Turismo

Marca da tradição alemã

Pouco mais de 150km distante da capital, Blumenau e a vizinha Pomerode preservam os costumes e a gastronomia do país europeu

Marta Vieira / Estado de Minas
postado em 23/08/2019 16:30
Parque onde é realizada a Okctober, em outubro, fica aberto o ano inteiro

O caminho que leva a uma Santa Catarina com cara e jeito alemães passa necessariamente por Blumenau, distante 153 quilômetros de Florianópolis, e a vizinha Pomerode, a ;Pequena Alemanha; brasileira, a 175 quilômetros da capital. Blumenau oferece atrações bastante conhecidas durante todo o ano, embora tenha ganho fama em razão da Oktoberfest, o festival de cerveja inspirado no banquete criado pelo rei bávaro Luís XI, em Munique, para comemorar seu casamento, em 1814.

O parque onde a festa alemã é realizada permanece aberto, servindo um pouco dos sabores e das lembranças desfrutadas pelos turistas durante a Oktoberfest, promovida em outubro. Dentro ou fora desse período, nada combina melhor com o ambiente e a aura da cidade do que um passeio pela história e a cultura locais. O dia incluirá a Ponte de Ferro (foto), as construções antigas da Rua XV de Novembro e a vista da curva do Rio Itajaí-Açu.


Cerca de 30 quilômetros adiante, a tradição germânica exibe toda a sua forma nos charmosos prédios de Pomerode, localizada no Médio Vale do Rio Atajaí-Açu, a 58 metros acima do nível do mar. Os colonizadores chegaram ao vale em 1863, vindos da região de Pomerânia, no Norte da Alemanha.

Foram os fundadores que fizeram questão de dar uma graça especial ao município de 30,6 mil habitantes, desde o Pórtico do Imigrante, na saída norte, réplica em tamanho natural do Portal de Stettin, antiga capital da Pomerânia. Na entrada, o Portal Turismo Sul, símbolo da cidade, apresenta o rico acervo de edifícios e casas que o turista verá reproduzindo o estilo enxaimel ; técnica artesanal que usa só madeiras encaixadas com pinos, considerado o maior fora da Alemanha.


No Morro da Cruz

Diferente, mas também intrigante e inspirador, é o santuário Nossa Senhora do Bom Socorro, no Morro da Cruz. A construção oferece vista esplêndida e cenário de incríveis momentos para meditação. A admirável estrutura arquitetônica da igreja recebeu em 1912 a estátua de Nossa Senhora do Bom Socorro, trazida da França.

Outra parada em Nova Trento, a Villa Italiana consiste num conjunto de estações que contam como era a vida dos colonos que fundaram a cidade, na forma de museu e mercado de pulgas.

O visitante conhecerá dezenas de peças, algumas delas com mais de 100 anos, distribuídas em construções caracterizadas com o que foi possível reunir da época em que chegaram os colonos italianos. O acervo montado ao longo de 10 anos contempla a Casa do Colono, com seus utensílios, Casa dos Rádios, réplicas de máquinas e ferramentas usadas nas fazendas antigas, miniengenho de farinha de mandioca e lago com criação de peixes e gansos.


Rota do Enxaimel

Pomerode oferece, inclusive, um trajeto chamado Rota do Enxaimel, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A gastronomia esbanja personalidade em interpretações dos cardápios típicos, contendo os tradicionais eisbein (joelho de porco), marreco recheado e kassler (bisteca de porco); e a cuca, carro-chefe das confeitarias.


A cerveja artesanal de Pomerode é outra atração, com visita liberada à Cervejaria Schornstein. Pelas ruas do Centro, a caminhada será agradável, assim como a alternativa de passear nos carros de mola, aquelas carrocerias muito antigas e sofisticadas puxadas por cavalos. Documentos históricos, objetos e utensílios que ajudam a contar o histórico da colonização e da formação do município podem ser vistos nos museus Pomerano, do Marceneiro e Casa do Imigrante. Com tempo, o turista pode admirar o belo prédio e a fábrica da Porcelana Schmidt.


Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação