Turismo

Símbolos da liberdade

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 24/07/2019 04:09


Boo-Kaap, Cidade do Cabo

A Cape Town ou Cidade do Cabo é uma das três capitais na África do Sul. Na cidade, a segunda mais populosa do país, atrás de Joanesburgo, estão situados o parlamento nacional, o governo e o setor financeiro. Para os turistas, o que realmente enche os olhos é o bairro de Bo-Kaap, declarado, em 2019, pelo ministro das Artes e da Cultura da África do Sul, Nathi Mthethwa, como patrimônio histórico do país. O local, com 6 mil habitantes, está situado nas encostas da Colina Signal, acima do centro da cidade, e chama a atenção pelas casas coloridas, algumas do século XVIII.

Bo-Kaap era conhecido como Bairro do Malaio. Lá, moravam os escravos das colônias holandesas do Sudeste Asiático. As casas, de aluguel, foram construídas por Jan de Waal, em 1763. Os moradores vinham de países como Malásia, Indonésia e de outras partes da África, devido à resistência de tribos indígenas aos holandeses. A maioria deles era de origem muçulmana. Muitas mesquitas foram construídas. A primeira, a Mesquita Auwal na Rua Dorp, em 1740.

Entre os anos de 1790 e 1825, foram construídas mais habitações em estilo georgiano, marcado pela simetria e proporção com base na arquitetura clássica da Grécia e de Roma. Os prédios reviveram a arquitetura renascentista que envolvia o pensamento grego e romano, com colunas, pilastras e lintéis (peça dura). Muitos acabaram recebendo a influência de exilados políticos de Java, Indonésia, que chegaram à região por volta de 1820.

Com a libertação dos escravos, em 1833, e a chegada dos novos proprietários, as casas, que eram brancas durante o arrendamento, foram pintadas. Mas foi em 1943 que elas ganharam cores fortes e, delas, 15 foram restauradas por um grupo de cidadãos proeminentes, com o apoio da Comissão de Monumentos Históricos.

Após o fim do Apartheid, em 21 de abril de 1993, sistema caracterizado pela cultura política autoritária baseada na supremacia branca, o bairro de Bo-Kaap se tornou colorido, em manifestação à diversidade racial. No local, há uma combinação entre os vizinhos para não repetirem as cores das casas.



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