postado em 10/04/2019 14:30
A Normandia, na região ao norte da França, inspirou os primeiros traços do movimento impressionista e encantou diversos artistas ao longo dos séculos com suas luzes e paisagens deslumbrantes. Duas cidades se destacam: Le Havre e Étretat. É possível conhecê-las em uma escapada de três dias, a apenas duas horas de Paris. Os dois lugares guardam as belezas naturais que inspiraram obras de artistas como Monet e Boudin (a entrada do porto de Le Havre eternizada no famoso quadro Impression, soleil levant, que deu o nome ao movimento impressionista, ou nos jardins e falésias de Étretat. Uma mistura elegante de arte, arquitetura, espiritualidade e paisagens bucólicas bem pertinho de Paris.
Primeiro dia
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Vá direto a Le Havre. É possível ir de carro, ônibus ou trem (com vários horários saindo da estação Saint Lazare). A dica é chegar sexta-feira e almoçar em um dos bistrôs e brasseries que servem frutos do mar. Os pescados em Le Havre vêm direto do mercado de peixe e são frescos e deliciosos. Para acompanhar, aproveite para degustar as famosas sidras normandas, consideradas bebidas típicas na região. À tarde, passeie pelo Centro Histórico, que é patrimônio da humanidade pela Unesco. Esta parte da cidade foi totalmente reconstruída pelo arquiteto Auguste Perret depois de ter sido destruída na Segunda Guerra Mundial. A Igreja Saint Joseph faz parte deste conjunto arquitetônico e vale a pena visitá-la ao pôr do sol para apreciar todo o colorido de seus vitrais. A sensação é de estar num caleidoscópio gigante. Considerada como o ;farol; da cidade por conta da torre octogonal com 110 metros de altura, Saint Joseph pode ser vista do mar pelas embarcações que chegam ao porto de Le Havre.
Neste passeio, vale visitar o Apartamento Testemunha ou Museu do Cotidiano. O lugar é uma espécie de reconstituição dos apartamentos propostos por Perret para as famílias que perderam suas casas durante a guerra. O museu preserva o estilo de vida de uma família dos anos de 1950, com móveis, roupas, objetos e todos os tipos de utensílios feitos para mostrar como os jeitos de viver antes e depois da guerra são diferentes.
Outro ponto imperdível de uma caminhada pelo Centro de Le Havre é o Le Volcan. O complexo, com dois edifícios que lembram vulcões em tamanhos diferentes, foi projetado por Oscar Niemeyer nos anos de 1980, e hoje funcionam como teatro, midiateca e restaurante (foto). À noite, o restaurante duas estrelas Michelin de Jean Luc Tartarin é parada obrigatória. O chef usa apenas ingredientes locais, tornando a experiência de degustar a culinária normanda muito mais genuína.
Segundo dia
Depois, vale a pena fazer uma caminhada pela orla. Observe como as luzes mudam rapidamente e entenda a paixão dos artistas impressionistas com as cores do céu e do mar da Normandia. Passe pela instalação artística La Cat;ne, do artista Vincent Ganivet. A obra monumental forma dois arcos de contêineres que foram criados para celebrar os 500 anos da cidade e que acabaram se tornando a mais nova arte urbana de Le Havre. Durante a tarde, aproveite para conhecer o MuMa, Museu de Arte Moderna André-Malraux, onde se encontra uma das mais extensas coleções de obras impressionistas do mundo. Le Havre e o Movimento Impressionista estão diretamente ligados. A cidade patrocinou Eugene Boudin (nascido na vizinha Honfleur), pintor e mestre de Claude Monet, que o conheceu nas praias da Normandia por volta de 1856. Boudin se dedicava à pintura ao ar livre, ensinando a Monet algumas técnicas e introduzindo o artista à pintura de paisagens. Com a morte de Monet, três de suas telas foram doadas como contribuição ao museu.
Último dia
Sugerimos visitar uma das praias mais bonitas da França: Étretat. Conhecida pelas falésias que inspiraram as obras de Boudin, Monet e Courbet, Étretat atrai milhares de turistas todos os anos. Fica a apenas 40 minutos de Le Havre e é possível chegar de carro ou de ônibus. O ideal é aproveitar a manhã para conhecer as praias cercadas pelas falésias e caminhar pela Le Perrey, o calçadão que fica em frente à praia. Um dos cafés pode ser a pausa ideal para um almoço. É possível também subir em uma das falésias e almoçar no restaurante do Golf Club. A vista é de tirar o fôlego.