Alternativas japonesas
O Salão do Automóvel de Tóquio, que se encerrará no próximo dia 4, é bienal, mas está em sua 46; edição. Sempre voltado às nove principais marcas nacionais e, em muito menor escala, às de luxo: Lexus (Toyota), Acura (Honda) e Infiniti (Nissan). As três nunca empolgaram os compradores locais. Este ano, a exposição apresenta poucas novidades, embora sirva de palco aos avanços a serem demonstrados nos Jogos Olímpicos do próximo ano, em especial os autônomos e elétricos.
Foram reconhecidas as limitações ao transportar atletas e pessoas ligadas a XXII Olimpíada. Esse tipo de veículo só circulará em rotas específicas, a baixas velocidades e sem interação com o tráfego de carros convencionais. As fabricantes locais sabem perfeitamente das restrições e preferem deixar as badalações sobre automóveis sem motorista para outras plagas.
Entre os modelos de alta produção, destacaram-se dois que chegarão ao Brasil em breve, as novas gerações do Honda Fit (em 2021) e do Nissan Versa já no próximo ano. Ambos evoluíram bastante em termos de estilo, equipamentos e recursos tecnológicos, mas o Nissan virá do México. O Versa atual, produzido em Resende (RJ), continuará em linha rebatizado de V-Drive. O compacto da Honda terá versão híbrida (apenas à gasolina), assim como o topo de linha Accord.
O presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, é um executivo que expõe ideias sem grandes rodeios. Até já admitiu que o Kicks terá opção igual à do Note japonês, líder de vendas no país de origem sem contar os subcompactos. Trata-se de um elétrico híbrido, também chamado híbrido em série. Com tração 100% elétrica, dispensa baterias caras e recargas demoradas: o motor à combustão (flex, aqui) apenas aciona um gerador. É só abastecer em um posto convencional para obter alcance superior a 1.000km.
Silva surpreendeu ao admitir que outra solução vem evoluindo. Em até cinco anos, seria possível abandonar a bateria a favor da pilha a hidrogênio, sem toda a infraestrutura custosa e específica de abastecimento. Hoje, o processo exige um reformador no veículo, volumoso e caro, para, a partir do etanol, produzir hidrogênio. Esse abastece a pilha, que entrega energia elétrica ao motor. O único subproduto é vapor d;água. Ele revelou em Tóquio que o reformador poderá ser eliminado, o que abriria novo horizonte aos elétricos sem complicações e dúvidas existentes.
A Toyota exibiu um ultracompacto que batizou de BEV (sigla em inglês para veículo elétrico à bateria), a princípio para o mercado japonês. O simpático modelo de dois lugares, projetado para uso urbano, tem velocidade e alcance limitados. Visa atender à procura crescente por parte de pessoas idosas que buscam mobilidade independente. A empresa tem avançado com cautela nesse campo. Afirma que, à exceção da China, o automóvel dependente de bateria não garante modelo de negócio sustentável para fabricantes.
O consumidor comum, na maior parte do mundo, ainda reluta em acreditar nas promessas de felicidade sem esforço. E desconfia de subsídios elevados que governos podem retirar sem nenhum pudor, se algo der errado.
Alta Roda
GRANDE
Parece que agora vai. Se fracassou o noivado Renault-FCA, a PSA (Peugeot, Citro;n e Opel) agora pode se fundir com o grupo ítalo-americano, segundo o bem-informado Wall Street Journal. A possível união criaria uma empresa com capacidade de produzir nove milhões de unidades/ano, 10% menos que os Grupos VW e Toyota, primeiros colocados em nível mundial.
CONCORRÊNCIA
O Mercedes-Benz GLC (R$ 294.900 a 329.900) e GLC Coupé
(R$ 362.900) acirram a concorrência entre SUVs premium. Grades, lanternas e novas saídas de escapamento marcam o ano-modelo. GLC estreia motor diesel 2.1l, 194cv/40, 8kgfm. Com tração 4x4 é pesado (1.835kg) para esse trem de força, mas o câmbio de 9 marchas ajuda. Assistência por voz (MBUX) é ponto de destaque.
PEQUENO
O Volvo S60 apresenta boas soluções internas desde multimídia de tela vertical fácil de operar, aos bancos dianteiros de primeira linha, além da atmosfera a bordo. O motor turbo 2l, 254cv oferece respostas vigorosas. Suspensões firmes e freios eficientes. O estilo evoluiu bem frente aos antigos Volvo. A condução semiautônoma é precisa, mas o porta-malas deveria ser maior.
JIMNY
O desenho da carroceria continua meio superado no Suzuki Jimny Sierra. O motor tem mais potência (108cv) e torque (14,1kgfm), embora o câmbio automático de apenas quatro marchas seja inimigo do silêncio a bordo em estrada. O SUV compacto ficou um pouco menos duro. O espaço interno é limitado e o porta-malas tem inexpressivos 85 litros. R$ 103.990 a R$ 111.990.
RAPIDEZ
Amit Louzon, presidente da Ituran Brasil, afirma que sua empresa de rastreamento conseguiu diminuir de 55 para 26 minutos o tempo de resposta ao ponto de localização de um veículo roubado ou furtado. ;Sofisticados algoritmos de grande complexidade resultam em análises comportamentais superprecisas, facilitando o trabalho das equipes de recuperação;, afirma.