postado em 18/09/2019 04:17
Projetado pelo arquiteto francês Jean-Marie Duthilleul e pelo chinês Cui Kai, o Museu da Cidade ocupa uma área de 24.800m; distribuídos por cinco andares destinados a contar a história de Pequim desde a chegada da dinastia Ming, a primeira a fazer da capital uma cidade imperial. A arquitetura chinesa tradicional é celebrada logo na entrada com um pórtico que contrasta com a modernidade do prédio inaugurado em 2006.
Até então, o museu funcionava onde hoje é o Templo de Confúcio, ao lado do Templo dos Lamas. Seis episódios da história da cidade foram selecionados para ocupar as salas do museu, entre eles a era da dinastia Qing, as batalhas para proteger a cidade de invasores, a fundação da República Popular da China, em 1949, e o movimento de 4 de maio, que ajudou a expulsar os japoneses do território chinês após a Primeira Guerra.
Além de muita porcelana e artefatos em jade, a pedra nacional, documentos e fotografias, há salas dedicadas também à vida nos hutongs e à maneira como viviam os imperadores. Eventualmente, audioguias estão disponíveis e são essenciais, já que não há tradução das explicações em chinês que acompanham as exposições permanentes. Vale também comprar livros sobre o museu, disponíveis na lojinha do subsolo, em inglês.
Monitorada
Todo estrangeiro sabe que é preciso baixar o VPN para poder ter acesso ao Gmail, ao Google, ao Whatsapp e às redes sociais quando desembarca na China. A realidade da internet monitorada e censurada também se estende para os meios de comunicação, boa parte deles pertencentes ao próprio governo. ;Nosso slogan é servir ao partido, ao país e ao povo;, explica Yu Huijuan, ex-diretora do departamento de português da Rádio Internacional da China, em seminário para jornalistas de língua portuguesa organizado pelo ministério do Comércio da República Popular da China, em Pequim. ;Nem todas as verdades são convenientes para sociedade. Depende da necessidade;, diz.
Bi Yuming, vice-diretora do gabinete português do Departamento Exterior da Ag;ncia de Notícias Xinhua, explica que a extensão continental da China levou ao investimento por parte do governo em toda a estrutura de mídia do país. ;Nosso presidente e nosso governo têm um plano muito claro para o desenvolvimento da mídia;, explica, ao falar, sobretudo, das tecnologias de integração entre veículos como a China Radio Internacional (CRI), o Diário do Povo, a Rádio e Televisão Central da China (CCTV) e revistas oficiais. A imprensa privada é praticamente inexistente e todos os meios de comunicação são controlados pelo governo.
Sobre as redes sociais ocidentais, Chen Duqing, diretor do Centro de Estudo Brasileiro da Academia Chinesa de Ciências Sociais de Pequim diz que não há temor de livre circulação de informação e dá como explicação uma fórmula muito típica do discurso oficial chinês: ;Temos que ver é o que funciona para nós;. O país é praticamente autossuficiente quando se trata de consumir produtos de comunicação ocidentais.
Na China, a maior rede social é o WeChat, com mais de 1 bilhão de usuários e um sistema que funciona tanto para a interação e comunicação quanto para transações financeiras. À base de QR Code, faz-se tudo pelo WeChat, da leitura de jornais às compras. Cartões de crédito são usados, mas com uma bandeira local. Pouquíssimos estabelecimentos estão preparados para Visa e Master, por isso ter dinheiro vivo no bolso é medida importante. Desde a abertura comandada por Deng Xiaoping, presidente entre 1978 e 1990 e responsável por implantar um capitalismo de Estado definido oficialmente como ;socialismo com características chinesas;, o país vem crescendo vertiginosamente e se modernizando a uma velocidade difícil de acompanhar pelas economias do Ocidente.