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Correio Braziliense
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postado em 16/10/2019 04:19
Câmara Cascudo viveu e morreu em Natal. Hoje, a sede do instituto que leva seu nome, pode ser visitada





Historiador, antropólogo, advogado, escritor, folclorista e jornalista. Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) é talvez a personalidade mais importante da cultura potiguar. Ele fez questão de morar a vida toda em Natal onde nasceu e morreu, chegando, inclusive, a recusar um convite do então presidente Juscelino Kubitschek para ser reitor da Universidade de Brasília (UnB). A casa onde ele morou por quase 40 anos é a sede do Instituto Câmara Cascudo, instituição privada mantida pela família e presidida por sua neta Daliana Cascudo. Além de livros, o acervo contempla coleções particulares de arte sacra, arte regional, etnografia indígena e africana.

O espaço preserva todos os ambientes, como quartos, sala de estar, de jantar, cozinha, com todos os móveis da época de Cascudo. Fotos de várias gerações da família também estão espalhadas pelo casarão, datado de 1900. A biblioteca traz raridades, como a máquina de escrever do historiador, da qual surgiram cerca de 200 obras e uma peculiaridade: assinaturas nas paredes e nas portas de visitantes ilustres, como o próprio JK, o maestro Heitor Villa-Lobos e políticos da região.

É ali também que se encontra a imagem de São José de Botas, que segundo Câmara Cascudo era casamenteiro. ;Vovô costumava dizer que a moça ou rapaz que passasse a mão na botinha dele, em um ano estava casado(a);, assegura a neta. O Instituto também abriga um auditório e um quintal onde costumam ocorrer eventos e exposições. Antes mesmo de ser aberta à visitação pública, em 2009, a casa já era referência da cultura do Rio Grande do Norte.

Mordida
Um dos lugares que se tornaram atração turística recentemente é a Arena das Dunas, inaugurada para a Copa do Mundo de 2014. Foi ali que o craque uruguaio Luis Suárez deu a famosa mordida no zagueiro italiano Chiellini, no confronto entre Uruguai e Itália. Embora muitos criticassem o fato de construírem um estádio de porte internacional em Natal, uma cidade com pouca tradição no futebol, o espaço não se tornou um elefante branco. ;Vários eventos têm acontecido dentro e fora da Arena das Dunas, além do fato de os camarotes serem utilizados como salas comerciais;, assegura o guia turístico Fagner Peixe.






Para saber mais

O conde e o príncipe

Entre os aviadores que estiveram em Natal está o francês Antoine de Saint-Exupéry. O terceiro filho do conde Saint-Exupéry e da condessa Marie Fascolombre foi piloto da empresa de correio aéreo Aeropostale, ele esteve em algumas cidades brasileiras entre 1929 e 1930. Reza a lenda que o escritor e ilustrador ficou encantado com um centenário baobá que conheceu na cidade de Nísia Floresta, nos arredores da capital do Rio Grande do Norte e o incluiu em seu livro mais famoso, O pequeno príncipe.



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