Turismo

Refúgio biológico

Correio Braziliense
postado em 08/01/2020 04:07


Seria a barragem o coração de Itaipu? Não, talvez a robustez dos braços. O coração fica a cargo deste cantinho delicioso e rodeado de Mata Atlântica. O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) traz toda a essência em seu nome, é ali onde são preparadas as mudas destinadas ao reflorestamento e onde os animais resgatados são acolhidos com todo o cuidado e amor. Aliás, amor parece ser sentimento motriz nesse lugar, o brilho nos olhos dos colaboradores é visto de longe.

O reduto completou 35 anos no final de outubro e apresentou ao público duas conquistas: o nascimento da segunda geração de onças pintadas e a comemoração dos 10 anos da primeira harpia fruto do programa de reprodução do RBV. Este último é o maior do mundo e existente desde o ano de 2000, quando a primeira rapina, um macho, foi resgatado e levado para Itaipu.


O processo de reprodução em cativeiro levou cerca de três anos para vingar, de 2006 a 2009 os filhotinhos não sobreviviam pela falta de assistência parental. Então, aprimorando as técnicas, os profissionais passaram a prestar os primeiros cuidados às aves recém-nascidas. Todo cuidado é investido do início ao fim do processo, a ideia é a não domesticação dos bichos, para que haja a reinserção no meio ambiente.

Desde o início da jornada do Programa de Reprodução de Harpias de Itaipu, 31 aves nasceram, cresceram e foram destinadas a outras instituições ou à natureza. “Nosso programa é o único no mundo que mantém uma reprodução continuada da espécie. Em outras instituições, há dois ou três nascimentos, mas não é mantida a reprodução de forma constante”, explica o biólogo da empresa Marcos de Oliveira, especialista e responsável no manejo de aves de rapina.


Símbolo do Paraná, a harpia é considerada a rapinante mais poderosa do mundo, chegando a medir dois metros de envergadura e com garras afiadíssimas que podem levantar até um carneiro do chão. Além de fortes, lindas! Quem visitar o RBV terá a oportunidade de apreciar a majestosidade desta gigantona em seu viveiro. Assim como o espaço das onças. Um “zoo” do bem, que busca a preservação das espécies ameaçadas, o resgate dos animais em risco ou feridos e sua reinserção na natureza.


Terra de gigantes e reflexões

Desvendando as engrenagens da hidrelétrica, no passeio guiado ao interior da usina, os visitantes experimentam a sensação de toda a grandiosidade que Itaipu representa. Dentro da unidade geradora de energia, é possível sentir a vibração das turbinas incessantemente. Conhecer as salas de controle, avistar a barragem e, se tiver sorte de estar em um dia no qual as águas excedem o limite, ver os vertedouros jorrarem lindas quedas d’água.

A imensidão do paredão e da represa é um convite à reflexão sobre a pequenez humana ante a natureza selvagem. Um passeio em terra de gigantes, com direito a mirantes que apresentam a fronteira do Brasil e Paraguai e que tiram o fôlego com a paisagem repartida entre as nações.


Das águas aos céus

As surpresas de Itaipu não se limitam ao rio Paraná, melhor, não se limitam à Terra. E o Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho está aí para provar. Um planetário e uma plataforma de observação espacial fazem parte do Complexo Turístico Itaipu.

São duas propostas de passeio, um diurno e outro realizado à noite. Em ambos, a viagem simbólica ao espaço é o destino dos visitantes. A contemplação dos corpos celestes é combinada com uma exposição na entrada do complexo, no Espaço Universo, onde há réplicas em miniaturas de sondas e naves espaciais, além de protótipos de planetas e simuladores do sistema solar.



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