Desde que os homens se lançaram ao mar em busca de novos horizontes, as embarcações conquistaram um papel importante no processo de desenvolvimento das civilizações. Vieram as descobertas e com elas a necessidade de transporte para os novos continentes. Ao longo dos anos, milhões de pessoas foram transportadas pelas águas dos oceanos de todo o mundo. Atualmente, viajar de navio é uma experiência diferente que tem atraído cada vez mais adeptos. Quem experimenta quer voltar. Essa é a vontade de 88,8% dos brasileiros que viajaram em cruzeiros no ano passado, segundo pesquisa da Associação Brasileira dos Cruzeiros Marítimos (Clia-Brasil) em parceria com a Fundação Getulio Vargas.
[SAIBAMAIS]Viajar de navio foi a opção de 24,7 milhões de turistas em todo o mundo, de acordo com dados da Associação Internacional de Cruzeiros (Cruise Lines International Association ; Clia). A estimativa da entidade é que neste ano o número de viajantes atinja os 25,8 milhões. Entre os destinos mais procurados estão: Caribe (35%), Mediterrâneo (18.3 %), Europa(11.1 %), Asia (9.2 %), Austrália/Nova Zelândia/Pacífico (6.1 %), Alasca (4.2 %) e América do Sul (2.5 %).
Na costa brasileira, a temporada de cruzeiros começa em novembro e se estende por todo o verão. De acordo com o Ministério do Turismo (MTur), a expectativa é que 427 mil passageiros embarquem até o começo de abril de 2018, quando se inicia o outono no hemisfério sul. Participar de um cruzeiro vai além de conhecer os destinos do roteiro: o próprio navio é uma grande atração. Hoje as embarcações são verdadeiros complexos. Teatros, cinemas, piscinas, restaurantes, academias, cassinos, playgrounds, toboáguas e lojas fazem parte dos atrativos dos grandes navios. Alguns oferecem outros mimos ao passageiro, como aula de ioga ou spa e outras atividades.
Os navios também são uma alternativa para aqueles que têm medo de viajar de avião ou temem os perigos das estradas. As tecnologias e o avanço da engenharia contribuíram para a redução dos riscos de acidentes. Agora, o mapeamento das rotas marítimas é muito mais preciso e em tempo real, o que evita rotas conturbadas, mares agitados e colisões com bancos de corais ou pedras.
Para a estudante Renata Bernabé, 24 anos, a primeira viagem num cruzeiro foi maravilhosa. ;Nossa cabine era a mais humilde e mesmo assim atendeu a todas as nossas necessidades, era superconfortável. A alimentação era ótima, o buffet ficava aberto durante todo o dia, só fechava de madrugada. O almoço era sempre no buffet, à noite a refeição era em outro restaurante, mais sofisticado e pratos à la carte. A programação de entretenimento do navio era espetacular! De dia o pessoal da animação normalmente ficava na piscina e toda noite tinha shows no teatro, que são imperdíveis. Os funcionários eram muito atenciosos e bem-educados;, conta ela que embarcou em fevereiro para Santos, passando por Punta del Leste, Buenos Aires e Montevidéu no MSC Music.
Já para o empresário Frederico Serôa, 26 anos, foi uma experiência única com os amigos. ;Foi a primeira vez que eu fiz e gostei muito. É muitíssimo luxuoso e bem organizado. Não tive a impressão de que balança e me senti bem. Além de ter tudo no navio, cassino, teatro, ótimos restaurantes. Achei o preço justo, paguei R$ 5 mil para curtir o navio com os amigos na época do carnaval, só lamento ter ficado pouco tempo nos locais de destino;, lembra ele, que navegou pelo MSC Preziosa.
Opções para todos os bolsos
Os cruzeiros estão sempre se reinventando. Eles podem dar a volta ao mundo, durar meses, semanas ou poucos dias. Podem ser temáticos e também emblemáticos, como o famoso do ;rei; Roberto Carlos. A grande dúvida é saber qual escolher. O concierge de viagens Marcelo Barone explica alguns pontos que devem ser analisados antes de fechar um pacote e dá algumas dicas para a escolha da embarcação ideal.
É preciso pesquisar qual o porto de saída da viagem. Há navios que partem de várias cidades do mundo e muitas vezes as pessoas escolhem um roteiro, mas o embarque é feito em um local complicado que exige várias conexões para chegar até ele.
Se o objetivo é desfrutar do conforto e também economizar um pouco, a dica é procurar cruzeiros que partem em épocas de baixa temporada. Os navios de natal, réveillon, carnaval e férias amargam as maiores taxas. Se você optar por viajar fora dessas datas, pode economizar até 70% no valor final. Embarcando do porto de Miami ou de Fort Lauderdale, por exemplo, é possível conseguir um pacote por R$ 1.900 por pessoa, que inclui bebidas não alcoólicas e refeição completa.
Para as pessoas que sofrem de claustrofobia, é importante escolher uma cabine externa que tenha janelas, que podem ser viradas para o mar ou não. As cabines internas são oferecidas pelas companhias marítimas com preços menores, mas são totalmente fechadas e não possuem luz solar, o que pode causar desconforto para aqueles que se sentem mal em locais fechados.
É importante esclarecer se o navio é temático ou não para avaliar o tema proposto pela viagem. São várias opções, como roteiro fitness, empresariais, jovens, para a melhor idade. Os cruzeiros temáticos são muito comuns na costa brasileira, por isso é preciso adequar o seu gosto pessoal com os serviços oferecidos.
O que levar para os cruzeiros também gera muitas dúvidas, mas claro que não podem faltar roupas de banho, roupas leves para passar o dia (se a viagem for realizada no verão). É aconselhável levar um traje mais fino pra homens e mulheres.
Os navios têm duas opções: all inclusive com e sem bebidas alcoólicas. É importante saber que a qualidade das bebidas oferecidas nos pacotes all inclusive pode não agradar ao viajante, por isso existe, em alguns navios, a possibilidade de adquirir um pacote de bebidas para toda a estadia.
* Estagiária sob supervisão de Taís Braga