postado em 18/09/2019 04:17
A Cidade Proibida é, naturalmente, a estrela da capital e não há como não ser. Inaugurado em 1420 e construído em pouco mais de 14 anos, esse conjunto de mais de 900 edifícios distribuídos de forma retangular por mais de 700 mil m; serviu de residência a duas dinastias e se tornou um símbolo da era feudal quando a revolução comunista fundou a República Popular da China, em 1949. Hoje, recebe mais de 10 milhões visitantes por ano e o volume, marcado principalmente por turismo interno, é tão grande que a visitação é limitada a 80 mil pessoas por dia.
Por isso, é recomendado comprar o ingresso pela internet, antecipadamente, e escolher entre várias opções: você pode apenas visitar os palácios principais (R$ 37) e se perder por mais de cinco séculos de história ou pagar um pouco mais e mergulhar na Galeria dos Tesouros (o tíquete combinado fica em R$ 45). O local é tão grande que é necessário, no mínimo, um dia para a visita. Além da arquitetura típica ; reproduzida em vários outros palácios de Pequim ; as cores têm significado especial: somente os imperadores podiam se permitir pintar de dourado o teto de seus palácios e o verde e o vermelho dos edifícios eram típicos da nobreza chinesa.
A China tem se tornado um destino turístico cada vez mais popular. Em 2018, a capital recebeu cerca de 4 milhões de turistas. De acordo com a Comissão Municipal de Desenvolvimento do Turismo de Pequim, houve um aumento de 2% em relação ao ano anterior e boa parte desse fluxo veio do turismo interno ou de regiões asiáticas próximas. Portanto, não espere encontrar explicações em plaquetas com línguas ocidentais nem mesmo na Cidade Proibida. Os chineses se orgulham de seu sistema de ideogramas ; que não é um alfabeto ; e têm motivo para isso: uma criança consegue ler textos escritos há 2500 anos por Confúcio. Difícil achar um ocidental de 10 anos capaz de ler aramaico.
Na Cidade Proibida, a dica é pegar um audioguia, que pode ser alugado na entrada do palácio mediante depósito reembolsável de R$ 45. Esses aparelhos vêm com sensores que detectam a localização do visitante e narram a história do palácio a cada novo pátio. Mesmo assim, leia sobre o local e as dinastias antes da visita para entender um pouco da história da China: o audioguia é superficial e a visita básica não esclarece muito
O local é acessível de metrô, pela praça Tiananmenn, mas lembre-se de levar o passaporte: o documento é condição para circular pela praça, que foi palco dos protestos para reivindicar um sistema democrático em outubro 1989, um turbilhão que balançou a China e terminou com uma estimativa de mais de 400 mortos. É bom ter em mente que a saída da Cidade Proibida se dá no lado contrário ao da praça e é preciso caminhar mais de um quilômetro para retornar a Tiananmenn. A dica aqui é aproveitar para se perder um pouco nos hutongs que margeiam a rua Beichizi, de volta à praça mais famosa de Pequim.
Onde dorme o fundador
A praça também merece uma atenção especial. Ali ficam o Grande Salão do Povo e o mausoléu de Mao Tsé-Tung, no qual o corpo do fundador da República Popular da China fica exposto apenas três meses durante o ano. É um local cívico e, assim como em outros sítios históricos, é comum ver famílias tirando foto na frente dos monumentos com a bandeirinha do país, em sinal de patriotismo.
O Grande Salão do Povo é o local destinado ao encontro anual dos mais de 3 mil representantes da população. Não há eleições diretas na China, mas há escolha de representantes regionais que se reúnem em Pequim uma vez ao ano. Todos, claro, devem ser ligados ao Partido Comunista Chinês (PCC). O Grande Salão é também o local no qual são realizadas as cerimônias oficiais do PCC e da República Popular da China. (NM)