Turismo

Quatro sedes da Copa do Mundo na Rússia que merecem sua visita

A um ano do início dos jogos do Mundial de Futebol, o Turismo mostra o que há para visitar nas cidades-sedes da competição, que será realizada no outro lado do mundo

Geison Guedes - Especial para o Correio, Renato Alves, Eliane Moreira - Especial para o Correio
postado em 24/06/2017 10:00

A um ano do início dos jogos do Mundial de Futebol, o Turismo mostra o que há para visitar nas cidades-sedes da competição, que será realizada no outro lado do mundo

Que brasileiro é apaixonado por futebol, ninguém duvida. Mas será fácil encontrar algum que esteja disposto a atravessar o planeta para companhar os jogos da Seleção? Para quem sonha com isso, é tempo de se planejar. Faça o seu roteiro e viaje rumo ao hexacampeonato.

[SAIBAMAIS]Depois de Moscou, Kaliningrado e Ecaterimburgo, nesta semana vamos conhecer um pouquinho sobre São Petersburgo (a segundo maior e mais importante cidade russa), Kazan (a mais antiga do Mundial), Níjni Novgorod (e seu Mané Garrincha) e Saransk, a menor de todas as sedes. Na próxima semana, concluiremos a nossa série falando sobre Sochi, Rostov do Don, Volgograd e Samara.

São Petersburgo
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À beira do Mar Báltico, a linda cidade nasceu de um sonho de grandeza do czar Pedro, o Grande, há mais de 300 anos. A aristocracia russa tinha pendores iluministas, falava francês e queria a sua própria Paris. Daí surgiram palácios magníficos, jardins como o de Luxemburgo, igrejas que se assemelham ao Vaticano, belos acervos de arte.

Fundada em 1703 por Pedro, o Grande, para defender o território russo dos ataques da Suécia, recebeu o nome São Petersburgo em homenagem ao apóstolo Pedro, por quem o czar tinha devoção. Em 1914, a então capital russa perdeu seu germânico nome para ser rebatizada por outro mais nacional: Petrogrado. Em 1924, a morte do maior líder bolchevique, Vladimir Lenin, mudou mais uma vez o nome da metrópole. A cidade símbolo dos czares passou a ser chamada Leningrado.

O Forte de São Pedro e São Paulo, construído para deter os ataques suecos no século 18, tem igrejas, túmulos e algumas das celas mais famosas da Rússia, onde ficou presa gente do porte de Alexis, filho do próprio Pedro, o Grande.
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Dois de seus museus são imperdíveis: o Hermitage, onde há 150 mil obras de artistas como Matisse e Kandinsky, e o de cera do Palácio Beloselski, que conta de maneira lúdica a história do país. A cidade é famosa também por seu ótimo jazz. Vá conferi-lo no JFC, enquanto saboreia as ótimas vodcas russas.

Um dos maiores museus de arte do mundo, o Hermitage, em São Petersburgo, tem um acervo de mais de 3 milhões de peças. Coleção iniciada pela czarina Catarina, a Grande, que recebeu os conselhos dos iluministas franceses Voltaire e Diderot.

O museu fica no antigo Palácio de Inverno, residência oficial dos czares russos e faz parte de um complexoque inclui o Teatro (fechado à visitação), o Grande Hermitage, o Pequeno Hermitage e o Novo Hermitage.
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As fachadas são obras de arte que atraem as câmeras dos milhares de turistas que visitam o museu diariamente. O Hermitage é considerado patrimônio arquitetônico mundial. Lá dentro, El Greco, Raphael, da Vinci, Cézanne, Rembrandt, Renoir, Picasso são apenas alguns nomes que enchem suas 1.057 salas. A do trono é a dedicada aos heróis russos que combateram na guerra napoleônica, são imperdíveis, como admirar as escadarias, janelas, assoalhos originais, tetos, lustres que compõem a decoração do museu.

Kazan

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A cidade é uma das mais antigas da Rússia. Como a maioria das velhas civilizações, existem divergências quanto à sua fundação, principalmente sobre a origem dos criadores, se os búlgaros ou se os tártaros. A capital do Tartaristão ; sede da Universíade de Verão (a Olimpíada Universitária) em 2013 ; contará com seis jogos do Mundial. São quatro da primeira fase; um das oitavas e outro das quartas.
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Se a Seleção Brasileira cair nos grupos C ou F jogará, ainda na primeira fase, na cidade. Passando em primeiro, voltará a jogar na Arena de Kazan nas oitavas, pelo grupo C. Se cair no E, pode jogar por lá nas quartas de final. Comparada com outras sedes, a cidade está a uma distância média de Moscou. São 825 quilômetros até a capital. De trem, são onze horas de viagem, Já de avião, o percurso demora pouco mais de uma hora.

