Os canais, cuja rede se chama grachten, são motivo de orgulho para os moradores, que costumam se deslocar em barcos particulares ou táxis aquáticos. Como nas pequenas cidades, o burburinho gira em torno da Praça Mercado (Markt), onde estão erguidos os monumentos e prédios mais exuberantes, com janelas coloridas em vermelho. Um dos belos passeios a partir de Delft é visitar Kinderdjik, o parque formado por 19 moinhos construídos no século 18 e usados até a década de 1950 para drenar o excesso de água dos diques. Hoje, são patrimônios da humanidade, tombados pela Unesco.

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