postado em 05/09/2019 04:08
Seguro no caminho certo;A regulamentação de seguros por tempo limitado ou trecho de deslocamento tem atraído novos negócios ao setor;
O mercado segurador recebeu, no fim de agosto, duas novas regras em intervalo de apenas cinco dias, estabelecidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A ideia é desburocratizar o setor e aumentar a competição em busca de produtos mais simples e acessíveis ao consumidor. Basicamente, liberou as seguradoras para utilizarem peças de origem comprovada, mas não obrigatoriamente das concessionárias de veículos, desde que o segurado concorde de forma expressa. A segunda institucionalizou o seguro fracionado, de modo amplo, como opção às apólices anuais.
A utilização de peças obtidas em desmanches e recicladoras autorizadas não chega a ser algo inédito. Existe uma modalidade, chamada informalmente de ;seguro popular;, que prevê essa possibilidade. Em razão de insegurança jurídica e alguns conflitos, atraiu menos segurados do que se imaginava. A partir dessa iniciativa da Susep espera-se que o produto seja mais bem compreendido e amplie o interesse pelo seguro.
Entretanto, há uma ideia equivocada de mercado muito maior, porque apenas 30% da frota estaria segurada. Essa distorção ocorre por levar em conta o registrado no Denatran, que desconsidera os fora de circulação. No Brasil, os veículos só recebem certidão de nascimento, enquanto a de óbito praticamente não existe. Carros com até oito anos de idade, considerados viáveis economicamente para serem segurados, estão cobertos em 70% a 80%. Obviamente, ainda há margem para crescimento e, se o preço do seguro cair de verdade, pode viabilizar a frota ;segurável; para veículos com até 10 anos ou pouco mais.
Potencial existe ao considerar peças que poderão ser adquiridas de atacadistas e distribuidores regionais, nacionais ou importadas e não mais apenas de concessionárias das marcas. Alguns especialistas acreditam em até 30% de redução nos prêmios (preço do seguro). Para automóveis ainda em garantia pode haver algum conflito, porém concorrência maior sempre é bem-vinda. Ideal seria um programa amplo de inspeção veicular e de reciclagem para aproveitar peças, excluindo-se as de segurança (freio, suspensão, direção e outras).
A regulamentação de seguros por tempo limitado ou trecho de deslocamento tem atraído novos negócios ao setor. Empresas iniciantes de inovação (startups) já nascem para simplificar toda a operação por meio de aplicativos para celulares. O segmento de ;pagar pelo uso; atrai quem não tem hábito de segurar um bem, seja pelo custo elevado ou burocracia a vencer.
Outro recurso é um aplicativo com uso de inteligência artificial que, em três minutos, analisa fotos de um carro acidentado, fornece orçamento para o conserto e sugere seguradora e oficina ; tudo integrado em uma mesma plataforma. Está sendo usado pela startup Thinkseg. Segundo o CEO André Gregori, ;todas as peças apontadas para reparos somaram R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2019. A maior parte (38%) dos acidentes atingiu a parte dianteira do veículo;.
Agilidade e flexibilidade na contratação é o que o segurado espera, ao lado de preço competitivo. Com essa abertura à maior concorrência espera-se que mais pessoas tenham acesso a esse serviço essencial.
Alta Roda
PREÇO SURPRESA
Sobre o novo crossover que a VW classifica como ;cupê urbano;, a ser lançado em maio de 2020 (nas concessionárias, final de junho), resta saber posicionamento de preço. Acima ou abaixo do T-Cross? Acima, esbarraria no Tarek argentino (2021); abaixo, no futuro SUV derivado do Polo. A marca considera essa informação ;segredo de estado;, porém tudo planejado.
TRACKER BRASILEIRO
Rival do novo crossover da VW e do T-Cross, a GM não esconde que o Tracker será todo renovado em um projeto de origem chinesa, com participação de brasileiros. Mas será fabricado em São Caetano do Sul (SP) e não em Rosário (Argentina). Ao país vizinho está reservado um SUV maior, do porte do Jeep Compass, alvo preferencial de todos os fabricantes.
CONVIVÊNCIA
O Cidades 21 promoveu, em São Paulo, o encontro Repensar para Integrar sobre a convivência entre diferentes modos de mobilidade, entre eles a bicicleta. Numa cidade grande ainda há muito a avançar. Rodnei Bernardino, do Itaú Unibanco, ressaltou que ;conforto é prioridade entre os usuários;. Isso explica a rápida expansão dos aplicativos que tiram passageiros de ônibus e metrô.
TRADICIONAL AGRADA
O Logan 2020 manteve a dirigibilidade tradicional, quando equipado com o câmbio manual. Sem a necessidade de altura de suspensão elevada, a estética se manteve, e até ganhou, graças à nova frente (faróis e grade). Os bancos dianteiros oferecem mais conforto e sustentação ao corpo. Boa evolução na central multimídia, agora com Android Auto e CarPlay.
AMORTECEDORES
Cuidado com algumas ;dicas; sobre vida útil de amortecedores. A Monroe aconselha troca ;preventiva; a cada 40.000km, porém tais componentes não se enquadram nessa regra simplista. A substituição, em geral, independe da distância percorrida. Condições do piso, carga transportada, entre outros fatores, têm influência na durabilidade. Troque, apenas, se necessário.