Jornal Correio Braziliense

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Linha 2020 da Honda CBR 1000RR-R e SP Fireblade traz motor que entrega 217,5cv e asas invertidas na carenagem para evitar a decolagem. As duas versões contam com eletrônica sofisticada


Quando foi lançada, em 1992, a Fireblade (lâmina de fogo) tinha motor de quatro cilindros em linha e 900cm;. A nova geração, que chegará ao mercado mundial no início de 2020 e também no Brasil, embora sem data e preços confirmados, manteve o motor de quatro cilindros em linha, mas, 28 anos depois, a potência saltou para 217,5cv. Trata-se da mais potente motocicleta de série já construída pela Honda. São duas versões, todas com um R a mais no batismo (race, ou corrida), para deixar explícito o caráter superesportivo dos modelos: CBR 1000RR-R e CBR 1000RR-R SP Firebalde, inspiradas na RC213V, campeã da MotoGP.

O aumento na cavalaria dos 999,9cm; foi possível com a adoção de materiais nobres e novas tecnologias. Os pistãos são forjados em alumínio, as bielas são em titânio e as partes internas revestidas com o Diamond Like Carbon (DLC), inédito em motocicletas de série, que reduz o atrito em até 35%. Isso somado ao novo sistema de escape em titânio, desenvolvido com a Akrapovic, permitindo um aumento de rotações de 13.000rpm para estratosféricos 14.500rpm, e um ganho de 25,8cv em relação à geração anterior. O torque atinge 11,5kgfm a 12.500rpm.
Eletrônica

O propulsor é comum às duas versões e a eletrônica embarcada ficou mais sofisticada. O acelerador eletrônico (Throttle By Wire) ficou mais rápido e a central de medição inercial (IMU) passou a processar seis eixos, enquanto a versão anterior tinha cinco eixos. Dessa forma, todas as regulagens eletrônicas ficaram mais precisas. São três modos de pilotagem, com possibilidade de ajustar a entrega de potência em cinco níveis, o freio motor em três níveis e o controle de tração em nove níveis de intervenção. Também conta com controles de empinadas e de largada.

Os freios, com sistema ABS de curvas, podem ser ajustados em dois níveis (Sport e Track), e o câmbio de seis velocidades usa o sistema quickshifter para subir ou descer as marchas sem uso da embreagem. Tudo monitorado por um painel redesenhado, com tela TFT colorida de cinco polegadas de diâmetro. O quadro em alumínio, tipo Diamond, também é novo e proporciona uma ergonomia de pilotagem ainda mais agressiva, para permitir melhor aerodinâmica em sintonia com a carenagem, dotada de asas nas laterais como na RC213V do mundial de MotoGP.

São três asas (Winglets) de cada lado, gerando uma força descendente, que ajuda na estabilidade em altas velocidades. A nova CBR 1000RR-R Fireblade também ganhou uma entrada de ar no bico da carenagem, entre os estreitos faróis, que pressiona o ar que vai para o motor, criando um efeito ;turbo; em maiores velocidades. Porém, a versão SP tem ainda mais sofisticação. A suspensão dianteira é Ohlins eletrônica semiativa, com tubos de 43mm de diâmetro e 125mm de curso. A suspensão traseira Ohlins tem a mesma balança da RC213V, com 143mm de curso.

Os freios da Fireblade SP contam com dois discos de 330mm na dianteira, mordidos por pinças Brembo Stylema de quatro pistãos monobloco de montagem radial. Na traseira, disco simples de 220mm, com pinça Brembo. A versão Fireblade RR-R tem suspensão dianteira Showa, com tubos de 43mm e 120mm de curso. Na traseira, amortecedor Showa com 137mm de curso. As duas versões contam com amortecedor de direção Showa com três níveis. O freio dianteiro da RR-R tem dois discos de 330mm, com pinças Nissin de quatro pistãos radiais. O traseiro tem disco de 220mm, com pinça Brembo.