Turismo

Turismo corporativo: trabalho com prazer

Em contínuo crescimento, viagens a trabalho são o principal fator de movimentação interna no Brasil. Elas somam mais de 60% de todos os voos domésticos. São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba

Erika Manhatys*
postado em 17/10/2019 10:00
Turismo corporativo é apontado como uma atividade estável no Brasil e representa 82% da movimentação de viagens no território do país

Cenários paradisíacos combinados à natureza calorosa e receptiva do seu povo colocam o Brasil no radar de melhores destinos para o turismo. Basta dar uma voltinha pela orla carioca ou aquela excursão mata adentro na Amazônia e, muito provavelmente, você esbarrará com um viajante descobrindo as belezas dessa terra. Esse vai e vem de gente já é conhecido, mas o que poucos sabem é que o turismo de lazer não é líder por aqui.

De acordo com pesquisa da Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), as viagens corporativas movimentam entre 60% e 70% dos voos domésticos no país. Os dados revelam que as empresas entrevistadas gastaram, em 2018, em média R$ 64 milhões com mais de 480 mil viagens domésticas e R$ 33 milhões com 6 mil viagens internacionais.

O horizonte é animador para o setor de turismo. Durante o primeiro semestre de 2019, o Brasil teve aumento de 14,7% em viagens a negócio em comparação ao ano passado. O levantamento da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) também revela que os gastos desses turistas cresceram 14,8%, a cifra partiu de R$ 4,85 bilhões em 2018 para R$ 5,57 bilhões no mesmo período deste ano.

Todas as pesquisas levam à mesma conclusão, o turismo brasileiro depende massivamente das viagens a negócios. O Ministério do Turismo (MTur) realizou estudo que mostra que as viagens corporativas internacionais geram 33,4% mais receita que aquelas a lazer. Os destinos mais buscados por este público são: São Paulo (48,7%), Rio de Janeiro (19,7%), Curitiba (4,5%), Campinas (3,9%) e Porto Alegre (3,4%). Cada turista gastou por dia um tíquete médio de US$ 84, ou cerca de R$ 340.


Três perguntas para

Marcos Arbaitman ; Presidente do Grupo Arbaitman

Homem de terno azul sentado atrás de mesa

Pode-se dizer que o turismo corporativo é uma modalidade mais segura e menos suscetível às variações econômicas e crises?
Sim, o turismo corporativo compreende 82% da movimentação de viagens em nossa empresa. Diferentemente do turismo a lazer, parte de uma necessidade, os profissionais precisam viajar, representar a empresa ou vender o seu produto em ambientes diversos. As teleconferências auxiliam nesses processos, mas não abarcam toda a cadeia. O setor de eventos também é um excelente incremento à economia, pois movimenta bastante gente em torno de grandes lançamentos. Por exemplo, os laboratórios e indústria farmacêutica geram um grande efetivo de viagens aéreas ao Brasil. O turismo corporativo é estável, não se sujeita tanto às crises, até segue em crescimento. As campanhas publicitárias e conferências à distância não são o suficiente. Nada substitui o contato olho nos olhos entre empresas parceiras ou público.

As demandas desse público são muito diferentes dos viajantes a lazer? Há desafios a enfrentar para atender a elas?
Grande parte dos problema que devemos driblar está baseada na segurança. Creio que se a questão da segurança pública, sobretudo no Rio de Janeiro, for tratada de forma eficaz, o turismo interno irá crescer não apenas lá, mas no país inteiro. A insegurança impede o crescimento mais ativo e contínuo. Outro ponto é a questão rodoviária. Há uma grande demanda em viagens por meio de transporte rodoviário, o trajeto entre Buenos Aires e Brasil, pelas estradas, já chegou a 850 mil por ano. O cuidado com as rodovias também é uma questão sensível e que deve ser observada.

Muitas empresas possuem viagens como uma das principais rendas fixas. As agências especializadas nesse tipo de serviço é indispensável para prestar apoio?
É de suma importância receber o apoio de agências que prestam serviços de viagens, sobretudo no mundo corporativo. Essas empresas possuem menor tarifação em passagens, estão preparadas para encontrar as melhores condições para o contratante. Além disso, mais importante que o serviço prévio é o serviço pós, por exemplo, um voo foi cancelado e o passageiro não sabe a quem recorrer. A agência fará todo o trâmite de remarcação ou pedirá o reembolso, seja qual for a solução. O serviço é prestado de forma integral e 24 horas, durante finais de semana e feriados. Assim, o viajante precisa se preocupar somente com suas obrigações de trabalho ou com o seu lazer.


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