Bem antes do clássico de Júlio Verne, 20 mil léguas submarinas, o ser humano mostrou-se apaixonado pelos mistérios que vivem nas águas profundas de mares e rios. Experiências como a do cientista francês Jacques Cousteau, que durante 50 anos pesquisou a vida marinha e submarina em todos os oceanos da terra e em grandes rios, o mundo das águas encanta o ser humano. Prova disso é que as viagens e passeios em submarinos são pontos altos de vários roteiros turísticos.
Submarinos antigos, por exemplo, são utilizados para viagens a locais que marcaram períodos difíceis, como a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Alguns estão abertos à visitação, enquanto outros fazem passeios pelas águas frias dos mares. Para o viajante mais aventureiro e aqueles que não sofrem de claustrofobia, conhecer um pouco da vida embaixo d;água é uma experiência fascinante, que arranca emoções diversas e fica registrada na memória de forma indelével.
No Brasil e no exterior
O Turismo indica alguns passeios para quem pretende se aventurar ao redor do mundo onde também é possível entrar em submarinos e ver de perto o maquinário utilizado durante períodos como a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a Guerra Fria (1947-1991); para aqueles que já viveram e pretendem repetir a experiência.
Eles estão submersos e navegam pelos oceanos em silêncio, quase sem serem notados. Os submarinos começaram a ser usados com mais frequência a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com fins militares. Mas, desde então, esses gigantes dos mares podem ser usados em outras finalidades, como pesquisas e salvamentos.
Viver a experiência de entrar em um submarino é bem mais fácil do que se imagina; não é preciso nem sair do país. No Rio de Janeiro, o turista pode visitar o Submarino-museu Riachuelo. Construído em 1973, na Inglaterra, a embarcação foi incorporada à Armada Brasileira apenas quatro anos depois. Com 20 anos de operação, o submarino Riachuelo (S-22) recebeu esse nome em referência à Batalha Naval de junho de 1865, entre Paraguai e Brasil. Em 1997, o submarino foi desincorporado e transformado em um museu.
Visite o Riachuelo
; Onde fica: Espaço Cultural da Marinha ; Avenida Alfred Agache, s/n, Centro, próximo à Praça XV, Rio de Janeiro
; Horário de funcionamento: de 12h às 17h, de quarta-feira a domingo
; Entrada gratuita
Outros museus:
Royal Navy Submarine Museum (Hampshire, Inglaterra)
www.submarine-museum.co.uk
O submarino HMS Alliance, lançado ao mar em 1945, é a principal atração do museu localizado na cidade inglesa de Hampshire. Construída para servir os ingleses durante o último ano da Segunda Guerra Mundial, a embarcação foi utilizada por 28 anos, pela marinha da Inglaterra, em outras ocasiões. Hoje, o gigante está aberto à visitação, em tours de 40 minutos. Durante o passeio ; que recria sons, cheiros e o clima de um submarino submerso ;, o visitante passa pelo compartimento de torpedo, acomodações, sala de controle e a de máquinas. Quem chega ao fim do tour descobre até o que precisaria ser feito para escapar da embarcação.
Australian National Maritime Museum (Sydney, Austrália)
www.anmm.gov.au
Usado durante a Guerra Fria, como instrumento de observação e coleta de informação, o HMAS Onslow participou, por exemplo, de operações no Golfo Pérsico, rastreando submarinos soviéticos. Entrar na embarcação é uma maneira de se transportar para essa época e ver de perto como era o estilo de vida dos homens que trabalhavam ali ao passar pelas salas de comando, dormitórios e até a pequena cozinha que servia até 64 pessoas. A visita faz parte da Action Stations, uma experiência imersiva na vida da marinha australiana.
; Para saber mais
[SAIBAMAIS]Curioso dos sete mares
A bordo do barco laboratório Calypso, de roupa azul e gorro vermelho, o cientista, oceanógrafo e oficial da marinha francesa Jacques Cousteau singrou vários mares e dedicou a vida ; por mais de 50 anos ; a estudar e pesquisar a vida marinha. Para isso, chegou a inventar instrumentos e equipamentos, como a Aqualung, que permitia mergulhos autônomos. Produziu nove longa-metragens sobre o assunto e sua história está guardada no Museu Oceanográfico de Mônaco. No principado francês, está no alto de um morro à beira-mar, de onde se pode avistar o infinito azul no horizonte. Os dois pisos inferiores da construção são um aquário gigante que é alimentado pelas águas do Mar Mediterrâneo.
No fundo
Para o submarino submergir é preciso encher de água os tanques localizados entre o interior e o exterior do casco. Eles são preenchidos com ar, quando a intenção é fazer a embarcação flutuar.
Gigantes dos mares
A visitação aos submarinos não fica restrita àqueles que estão ancorados e se transformaram em museus. Que tal embarcar em um para dar uma volta pelas profundezas do oceano? Confira onde esses passeios podem ser feitos e escolha a sua paisagem subaquática preferida.
Kona Atlantis Adventure (Havaí, Estados Unidos)
www.atlantisadventures.com
O passeio de 45 minutos no submarino proporciona um momento para apreciar a vida marinha do estado norte-americano. A embarcação desce até 30 metros de profundidade e percorre uma área de dez hectares ; aproximadamente dez campos de futebol. O passeio custa cerca de R$ 354 (adulto) e R$ 147 (criança com até 12 anos). Também é possível fazer o passeio em Waikiki e Maui, ambos no Havaí.
Submarine Safaris (Lanzarote, Ilhas Canárias)
www.submarinesafaris.com
É a 30 metros de profundidade, no Oceano Atlântico, que as excursões de submarino nas Ilhas Canárias acontecem. Com suas cadeiras voltadas para uma janela, os passageiros estão prontos para se maravilhar com as belezas subaquáticas do arquipélago de território espanhol. A volta de submarino custa aproximadamente R$ 178 (adulto) e R$ 110 (criança).
Blue Safari Submarine (Trou-aux-Biches, Ilhas Maurício)
Para curtir bem o momento, a empresa das Ilhas Maurício oferecem um passeio de duas horas debaixo d;água. Além do tempo no submarino, o turista ainda pode passar 40 minutos fazendo mergulho de cilindro, vendo ainda mais de perto as belezas do fundo do Oceano Índico. O tour custa cerca de R$ 405 (adulto) e R$ 250 (criança com até 12 anos). Ainda é possível optar por duas outras atividades: um almoço submerso ou um passeio em uma moto subaquática.
; Para saber mais
Pioneiro norte-americano
Acredita-se que o primeiro submarino usado para combate foi o Turtle, criado pelo norte-americano David Bushnell, em 1775. Feita de madeira e aço, a embarcação abrigava apenas uma pessoa, que precisava ficar com água até os joelhos para submergir. O Turtle foi usado durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775-1783), mas falhou em todas as suas missões.