Turismo

Descubra um novo horizonte nas viagens sabáticas

Viagens de transformação e conhecimento têm atraído cada vez mais pessoas ao redor do mundo. Em busca de crescimento interior, os viajantes vivem experiências que vão além dos pontos turísticos

Carlos Altman - Especial para o Correio
postado em 06/03/2019 14:30
Quem participa do festival hindu em Chennai, na Índia, volta revigorado
Quem nunca teve a vontade de sair pelo mundo e encarar o desconhecido? Quem nunca desejou sumir e deixar para trás problemas, trabalho, família, amigos e (des)amores, e fazer uma viagem solitária em busca de si mesmo? Muita gente não só pensou como se permitiu vivenciar o tão sonhado período sabático. O termo hebraico shabat significa repouso, parada e descanso. Segundo a plataforma de inteligência em turismo Skift Travel, neste ano de 2019, o turismo de transformação terá destaque. Alexandre Cymbalista, diretor da Latitudes, que oferece viagens de conhecimento, concorda: ;Seja para ir a um festival de música, seja para uma imersão em si próprio, os brasileiros estão viajando para reafirmar suas convicções ou preferências. São viagens que ninguém retorna delas da mesma forma quando se deu o embarque. No fundo, todos voltam renovados ou transformados;, afirma.
Viagens de transformação e conhecimento têm atraído cada vez mais pessoas ao redor do mundo. Em busca de crescimento interior, os viajantes vivem experiências que vão além dos pontos turísticos
A maior prova de sucesso desse tipo viagem foi vivida pela escritora norte-americana Elizabeth Gilbert. Em 1999, com 30 anos, ela embarcou pelo mundo, sozinha, depois de um divórcio, uma depressão e outro amor fracassado. Sentindo-se confusa e triste, resolveu livrar-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego e partiu em sua jornada. Em Roma, na Itália, estudou gastronomia, aprendeu a falar italiano e engordou 11 quilos. Na Índia, dedicou-se à exploração espiritual. Em Bali, na Indonésia, exercitou o equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Inesperadamente, apaixonou-se por um brasileiro que morava em Bali. E o resultado final da viagem todo mundo conhece: o consagrado best-seller Comer, rezar e amar, publicado em 2006 e que, quatro anos depois, foi parar nos cinemas, com a atriz Julia Roberts no papel principal.

Inspirado no roteiro da escritora de sucesso, o Turismo refez o trajeto proposto por Elizabeth Gilbert no livro. A conclusão é de que dá para vivenciar todos os sentimentos, juntos, em cada cidade visitada por ela no romance de memórias.

Amor ao contrário

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Já que a capital italiana tem o amor no próprio no nome, nada mais justo que ser a imagem da sedução, da conquista. A cidade atrai por todos os sentidos. Pela história e pelas artes. Fascina e te sacia pela gastronomia variada, de massas e molhos suculentos, de queijos aos embutidos refinados. E os doces? Farte-se de seus gelatos e permita-se até a última migalha de um tiramisu ou cannoli crocante. Roma também encanta pelos perfumes e pela moda, mas nada cativa mais do que a língua melodiosa.

Uma cidade que tem fama de ser caótica, de ser vaidosa e aristocrática, gaba-se de ser popular e despretensiosa, mas é espontânea e encantadora. É uma paixão para a vida toda. O que mais surpreende em Roma é a banalidade do belo. É o deslumbramento diante da imensa cúpula do antigo Panteão de Adriano (com mais de 2 mil anos), das fontes de Bernini, do labirinto das vielas que circundam a Piazza Navona, sem esquecer os demais clássicos da cidade ; a Fontana de Trevi, a Piazza di Spagna, o Coliseu, o Fórum Romano e, claro, o Vaticano, o menor país do mundo, baluarte da religião católica encravado numa cidade que transpira o cristianismo por todos os poros. Onde se reza, se comunga, pede-se perdão pelos pecados da carne, seja o da gula ou o da luxúria.

De Gandhi ao Taj Mahal

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Berço da espiritualidade, visitar a Índia é ter um encontro com Buda (o Iluminado). Este ano, o país se prepara para celebrar os 150 anos do nascimento de Mahatma Gandhi. É o momento de meditação e de elevação ao plano espiritual superior ao seguir os passos do maior humanista indiano e se dedicar a rezar pela paz e pelo bem comum. E quando se fala de amor, a história do Taj Mahal está intimamente ligada à paixão.

O mausoléu, eleito patrimônio mundial pela Unesco em 1983 e listado como uma das sete maravilhas do mundo moderno, desde 2007 é a ode de um amor sem igual que tem início em meados do século 17, quando o imperador mongol Shan Jahan ordenou sua construção para honrar a memória de sua terceira esposa, Aryumand Banu Begam, que morreu ao dar à luz o 14; filho do casal. A despedida da amada abalou tanto o imperador que ele construiu o luxuoso palácio em mármore branco e pedras preciosas (jade, ametista, turquesa, lápis-lazúli, cristal e ouro) para eternizar o seu amor pela esposa preferida.

Refúgio espiritual

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Você acredita em karma? Aquela lei que ajusta o efeito à sua causa, ou seja, que todo o bem ou mal que tenhamos feito numa vida virá trazer-nos consequências boas ou más para esta vida ou próximas existências? Ao visitar Bali, uma entre as 13 mil ilhas da Indonésia, você se surpreende com a filosofia de vida do lugar. Embora a Indonésia seja um país muçulmano, Bali é um lugar exótico que se diferencia de todo o país. Lá, os moradores creem e praticam o hindu-balinês. Suas crenças, muito peculiares e cheias de tradições, enxergam o mundo de forma diferente.

Os balineses celebram a morte, acreditam em karma, participam de cortejos e todos os dias fazem oferendas para seus deuses. Admirada por turistas do mundo todo, essa ilha é um lugar único no planeta, localizada no Sudeste asiático. Um paraíso para se desligar do ritmo acelerado e descansar. Conhecida por sua espiritualidade, Bali oferece muitas experiências distintas, seja uma simples tarde observando o pôr do sol no mar, seja uma manhã praticando ioga ou recebendo uma massagem.

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