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Conheça o Expresso do Oriente, a locomotiva mais famosa de todos os tempos

Há 40 anos a mítica linha de trem fez a última viagem no roteiro chique entre Paris e Istambul. Ele marcou o mundo com sua trajetória de elegância e inspirou enredos de filmes e livros

Os funcionários, por outro lado, não tinham sequer parte do conforto que proporcionavam. Poucos tinham o privilégio de esticar as pernas no final do dia. Alguns dormiam em redes ou cadeiras que eram instaladas do lado de fora das cabines, porque precisavam estar sempre de prontidão.

; Declínio após a 2; guerra

Durante a Segunda Guerra Mundial, a companhia interrompeu novamente seus serviços devido a sabotagens constantes nos trilhos por toda Europa. Em 1945, o funcionamento foi normalizado, embora com um número menor de trens circulando, porque com a Cortina de Ferro (divisão da Europa em Oriental e Ocidental), os países do Leste europeu se desligaram da companhia Expresso do Oriente e resolveram criar suas próprias linhas ferroviárias.

O declínio do Expresso do Oriente começou logo após a Segunda Guerra Mundial. O ditador Adolf Hitler destruiu metade da frota da companhia, porque ele pegava os vagões e os achatava para que eles pudessem ser transformados em tanques, caminhões ou outros instrumentos utilizados em batalhas. A concorrência causou um grande impacto econômico na frota da Orient que, em 1960, encerrou as atividades do trecho complementar do Simplon Orient Express. A partir daí, o serviço foi substituído pelo Golden Arrow, que não fazia parte da companhia.

Em 1962, somente o Simplon Orient Express ainda circulava na Europa. As outras duas rotas foram colocadas fora de circulação, tanto a rota original do Expresso do Oriente, quanto o Alberg Orient Express. Mas a única rota restante não durou muito tempo, em questão de meses, ainda no mesmo ano, o Simplon Orient foi retirado de circulação e foi trocado por um trem mais lento, batizado de Direct Orient Express. Ele fazia o mesmo trajeto que o Simplon, saia diariamente de Belgrado e partia duas vezes por semana para Atenas e Istambul.

Sem dúvida, essa obra da escritora inglesa, Agatha Christie, é o maior marco feito sobre o Expresso Oriente. A autora, mundialmente famosa por escrever histórias policiais, quis se aventurar em um dos vagões do Expresso do Oriente. Na trama de Assassinato no Expresso do Oriente, o detetive Hercule Poirot ; personagem mítico da escritora ; tem a missão de desvendar um assassinato ocorrido na locomotiva, em uma noite de nevasca em que o trem foi impedido de seguir o trajeto.A vítima tinha vários inimigo se o detetive precisava descobrir quem matou o homem. Agatha Christie, como em todos os seus livros, deixa o suspense até a penúltima página. A todo momento são mostradas diversas evidências de quem seria o possível assassino, mas a dúvida sempre paira em todo o livro. Até que o final é surpreendente e, mais uma vez, a escritora arranca fôlegos e ganha mais fãs em todo o mundo.


O sucesso do romance policial de Agatha Christie ganhou os cinemas. O primeiro filme baseado na obra da autora foi lançado foi em 1974. Com direção de Sidney Lumet e roteiro de Paul Dehn, teve como protagonista o ator Alberty Finney, que interpretou o detetive Hercule Poirot. Mais tarde, em 2001, o diretor Carl Schenkel deu vida ao novo filme sobre O Assassinato do Expresso Oriente.

Dessa vez, o ator Alfred Molina fez o protagonista da trama. O cinema Hollywoodiano, mais uma vez, dará vida ao livro de Agatha Christie. No dia 10 de novembro, o mundo verá Johnny Depp se aventurando pelos vagões da locomotiva mais famosa do mundo, sob a direção de Kenneth Branagh. O elenco contará com grandes nomes do cinema, como Michelle Pfeiffer e Penélope Cruz.