Talvez pela magnificência da grande Petra, a irmã menor seja menos procurada, mas não menos importante. A Pequena Petra era lugar de trânsito, uma espécie de acampamento de caravanas para alimentação dos camelos e mercadores, antes de seguirem o curso até a capital, a quase nove quilômetros dali. Esconde-se por detrás de um estreito desfiladeiro, que se alonga por cerca de 10 metros. Após a entrada, uma apertada garganta com passagem suficiente para que apenas dromedários perfilados e observados do alto dos rochedos seguissem em frente, adiante, o cânion se abre. Ali, no coração da Pequena Petra, a vida pulsava.
Casa Pintada
[SAIBAMAIS]Nos paredões laterais, edifícios com diferentes finalidades foram minuciosamente escavados nas rochas. Ali, o que foi um monumental templo dedicado às divindades nabateias Dushara e Al Uzza se apresenta, ao lado de refeitórios, com numerosas canalizações para armazenar a água das chuvas e a célebre Casa Pintada, a mais importante das salas que conserva afrescos clássicos de inspiração helênica, com imagens relacionadas a Dionísio, deus do vinho. Pequena Petra foi possivelmente fundada alguns séculos depois da monumental irmã, Petra (século 4 a.C.), na encosta de Jebel al-Madhbah ; identificada por alguns como o bíblico Monte Hor, ao sul da Jordânia.
Flanco oriental de Wadi Araba (deserto da Arábia), trata-se do extenso vale que se alonga entre Mar Morto e Mar Vermelho, esticando-se até o Golfo de Aqaba. Os nabateus suplantaram edomitas, povos que ali viveram a partir de 1200 a.C. e estabeleceram-se na região, consolidando, no fim do século 4 a.C., um império fundado em um amplo sistema de relações políticas e econômicas. Intermediavam, em aramaico, língua comercial que se falava em todo o Oriente, o trânsito das caravanas de mercadores entre a Arábia e o Mediterrâneo, além da faixa entre Síria e Egito.
Era penosa a travessia pelo deserto da Arábia até o Mediterrâneo levando incenso, mirra e especiarias, adquiridas a baixos preços ao Sul da Península Arábica, atual território do Iêmen. A preciosa carga era revendida em Gaza, Alexandria e outros portos do Mediterrâneo, cujo destino final era o exigente mercado de Grécia e Itália, onde esses materiais eram utilizados em cerimônias religiosas e para a produção de misturas medicinais. Eram igualmente transportadas mercadorias da Índia e da China, como ouro, prata, cristais e sedas.
Assim floresceu o império nabateu, a sua capital Petra e o seu subúrbio, a Pequena Petra, parada obrigatória das caravanas. Viveram, as duas irmãs, o apogeu e o seu declínio, a partir do ano 106, quando os romanos assumiram o controle da capital rosa e, aos poucos, empurraram as tradicionais rotas comerciais para o norte. Por volta de 663, Petra e Pequena Petra mergulharam sob as areias por mais de um milênio, para serem ;redescobertas;, em 1812, pelo explorador suíço Johann
Ludwig Burckhardt, o primeiro europeu a visitar esses locais.
Símbolo da glória de outrora
Trata-se da atração turística mais visitada da Jordânia. O local ganhou fama por sua arquitetura esculpida em rocha (que o fez ser chamado de ;cidade rosa; por causa da cor das pedras) e por ter sido a capital do Império Nabateu (que, por 500 anos, dominou a Rota da Seda, que ligava Oriente e Europa). A cidade também tinha canais de abastecimento muito avançados para o período. Petra foi estabelecida em 312 a.C. e foi considerada Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 1985.
Perfil da Jordânia
O país, cuja capital e cidade mais populosa é Amã, fica na Ásia Ocidental (no cruzamento entre Ásia, África e Europa), na margem leste do Rio Jordão. Tem fronteiras com Arábia Saudita, Iraque, Síria, Israel, Palestina e com o Mar Vermelho. A Jordânia é banhada também pelo Mar Morto (que a separa de Israel e Palestina). O idioma oficial da nação é o árabe e a população é de cerca de 9 milhões de pessoas. A religião dominante e oficial é o islã.