Ana Carolina Alves*
postado em 28/02/2018 20:00
O mundo como quintal. É isso que uma viagem de motorhome proporciona para os seus adeptos. A liberdade de fazer o seu próprio roteiro, não precisar desfazer malas a cada destino, reservar hotéis e nem se preocupar com o horário de check-in e check-out são só alguns dos fatores que fazem com que mais pessoas se rendam a esse tipo de viagem. Geralmente quem experimenta essa modalidade acaba transformando o hobby em um estilo de vida: buscam a simplicidade, contato com a natureza e a praticidade.
O presidente da Associação Brasileira de Campistas (Anacamp), Francisco Bacelar, explica que o motorhome é um tipo de campismo, e afirma que a modalidade vem crescendo no Brasil. ;Temos 1.032 associados, e esse número tende a aumentar. As pessoas têm buscado esse estilo de vida mais simples;, diz. Segundo o presidente, o perfil do brasileiro que procura um motorhome é o aposentado que guardou dinheiro e quer viajar bastante.
É o caso de Emery Tiveron, 55 anos. Já pensando na aposentadoria, a dentista comprou o motorhome há oito anos, para poder se familiarizar com o veículo. Hoje, ela admite que é o seu tipo de viagem preferida. ;O motorhome atende bem as minhas necessidades. Quando viajo com a família, é um momento nosso, de união. Quando eu viajo com o pessoal da minha igreja, para fazer trabalho voluntário, consigo levar meus equipamentos e alguns membros da equipe comigo. É bem prático;, afirma. Para Emery, o segredo é planejar a viagem: ;É preciso estudar a rota, verificar a condição das estradas e planejar onde dormir. Depois é só curtir;, aconselha ela, que recentemente viajou à Itália de motorhome com o marido.
Apesar do preço ; na época em que comprou o veículo próprio, Emery gastou cerca de 240 mil ;, a dentista garante que o motorhome foi um investimento. ;Não preciso pagar hotel, restaurantes, guia turístico. É a minha comodidade e intimidade. Pra mim, isso não tem preço;, conta. Francisco Bacelar afirma que existe uma elitização destes veículos. ;O custo operacional extrapola os limites do poder aquisitivo da maioria dos brasileiros. A nossa mão de obra não é qualificada, e isso gera um acréscimo no preço final do produto;, explica. Para ele, uma alternativa para diminuir o problema seria, além do aprimoramento da mão de obra, a liberação de veículos fabricados em outros países.
* Estagiária sob supervisão de Taís Braga