Turismo

Vá ao Palácio Anchieta para explorar a parte histórica de Vitória

Construção que sedia o governo estadual convida os visitantes a viajar pela história com um pé na contemporaneidade

Rafaella Panceri - Especial para o Correio
postado em 05/01/2017 09:00

Construção que sedia o governo estadual convida os visitantes a viajar pela história com um pé na contemporaneidade

A porção mais antiga de Vitória fica na Cidade Alta. Portanto, é preciso subir ladeiras para chegar às atrações, que podem ser vistas em um dia só. Da varanda do Palácio Anchieta, lugar de destaque no centro histórico, é possível observar os navios que movimentam o porto e a economia locais.

[SAIBAMAIS]

Dentro do prédio, cada sala conta um pouco da história do Espírito Santo por meio de um vasto acervo: móveis antigos, objetos de decoração, obras de arte e espaço cultural. Há aposentos com pintura e mobília originais do século 18, quando o palácio passou a sediar o governo estadual. A construção começou, no século 16, por padres jesuítas, e o prédio abrigou um colégio e uma igreja até 1760. A restauração mais recente terminou em 2009.

Do mangue à mesa

Panelas de barro produzidas em Vitória atraem interessados no preparo da iguaria mais famosa do estado: a moqueca

Para os recém-chegados a terras espírito-santenses, uma dica: a autêntica moqueca capixaba é feita em panela de barro. O utensílio, considerado patrimônio imaterial do estado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é ideal para armazenar calor. Por isso, as postas de peixe acompanhadas de cebola, tomate, alho, sal, limão, coentro e azeite são cozidas em poucos minutos. Pergunte a um capixaba outra vantagem de cozinhar na panela de barro. Você provavelmente vai ouvir que o sabor é muito superior ao de moquecas feitas em panelas de alumínio ou inox.

O prato tem história. Quem gosta do sabor não pode dispensar uma viagem às origens dele, no bairro de Goiabeiras. Em um galpão, artesãs conhecidas como paneleiras modelam as panelas com as próprias mãos há décadas. Até ficarem prontos para serem usados no fogão de casa, os objetos são polidos com arcos de ferro, secam e são alisados com pedra de rio. Depois de queimar no fogo, recebem uma camada de tanino, substância extraída da casca de árvores que nascem no mangue.

Para Luciete Lucidato da Vitória, 46 anos, o processo é natural. Ela cria panelas há três décadas. ;As mais rasas são para fazer arroz e moqueca. As mais fundas servem para o caldo verde e para a feijoada;, recomenda. No galpão, a fama é das mulheres, mas os homens também entendem do ofício. ;Fui criado na beira da praia, vendo minha avó e minha bisavó fazendo panela. Hoje sou artesão. Independentemente do sexo, tudo é passado de geração em geração;, relata Hascler Fernandes, 27.

Visite

Espaço Cultural Palácio Anchieta

; A área destinada à arte exibe a exposição interativa Constelações, do artista capixaba Hilal Sami Hilal, até a primeira quinzena de janeiro.

; Praça João Clímaco, s/n, Cidade Alta, Centro

; Aberto de terça a sexta, das 9h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados, fecha uma hora mais cedo

; A entrada é gratuita e as visitas guiadas começam a cada 30 minutos

Patrimônios históricos do centro de Vitória

; Theatro Carlos Gomes

; Convento São Francisco

; Igreja de São Gonçalo

; Catedral Metropolitana

; Capela Santa Luzia

; Igreja do Rosário

; Convento do Carmo

Paneleiras de Goiabeiras

; Rua das Paneleiras, n; 55, Goiabeiras

; Entrada gratuita

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