Por estar relativamente próxima a Moscou, uma opção é ficar na capital e só se deslocar no dia do jogo, ou na véspera. Mas não é o recomendado. A cidade abriga construções milenares como as muralhas da antiga Kazan, que serviu de barreira para o histórico cerco de Ivan o Terrível no século 16. Considerada uma metrópole atemporal, atualmente ela conta cerca de 30 das maiores e mais importantes universidades da Rússia, abrigando mais de 180 mil alunos. A cidade, capital do Tartaristão, abriga pessoas de mais de 100 nacionalidades.
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Se optar por ficar na cidade milenar, hospedagem não é problema. Como grande centro, Kazan conta com uma boa diversidade de hotéis, para os mais variados bolsos. Pelo Booking.Com, uma diária no período da Copa varia de R$ 55 a R$ 515. Entre as atrações turísticas, o Complexo Arquitetônico e Histórico do Kremlin de Kazan (Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ; Unesco), a mesquita de Qol Sharif, a Catedral da Anunciação e o Templo de Todas as Religiões, estão entre os mais visitados pelos turistas.

Níjni Novgorod

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A sede mais próxima da capital russa tem o nome mais difícil de pronunciar: Níjni Novgorod (lê-se Ninjini Nougurrá) fica a 425 quilômetros a leste de Moscou. Criada em 1221, é a terceira mais antiga da Copa. Uma curiosidade é que, durante a Guerra Fria, servia como base das pesquisas secretas sobre armas nucleares e, por isso, o acesso era proibido a estrangeiros.
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Como Kazan, Níjni Novgorod será sede de seis jogos (quatro da fase de grupo, um das oitavas e outro das quartas de final). Se cair no grupo D, o Brasil jogará a segunda partida da primeira fase e as oitavas, se classificando em primeiro. Se o sorteio apontar o C, o caminho até a final em Moscou passa por Níjni nas quartas de final. O estádio tem grande semelhança com o Mané Garrincha.

Por ser uma cidade relativamente grande ; é uma das mais populosas da Rússia com cerca de 1,3 milhão de habitantes ;, Níjni Novgorod conta com um bom número de hotéis. A diária, no período da Copa, varia de R$ 85 a R$ 2,3 mil. Mas, por ser a mais próxima da capital, a facilidade de ficar em Moscou também é grande. Gasta-se pouco menos de cinco horas de carro ou de trem entre as duas sedes.
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Nizhny Novgorod está situada entre as colinas e o rio Volga. O Kremlin local remonta ao século 16, tem uma muralha de fortaleza de tijolos de dois quilômetros e 13 torres de vigia. Ele fica em uma elevação oferecendo uma bela vista da cidade e sua orla. A metrópole é uma das 100 cidades mundiais incluídas na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. Além da sede do governo, o Jardim Zoológico, o monastério Pechersky Ascension e o parque Shveitzariya, estão entre os pontos turísticos da cidade.

Saransk

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Relativamente nova, comparada com outras cidades da Rússia, Saransk foi fundada em 1641. Com 376 anos, a capital da República da Mordóvia conta com um fenômeno incomum, a população ; que já é bem pequena ; está diminuindo. A menor população do Mundial contava, em 1989, com cerca de 312 mil pessoas, atualmente são pouco mais de 307 mil.

A um ano do início dos jogos do Mundial de Futebol, o Turismo mostra o que há para visitar nas cidades-sedes da competição, que será realizada no outro lado do mundoEsse fato se dá, basicamente, por causa do fim da Guerra Fria e, consequentemente, do fechamento das grandes indústrias criadas durante a União Soviética para alavancar o comércio do país. Com isso, a população passou a migrar para os grandes centros, como Moscou, São Petersburgo e Kazan.

Localizada no centro da Rússia, Saransk está a leste de Moscou, a cerca de 650 quilômetros de distância da capital do país. De trem, são cerca de oito horas e meia de viagem entre uma sede e outra. Como Kaliningrado e Ecaterimburgo, a cidade terá quatro jogos da Copa, todos da primeira fase. Para a Seleção Brasileira jogar no local, precisa ser sorteada para o grupo B, onde a terceira partida do cabeça de chave será realizada.

Para se hospedar na pequena cidade, o turista conta com diárias de R$ 35 a R$ 230. Se o Brasil cair no grupo B, uma boa opção é ficar em Moscou e ir para Saransk apenas no dia do jogo, até porque a segunda partida será na capital russa e as oitavas, passando em primeiro, também. Quem resolver ficar, pode aproveitar para visitar os diversos museus da região, como o Museu da Cultura Folk de Mordóvia, o Kraevedcheskiy e o Museu de Arte Fina S.D. Erzia, além do parque Gorodskoy, do Zoológico local e, como boa cidade russa, da Catedral de Saranks.

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